Camata quer que Congresso dê autonomia a FHC para negociar acordos comerciais



O senador Gerson Camata (PMDB-ES) defendeu que o Congresso Nacional dê ao presidente Fernando Henrique Cardoso autonomia similar à concedida ao presidente norte-americano na última quinta-feira (6), quando a Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto que concede autoridade a George W. Bush para negociar acordos comerciais com países e blocos. Esses acordos não poderão ser modificados pelo Congresso, que terá a prerrogativa apenas de aprová-los ou rejeitá-los. É o chamado "fast track" (via expressa).

Em discurso nesta sexta-feira (7), o senador sustentou que Fernando Henrique Cardoso deve receber delegação semelhante por parte do Legislativo brasileiro para que as exportações cresçam e os produtos nacionais passem a ganhar maior competitividade junto a países e blocos econômicos. "Essa autonomia vai permitir que o país negocie em pé de igualdade, nas mesmas bases dos Estados Unidos, principalmente com relação à Área de Livre Comércio das Américas (Alca)", observou.

Camata cobrou do governo federal uma política de exportação mais ousada, como forma de o país melhorar a balança comercial. Para o senador, o Brasil deve combater com rigor o protecionismo e as barreiras tarifárias, praticados principalmente pelos Estados Unidos.

O senador manifestou sua opinião de que o país vem praticando uma equivocada política de comércio exterior há vários anos, chegando a perdoar dívidas de países africanos. Recentemente, notou, o Brasil não chega a impor-se nem no Mercosul, deixando para a Argentina a posição de liderança. Isso, a seu ver, deixa em segundo plano o Brasil, mesmo sendo o país latino-americano de maior mercado.

07/12/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Dilma irá a China para negociar acordos econômicos e comerciais

Requião defende participação do Congresso na negociação de acordos comerciais

Executivo não poderá firmar acordos comerciais sem ouvir Congresso

Camata quer apressar o fim das votações secretas no Congresso

Ademir Andrade quer que Congresso aprecie acordos com o FMI

Gerson Camata quer apressar o fim das votações secretas no Congresso