JÚNIA MARISE ANUNCIA PARALISAÇÃO DAS UNIVERSIDADES



Lastimando a crise do ensino no Brasil, a senadora Júnia Marise (PDT-MG) destacou hoje (31) a paralisação das universidades brasileiras, informando que isso significará um contingente de cerca de 300 mil estudantes universitários sem aula. Ela disse que, das 52 instituições de ensino superior do país, 20 já aderiram ao movimento.

Conforme a senadora, os professores universitários reivindicam o seguinte: aumento salarial de 48,65%; fim da Medida Provisória que criou o Programa de Incentivo à Docência; manutenção das vagas dos docentes que se aposentarem; e abertura de concurso para professores e funcionários.

Júnia disse que, em visita ao sul de Minas, na semana passada, o presidente Fernando Henrique Cardoso viu a manifestação com que estudantes e professores universitários expressaram seu descontentamento diante da falta de investimentos públicos no ensino. A senadora leu mensagem enviada pela Associação dos Professores da Universidade Federal de Lavras (MG), com duras críticas às decisões do governo.

Nesse documento, a Universidade de Lavras denuncia o não cumprimento pelo governo federal de sentença judicial favorável a reajuste salarial devido aos professores daquele estabelecimento desde 1993. Diz também que, ao instituir o incentivo ao ensino de graduação, o governo revela a intenção de indispor a comunidade universitária com o cidadão comum, preparando-o para a privatização do ensino superior.

Júnia Marise manifestou interesse em que o Senado realize um debate público com reitores, professores e entidades de ensino superior do país, a fim de estabelecer rumos definitivos para a educação brasileira. Em sua opinião, quando alardeia pela televisão que apenas 3 milhões de crianças brasileiras estão fora da escola, o governo ignora as crianças sem acesso a estudo no interior do país.

Ela também afirmou que a paralisação dos estudantes universitários é uma advertência e merece o apoio de todos. Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que no Rio Grande do Sul a situação do ensino é igualmente preocupante e que, hoje, as universidades privadas pagam melhores salários aos professores que o ensino público.



31/03/1998

Agência Senado


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