Capiberibe defende novo modelo de desenvolvimento para Amazônia



O senador João Capiberibe (PSB-AP) defendeu nesta terça-feira (8) a adoção de um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, aproveitando as riquezas naturais da região e colocando o ser humano no centro do planejamento econômico. Ele disse que a imensa maioria das políticas e projetos pensados para a Amazônia, desde a era da borracha, durante a 2ª Guerra Mundial, destinaram-se a atender necessidades externas.

- Essas políticas excluíram as comunidades locais e converteram imensas e ricas áreas de florestas em pastagens sem tentar conhecer os recursos naturais. As políticas neoliberais fracassaram. Já desenvolvemos uma tecnologia de manejo florestal que mostra qual caminho deve seguir uma potência ambiental como o Brasil.

Capiberibe lembrou que as cidades amazônicas estão às margens dos rios e que o modelo de desenvolvimento criado pelo governo federal é predador do ponto vista ambiental e excludente do ponto de vista social. Para ele, este é o momento de repensar o modelo de desenvolvimento para a Amazônia.

Como exemplo, o senador citou um projeto desenvolvido no Amapá quando foi governador. No município de Laranjal do Jarí, o governo do estado apoiou a união dos castanheiros em uma cooperativa para industrializar o óleo de castanha-do-Pará em parceria com uma pequena indústria francesa.

- Hoje, apesar das imensas dificuldades, os castanheiros produzem o óleo e o exportam para a Europa - informou.

A senadora Ana Júlia (PT-PA) lembrou que em seu primeiro pronunciamento no Senado também questionou o modelo de desenvolvimento para a região amazônica.

- Somos a maior potência mineral do mundo, temos o maior potencial hidrelétrico do Brasil, mas temos um povo pobre - disse a senadora.

O senador Alberto Silva (PMDB-PI) sugeriu a utilização de biomassa para a geração de energia elétrica. Ele lembrou que a usina hidrelétrica de Balbina inundou uma área de 300 mil hectares de floresta para produzir 200 megawatts. Segundo ele, a mesma quantidade de energia poderia ser obtida com a exploração de apenas 15 mil hectares de floresta, com o manejo de madeiras de baixa qualidade e sementes oleaginosas.

Capiberibe ainda elogiou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela decisão de afastar o ministro Vicente Leal de suas funções até que seja esclarecida a suspeita de que estaria envolvido num esquema de venda de sentenças favoráveis a traficantes de drogas.



08/04/2003

Agência Senado


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