Capiberibe pede intervenção federal na saúde pública do Amapá



O senador João Capiberibe (PSB-AP) voltou a reclamar dos serviços de saúde oferecidos pelo Amapá e recomendou nesta quarta-feira (8) a intervenção do governo federal como única forma de resolver o problema. Ele pediu uma força-tarefa para uma auditagem completa da saúde publica do estado.

Capiberibe incorporou a seu discurso exposição de motivos destinada ao ministro da Saúde, Humberto Costa, dizendo que, na origem dessa crise, está o mau uso dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Em sua opinião, como esses recursos consistem em verbas federais, "a intervenção é viável tanto do ponto de vista legal como do ponto de vista técnico".

De acordo com o senador, apesar do aumento dos gastos na compra de medicamentos e material de consumo, o atendimento médico nos hospitais do Amapá vem se degradando de forma acelerada. Em 2001, disse ele, as despesas do Amapá com a compra de material de consumo e de medicamentos foram de R$ 12 milhões e não faltava medicamento.

Em 2002, as despesas passaram a R$ 21 milhões e, mesmo assim, afirmou o senador, começaram as primeiras queixas da população a respeito de carências na rede hospitalar pública. No ano seguinte, 2003, os gastos com medicamentos e material de consumo chegaram a R$ 29 milhões e as carências da rede pública de saúde já eram ostensivas e graves. Ele disse que, até novembro de 2004, os gastos chegaram a R$ 32 milhões.

- E, ainda assim, a situação tornou-se dramática. A esta altura, vale lembrar que desvios de recursos ocorridos no Amapá, tanto a nível do governo estadual quanto nas prefeituras dos municípios mais populosos, foram comprovados em investigação da Polícia Federal, a chamada Operação Pororoca. Entre os envolvidos está o ex-secretário de Saúde do estado, além de outras autoridades.

De acordo com Capiberibe, foram encontrados inúmeros casos de superfaturamento e agora as condições da rede pública de saúde se agravaram de forma insurportável.

- O processo está sendo constatado não apenas pela população, que intensifica seus protestos, como por autoridades e técnicos insuspeitos.

Ele informou que quatro deputados estaduais - Roseli Matos (PC do B), Joel Banha (PT), Randolfe Rodrigues (PT) e Ruy Smith (PSB) -, advogados da Comissão de Direitos Humanos da OAB, o médico João Henrique Souza Dias, da diretoria do Conselho Regional de Medicina, e diretores do Sindicato de Enfermagem realizaram visita ao Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hospital Geral) e ao Hospital da Criança e do Adolescente e constataram o funcionamento precário do atendimento. Para eles, os serviços de saúde estão colocando em risco a vida de seres humanos.



08/12/2004

Agência Senado


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