Carlos Wilson: FHC é responsável pelo aumento da violência



O senador Carlos Wilson (PTB-PE), primeiro secretário do Senado Federal, afirmou nesta quinta-feira (24) que a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, não é responsável pelo clima de insegurança que toma conta da população brasileira. "O drama de seu assassinato apenas deu volume a uma indignação que estava presente no dia-a-dia de todos os brasileiros", disse.

Para Carlos Wilson, o presidente Fernando Henrique Cardoso não pode se omitir do papel de mais alto mandatário da Nação, e de responsável pelo que está acontecendo nas grandes cidades brasileiras. "Quem tem a legitimidade de convocar os poderes da Nação é o presidente da República. Ele deve colocar sentados em uma mesma mesa o Legislativo, o Executivo e o Judiciário e enfrentar o problema. Não pode ficar se escondendo atrás de argumentos virtuais", afirmou o senador. O parlamentar pernambucano disse que Fernando Henrique inaugurou uma forma peculiar de liderança. "Onde a responsabilidade é sempre de um ente abstrato, ou seja, uma pessoa jurídica ou um órgão público despersonalizado. Agora, diz que a culpa é dos governos estaduais, do Legislativo, de todos. Menos dele".

A exclusão social, segundo Carlos Wilson, é a principal responsável pela onda de violência que atinge a população. "Nunca, como hoje, o fosso social entre pobres e ricos foi tão profundo. Revogou-se até mesmo a esperança de toda uma geração, condenada a viver nas favelas, nos cortiços e nos guetos das grandes cidades. Mais de um terço da população brasileira vive com menos de um dólar por dia (cerca de R$ 2,50) e tem seu acesso a educação, a saúde e ao trabalho sistematicamente negados. Sobrou apenas a oportunidade da mendicância, da improvisação, da chamada atividade informal, que acoberta desde a revenda de biscoitos e chicletes nas esquinas, até o repasse de drogas ou de mercadoria roubada", analisou.

Para enfrentar a violência, o senador Carlos Wilson lembra que antes de se falar em mais efetivos e mais equipamentos é preciso valorizar a atividade das polícias. "Sabemos que a infiltração do crime nestas corporações é muito grande. A primeira ação de valorização deve ser uma corregedoria eficiente que distinga o bom policial do policial bandido. Ninguém deve se iludir, serão os soldados da Polícia Militar e os investigadores da Polícia Civil que combaterão o crime. Por isso mesmo, a sociedade precisa delegar-lhes a missão sem qualquer constrangimento e sem qualquer embaraço".

Carlos Wilson acredita também que o tema violência urbana deverá ser dominante na reabertura dos trabalhos legislativos. "A responsabilidade do Congresso será revista. É preciso dar dinamismo aos diversos projetos que tramitam no parlamento, principalmente a Reforma do Judiciário e o novo Código do Processo Penal".



24/01/2002

Agência Senado


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