Capiberibe denuncia crise na saúde pública do Amapá



O senador João Alberto Capiberibe (PSB-AP) denunciou que os serviços de saúde do estado do Amapá passam por grave crise.

- As pessoas estão morrendo nas portas dos hospitais por falta de atendimento - disse ele, segundo o qual os médicos dizem que não adianta acionar o Ministério Público nem esperar que a Secretaria de Saúde resolva os problemas que se multiplicam.

De acordo com Capiberibe, na noite da última quinta-feira (2), os médicos de plantão no Hospital de Especialidades, em Macapá, receberam um paciente - Jorge de Azevedo Picanço - em estado grave, prestes a morrer, se não lhe fosse oferecido um leito para internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

- Não tinha, dos cinco leitos da UTI, apenas um tinha os aparelhos funcionando e estava ocupado por outro paciente, também em estado grave. Um dos médicos ligou para um promotor contando o fato, enquanto se buscava outras formas de ajuda, como internar o paciente na UTI de outro hospital. Poucas horas depois o paciente morreu.

Segundo o senador, os médicos já chegaram à conclusão de que a secretária especial, Marília Góes, "não tem a menor idéia do que está ocorrendo e muito menos do que deve ser feito para corrigir os problemas". Diante disso, eles estão dispostos a fechar a UTI do Hospital de Especialidades, até que surja uma solução definitiva.

Capiberibe também falou do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), que torna o Brasil uma referência para o mundo, mas que não funciona em seu estado, "onde as coisas vão de mal a pior".

- O dia 1º de dezembro deste ano, Dia Mundial de Combate à Aids, na capital amapaense foi diferente. Funcionários, servidores, dentistas, psicólogos e médicos, além de portadores do vírus HIV e organizações não-governamentais fizeram uma manifestação em frente do palácio do governo e da Assembléia Legislativa em repúdio à atual situação da saúde pública do estado, que afeta as pessoas que vivem com HIV.

A manifestação, prosseguiu Capiberibe, foi principalmente contra o governo do estado e a Secretaria de Saúde, acusados de não aplicar devidamente o dinheiro enviado anualmente pelo Ministério da Saúde para oferecer assistência, diagnosticar e prevenir a doença.

Ainda conforme o senador, a saúde pública no Amapá está sem medicamentos para infecções oportunistas, sem leite para os bebês recém-nascidos, sem material para diagnosticar as doenças infecto-oportunistas e sem atendimento dentário. Além disso, continuou, os funcionários denunciam que dos R$ 600 mil que o governo federal já enviou desde o começo do ano, quase R$ 400 mil serão devolvidos porque não foram utilizados nos serviços de saúde pública do estado.



06/12/2004

Agência Senado


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