CÂNDIDO DENUNCIA EXPLORAÇÃO DE TRABALHADORES PELA TELEMAR



Por solicitação do Sindicato dos Trabalhadores em Telefonia do Rio de Janeiro, o senador Geraldo Cândido (PT-RJ) acusou nesta quinta-feira (dia 2) a Telemar, empresa de telefonia do Rio de Janeiro, de explorar de seus empregados. O "massacre", segundo o senador, começou logo após a privatização da Telerj, com a demissão de 4.500 empregados. "Depois, para suprir a falta da mão-de-obra demitida, a empresa organizou um sistema de superexploração dos trabalhadores que permaneceram contratados e cortou direitos trabalhistas", afirmou Geraldo Cândido.
Além disso, segundo informou o senador, a Telemar reduziu os valores do tíquete-refeição (de R$ 10,80 para R$ 8,17), da cesta básica (de R$ 116,32 para R$ 40, limitando-a aos que ganham até R$ 1.000), do auxílio-creche (de R$ 230,17 para R$ 126,00) e das horas extras. Sindicato e empresa, em negociação salarial desde novembro passado, ainda não chegaram a acordo pois a empresa, entre outras medidas, pretende também que o sindicato concorde com um aumento da jornada de trabalho de 40 para 44 horas semanais. Em consulta realizada pelo sindicato, a categoria concordou com a proposta da Telemar, relatou o senador, mas a empresa tenta burlar o acordo, incluindo a criação de um banco de horas extras que não estava na proposta original.
Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) assegurou que o comportamento da Telemar no Rio de Janeiro é o mesmo que a empresa está adotando em Alagoas, tanto que a telefônica passou a ser denominada de "Telemaldade".
Geraldo Cândido também anunciou que apresentará projeto de lei estabelecendo o valor de US$ 250 dólares para o salário mínimo, a ser atingido em dois anos. Ele se baseou em estudo do economista Márcio Pochmann, argumentando que um aumento significativo do salário mínimo terá importante impacto positivo sobre a produção, o comércio, o emprego e a arrecadação - fatores que, segundo o senador, anulariam o impacto negativo de R$ 34,4 bilhões no caixa da Previdência.
- Pode parecer uma cifra astronômica, mas não é, comparada aos mais de R$ 100 bilhões que o governo FHC paga de juros da dívida - argumentou.
Cândido elogiou a decisão do governador Anthony Garotinho, que anunciou um piso de R$ 400 para os servidores estaduais.

02/03/2000

Agência Senado


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