Carlos Wilson protesta contra extinção da Sudene



O senador Carlos Wilson (PPS-PE) protesta, nessa terça-feira (20), contra a decisão do governo de extinguir a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Ele estranha a reação tímida dos nove governadores do Nordeste e de Minas Gerais diante da notícia, por entender que a Sudene tem representado um instrumento importantíssimo de geração de renda e de empregos na região nos últimos 40 anos.

Segundo o senador por Pernambuco, é simplista a análise de que a Sudene seja uma instituição falida que deva ser extinta, por haver nela indícios de corrupção. Ele admite que o órgão precisa ser reestruturado, reivindicando a apuração exemplar das irregularidades e a punição dos responsáveis.

Carlos Wilson enfatiza que as indústrias do sul-sudeste que migraram para o Nordeste criaram, ao longo desses 40 anos, cinco milhões de empregos gerando um aumento de arrecadação da ordem de 200 %.

- Quanto ao propalado fracasso dos projetos com incentivos fiscais da Sudene, as estatísticas mostram que, dos 2800 projetos aprovados entre 1959 e 1992, somente 12 % fracassaram, um número compatível com a média nacional.

O senador procura desfazer o que considera um outro mito em relação à Sudene: a utilização de recursos astronômicos. Segundo ele, até 1992, em 32 anos de operação, foram consumidos US$ 8 bilhões que, repartidos entre 10 estados, soma US$ 30 milhões anuais para cada um. Nas usinas nucleares do Sudeste que quase nada geraram em energia elétrica até hoje foram gastos US$ 12 bilhões. "Não tenho notícia de qualquer apuração sobre isto", disse.

Carlos Wilson considera bem oportuna a sugestão do senador José Alencar (PMDB-MG) para que o Senado convide o ministro da Integração Regional, Fernando Bezerra, para debater com os senadores a extinção da Sudene, antes que o governo tome medidas operacionais.

Em aparte, o senador Antonio Carlos Valadares(PSB-SE) afirma que se a idéia for acabar com instituições com irregularidades, será necessário extinguir, primeiro, a República, onde abundam atos de corrupção. Os senadores Sebastião Rocha (PDT-AP) Edison Lobão (PFL-MA) e Geraldo Melo (PSDB-RN) concordam com a necessidade de modernizar a Sudene e investigar as denúncias de corrupção.

Também em aparte, o líder do Bloco Oposição, José Eduardo Dutra (PT-SE) afirma que, por trás da decisão de extinguir órgãos como a Sudam e a Sudene, está a lógica liberal de que a mão invisível do mercado vai resolver o problema das desigualdades sociais. Ao contrário do que se diz, a renúncia fiscal nas regiões Sul e Sudeste é muito maior do que no Norte e Nordeste, garantiu.

20/03/2001

Agência Senado


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