Cândido diz que oposição e trabalhadores não vão aceitar mudanças na CLT



Os partidos de oposição e as principais centrais sindicais vão preparar uma greve geral para o mês que vem caso o governo insista na aprovação do projeto que modifica regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A informação foi dada pelo senador Geraldo Cândido (PT-RJ) nesta quinta-feira (7). Ele disse também que a oposição está preparada para enfrentar o embate pela manutenção dos direitos dos trabalhadores.

Cândido disse que a primeira providência dos partidos de oposição será tentar retirar o regime de urgência constitucional do projeto - o que obriga a tramitação da matéria a ser feita em 45 dias - e depois empreender amplos debates com os parlamentares e a sociedade em geral para mostrar que os trabalhadores perdem seus direitos com as mudanças.

- Nós vamos organizar uma comissão de senadores da oposição para ir conversar com os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente da Casa, Ramez Tebet, apelando para que eles mantenham as posições que firmaram no ano passado quando disseram que não aceitavam a urgência para matéria dessa natureza - afirmou o senador.

Ele também observou que o projeto vai fragilizar ainda mais os sindicatos, que já estão enfraquecidos em função da política econômica e das privatizações promovidas pelo governo Fernando Henrique, que, por sua vez, acentuou, causou desemprego e crescimento do emprego informal e da terceirização.

- Não é verdade que as centrais sindicais estão reconhecendo sua falta de força quando alegam que o projeto retira delas ainda mais poderes. A verdade é que esse projeto foi encomendado pelos grandes grupos empresariais, inclusive os internacionais, com a intenção de retirar direitos constitucionais dos trabalhadores - reforçou.

Geraldo Cândido contestou ainda o argumento de que as flexibilizações vão gerar novos empregos. "Isso também é hipocrisia. O pequeno e o médio empresários hoje têm dificuldades em empregar por causa do excesso de tributação e da elevada taxa de juros", acrescentou.



07/02/2002

Agência Senado


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