Carlos Bezerra: números da LDO são "otimistas demais"



O presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), classificou nesta terça-feira (16) de "otimistas demais" algumas previsões contidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2003, encaminhada pelo Executivo ao Congresso. Para ele, o governo terá dificuldades para reduzir a taxa básica de juros nominais (sem descontar a inflação) dos atuais 18,5% ao ano para 12,84% em 2003.

- Todos nós gostaríamos que os juros caíssem e que a economia voltasse a crescer 4% ao ano sem provocar inflação, mas nem sempre isso é possível. A situação brasileira é muito complicada, com o país sufocado pela dívida pública. É o gasto absurdo com juros da dívida que impede nosso crescimento - afirmou o senador.

Carlos Bezerra lamenta que "toda a área econômica do governo" esteja "voltada para os interesses dos grandes grupos econômicos, dos banqueiros, que no Brasil têm os maiores lucros". Com uma dívida pública interna no mercado financeiro que se aproxima de R$ 700 bilhões, o governo acaba direcionando "a poupança nacional para a agiotagem, e não para produção", observa o presidente da Comissão Mista de Orçamento.

Ele discorda também da previsão contida na LDO de se obter, em 2003, um superávit primário nas contas do governo de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso significa que o governo terá de economizar R$ 45,7 bilhões, os quais serão destinados ao pagamento de parte dos juros da dívida pública no próximo ano. "Para conseguir um superávit deste tamanho o governo deixa de investir em educação, em saúde, na reforma agrária", observa Carlos Bezerra.



16/04/2002

Agência Senado


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