CARLOS VELLOSO DIZ QUE TENTARÁ VOTAR AÇÃO DOS FUNDOS DE PENSÃO AINDA EM NOVEMBRO



O presidente do SupremoTribunal Federal, ministro Carlos Velloso, prometeu nesta terça-feira (dia 24) aorelator-geral do orçamento que tentará colocar em votação, ainda em novembro, umaação que, indiretamente, se refere à cobrança de imposto de renda das aplicaçõesfinanceiras dos fundos de pensão. Trata-se de uma ação movida pelo fundo de pensão dosfuncionários da Embrapa e da extinta Embrater (Ceres), que contesta a cobrança deImpostos Predial e Territorial Urbano do governo de Brasília, argumentando que ele tem"caráter social" e, assim, estaria isento.

Essa ação começou a ser julgada no ano passado e, quando havia empate de votos, oministro Sepúlveda Pertence pediu vista do processo. Votaram a favor da cobrança de IPTUda Ceres os ministros Maurício Corrêa e Carlos Velloso. Os ministros Ilmar Galvão eMarco Aurélio manifestaram voto contrário. Caso o Supremo decida que os fundos depensão devem pagar impostos, as ações sobre o assunto terão uma decisão rápida.Existem cerca de 300 recursos questionando a imunidade tributária de entidades deprevidência privada em vários estados.

Carlos Velloso disse ter escolhido o recurso da Ceres contra o governo do DF porque"é a ação mais próxima de um julgamento". Explicou que, estabelecida aorientação sobre o assunto, tentará apressar a publicação de um acórdão – oque orienta outras ações sobre o mesmo assunto. "Com o acórdão, os ladosenvolvidos na disputa podem inclusive chegar a acordo", disse.

Existem na Justiça dois tipos de ação contra cobrança de impostos por parte dos fundosde pensão. O primeiro tipo contesta a cobrança de impostos antes da Constituição de88, que definiu claramente o que é previdência e o que é assistência social. A FazendaNacional vem ganhando todas as ações que contestavam a cobrança antes de 1988. Osegundo grupo de ações questiona a constitucionalidade da lei que regulamentou acobrança de impostos, depois da Constituição. Os fundos alegam que o governo aprovou noCongresso uma lei ordinária (que exige maioria simples), quando havia necessidade de umalei complementar (que exige maioria absoluta).

24/10/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


CARLOS VELLOSO AFIRMA QUE FHC PODE ELIMINAR MAZELAS DA JUSTIÇA

CDH debate Fundos de Pensão

Comissão de Orçamento tentará votar PPA na terça

CAS discute situação dos fundos de pensão

Comissão de Orçamento tentará votar LDO nesta quinta

Congresso tentará votar Orçamento na terça-feira