CARLOS WILSON PEDE INVESTIGAÇÃO DE ASSESSOR DE NICOLAU
O senador Carlos Wilson (PFL-PE), vice-presidente da CPI que investiga irregularidades no Poder Judiciário, pediu a quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal de Itagiba de Souza Toledo, que foi diretor-geral do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, durante a presidência do juiz Nicolau Santos Neto. Itagiba integrou a comissão de obras do TRT, presidida por Nicolau de 1992 até o ano passado.Justificando seu requerimento, Wilson disse acreditar que há muitas ligações entre o juiz e o assessor. Ambos tiveram filhas aprovadas nas duas primeiras colocações de concurso público colocado sob suspeita. Ambos também tiveram filhas nomeadas juízas classistas. Mesmo depois de aposentados, tanto Itagiba quanto Nicolau foram nomeados para cargos em comissão. Hoje, nenhum dos dois atua mais no TRT.Durante seu depoimento à CPI nesta segunda-feira (dia 3), o presidente do TRT, Floriano Vaz da Silva, declarou que a filha de Nicolau foi indicada para juíza classista com apenas "20 ou 21 anos" de idade e que não possuiria experiência profissional anterior. Floriano disse ainda que antes de ser juíza, ela nunca teria desempenhado liderança sindical, mesmo indicada por um sindicato de bijuterias.No concurso em que as filhas de Itagiba e Nicolau foram aprovadas, realizado em 1992, o diálogo entre o senador e o depoente revelou que havia ainda outros nomes, como uma funcionária, esposa de um ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que, depois de aprovada, teria sido requisitada para trabalhar no TST em Brasília.Wilson questionou o fato de a Fundação Carlos Chagas ter sido afastada da realização de concursos do TRT paulista e, em seu lugar, ter sido contratada a empresa Instituto Brasileiro de Seleção Pública (Ibrasp). Segundo o senador, o Ibrasp não tinha qualquer tradição no mercado. Depois de rescindido o contrato com o TRT, disse, a empresa faliu, levando junto a documentação sobre o concurso de 1992.RELAÇÕESEm resposta ao senador Maguito Vilela (PMDB-GO), o presidente do TRT afirmou que Nicolau tinha relações com pessoas influentes de diversos escalões dos três poderes. Entre os amigos de Nicolau, Floriano citou o senador Romeu Tuma (PFL-SP).- Naturalmente, como superintendente da Polícia Federal em São Paulo, o senador Tuma se relacionava com juízes - afirmou o presidente da CPI, senador Ramez Tebet.O presidente da CPI quis saber de Floriano se o patrimônio e o padrão de vida de Nicolau eram do conhecimento de pessoas no TRT. Segundo o depoente, algumas pessoas sabiam de suas idas a Miami. A elas, Nicolau alegava que uma de suas três filhas teria uma doença muito grave, cujo tratamento era feito na Flórida.- Não sei se a doença existia ou se foi pretexto - afirmou Floriano, que sugeriu que a CPI investigue essa suspeita.O senador Maguito Vilela perguntou ainda ao juiz se, apenas com o salário recebido no cargo, Nicolau poderia ter acumulado patrimônio tão elevado.- A resposta é óbvia: não, não, não. Resta saber se ele vai trazer documentos dizendo que sua fortuna é de berço - declarou Floriano.
03/05/1999
Agência Senado
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