Camata critica incentivo de Fidel à continuação da luta pelas Farc



O senador Gerson Camata (PMDB-ES) disse nesta segunda-feira (7) que a alegria pela libertação da ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt foi prejudicada no domingo pelas declarações do ex-presidente de Cuba Fidel Castro sobre o assunto. Em um texto publicado na página eletrônica Cubadebate e reproduzido na versão online do jornal cubano Granma, Fidel aconselhou as Farc a libertarem todos os reféns em seu poder, sem abandonarem a luta, segundo informe do site UOL.

- O homem vivo mais cruel no mundo, hoje, que perseguiu e matou tanta gente, que mandou dinheiro para matar brasileiro no Brasil, que fez jovens morrerem numa luta que não tinha finalidade nem objetivo, também aqui no Brasil, prega que irmãos colombianos se matem uns aos outros, quando existe na Colômbia um governo democraticamente eleito com 91% dos votos da população - disse o senador.

"Critiquei com energia e franqueza os métodos objetivamente cruéis do seqüestro e da retenção de prisioneiros nas condições da selva. [Mas] não estou sugerindo a ninguém que deponha as armas. Nos últimos 50 anos, os que o fizeram não sobreviveram à paz", escreveu Fidel Castro, de acordo com o site.

Para Camata, esse tipo de declaração configura "um epitáfio triste" para o ex-presidente Cubano, que tem 81 anos e deixou a chefia do governo em razão de graves problemas de saúde. Fidel foi classificado como "ditador" pelo parlamentar capixaba.

Camata cumprimentou o governo da Colômbia pela "cinematográfica e espetacular operação" que resultou na libertação da ex-senadora e de mais 14 reféns. Ele também condenou os "métodos cruéis e bárbaros, métodos medievais de tortura e de sacrifício" que as Farc impõem aos reféns.

- Nós vimos se agigantar diante do mundo a condenação desses atos - disse o senador, lembrando que há ainda 700 pessoas em poder das Farc, que ele classificou como "narco-guerrilheiros".

Camata lembrou das gestões para a libertação de Ingrid Betancourt feitas por ele e os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Heráclito Fortes (DEM-PI), este o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. O parlamentar disse aguardar a vinda da ex-senadora colombina ao Brasil para falar ao Plenário do Senado.



07/07/2008

Agência Senado


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