Capiberibe defende novo modelo de globalização



O senador João Capiberibe (PSB-AP) defendeu um novo modelo de globalização, que corresponda aos interesse dos países periféricos. Mas, para isso, sustentou o senador, é necessária a participação da sociedade civil e dos parlamentares de todo o mundo.

Capiberibe analisou, em discurso nesta quinta-feira (17), os impactos da globalização econômica sobre os países pobres. Segundo ele, as regras do chamado -Consenso de Washington-, ditadas há 14 anos, estabeleceram reformas estruturantes em todo o mundo, baseadas na eliminação de barreiras alfandegárias, o que apenas beneficiou os países do primeiro mundo.

- Passados 14 anos, constatamos que é um consenso dos ricos, que intensificou as relações Norte-Norte - disse o senador, salientando que a política externa brasileira aponta no sentido contrário ao tentar criar -um consenso dos pobres do Sul-.

Capiberibe frisou a importância de dois eventos que, na opinião dele, devem merecer a atenção de parlamentares de todo o mundo: as reuniões ministeriais da Organização Mundial do Comércio (OMC), em setembro, e da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), em novembro. Ele disse que a agenda política e econômica mundial está sendo definida pelos países ricos. O senador citou a Rede Parlamentar Internacional, criada durante o Fórum Social Mundial de Porto Alegre, como tentativa dos parlamentos de todo o mundo de formular alternativas ao -Consenso de Washington-;

- O processo de negociação da OMC, que conduz à conclusão e à implementação de acordos vinculantes, não pode continuar sendo um simples assunto intergovernamental. Acreditamos que assembléias eleitas democraticamente devem desempenhar seu papel em todo o processo de negociação e na implementação dos acordos da OMC - conforme documento da Rede Parlamentar Internacional lido pelo senador.

- Não se pode fundamentar a globalização apenas no mercado. Construir novo modelo é necessário e os parlamentos devem interagir. Devemos ter um parlamento planetário e dar um pouco mais de legitimidade ao processo de globalização comercial - sugeriu João Capiberibe.



17/07/2003

Agência Senado


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