Campanha debate saída para problemas de desenvolvimento regionais



O desenvolvimento do turismo regional, a agregação de valor à produção local, a redução de impostos e a aplicação de maiores recursos nos municípios da Campanha foram apontados como possíveis soluções para os problemas de desenvolvimento da região, durante a audiência do Fórum das Desigualdades Regionais, realizado esta manhã, em Bagé, no auditório da Escola Estadual Carlos Kluve.

O painel Desafios Locais e Regionais de Desenvolvimento foi apresentado pelo prefeito de Bagé e presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento da Campanha, Luís Fernando Mainardi; e pelo prefeito de Caçapava do Sul, Jorge Abdalla. Para Mainardi, é necessário reafirmar as potencialidades regionais da campanha, fazendo com que a produção da região seja cada vez mais qualificada e que se posa agregar valores a ela.

Em especial, ele destacou a questão da carne da campanha, que é considerada a melhor do país, mas o setor precisa ser qualificado. Como alternativas de reconversão econômica para a região, o prefeito citou o caso da indústria, que foi afugentada historicamente devido às diversas guerras que ocorreram. “A reconversão dessa região passa necessariamente por programas que trabalhem as potencialidades das regiões”, falou Mainardi. Nesse sentido, ele apontou que são identificadas como potencialidades da Campanha a cerâmica, a reconversão da fruticultura e o do turismo. “Estamos em parceria com os governos estadual e federal para desenvolve-las”, colocou.

Jorge Abdalla, considera a falta de recursos para o desenvolvimento das agroindústrias como um dos principais problemas da campanha. Ele destaca também a potencialidade da região para o turismo, seguindo a tendência atual que é a do desenvolvimento do turismo rural e do turismo interno. O que é necessário, na sua avaliação, é um maior aporte de recursos para o setor, pois as prefeituras não têm condições de, sozinhas, melhorar sua infra-estrutura e proporcionar um turismo de primeiro mundo. “São atividades que nos estamos deixando de explorar por uma divisão de recursos errada, que podemos corrigir com conversas e entendimentos”, colocou Abdalla.

O deputado bageense Luís Augusto Lara (PTB), disse que a saída para os problemas de desenvolvimento da Metade Sul do estado passa pela redução dos impostos e pelo aumento da aplicação de recursos do orçamento do estado para a região. “Nós já temos todos os diagnósticos sobre a estagnação, o que precisamos é de medidas efetivas”, colocou o deputado. Ele colocou que há um estudo da Universidade Católica de Pelotas, que aponta que se fosse reduzido 10% do ICMS, em cinco anos, a vinda de empresas para a região irá crescer tanto que os municípios terão condições de devolver ao governo do Estado esses recursos.

O relator da Subcomissão das Desigualdades Regionais, deputado João Luiz Vargas (PDT), avalia que a região que se encontra extremamente deprimida no campo econômico. Pretendemos alavancar a economia com as manifestações e a sensibilização dos governos para investimentos região, que precisa urgentemente uma diversificação de sua economia”, afirmou. Ele acredita que os que defendem a separação do Estado colocando que o Rio Grande do Sul é rico no norte e pobre no sul estão cometendo um equivoco, e que esses encontros do Fórum Democrático servem também para quebrar esses paradigmas.

Representando o governo, o Secretário de Estado do Gabinete da Metade Sul Luiz Henrique Schuch, apresentou alguns programas do governo para a região da Campanha, como o da reforma agrária, o de pólos reformados e o de pólos cerâmicos e a incrementação do turismo rural. Ele afirma que o governo tem se empenhado em atuar sobre a questão das desigualdades regionais, com um conjunto de programas e através de uma analise estratégica.

Nesse sentido, ele considera fundamental a realização de audiências do Fórum Democrático em todas as regiões do Estado, pois através disso, é possível aperfeiçoar o conjunto de medidas que devem ser adotadas. Sobre a questão da região sul do Rio Grande do Sul ser classificada como pobre economicamente, ele disse que o discurso do vitimismo regional é a pior maneira de enfrentar os problemas de desenvolvimento, porque há uma crise generalizada no país. “Não é pelo ciúme ou pela inveja de regiões mais desenvolvidas que nós poderemos equacionar esses problemas”, colocou Schuch.

O diretor de Estudos Regionais e Urbanos do IPEA, Gustavo Maia Gomes, falou sobre as condicionantes nacionais e internacionais do desenvolvimento regional. Também participaram da audiência os deputados Marco Peixoto (PPB), que representou a Mesa Diretora da Assembléia, Onyx Lorenzoni (PFL), João Osório (PMDB) e Berfran Rosado PPS).



11/22/2001


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