Carlos Wilson: sobretaxa culpa população por imprevidência do poder público



O senador Carlos Wilson (PPS-PE) manifestou sua indignação com a decisão do governo de instituir uma sobretaxa ao consumo de energia, anunciada pelo Palácio do Planalto nesta sexta-feira (dia 18). Para ele, o governo de Fernando Henrique Cardoso "tenta fugir da responsabilidade" em relação à crise energética e repassar a responsabilidade por possíveis cortes de energia à população.

O senador lembrou que todos os técnicos são unânimes em criticar a medida governamental, por considerá-la paliativa, e disse que, com a criação da sobretaxa, o governo tenta evitar um desgaste junto à opinião pública, adiando o anúncio dos apagões para o próximo mês, quando "vai dizer que a culpa é da população, que não atendeu a seus apelos de economia".

Carlos Wilson afirmou que a crise já se desenhava quando o presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu o governo pela primeira vez, há seis anos. Ao optar pela obediência ao receituário do Fundo Monetário Internacional (FMI), "muito pouco voltada ao interesse nacional em geral, e do setor energético, em particular", o presidente, na opinião do senador, preferiu se omitir e promover privatizações, quando poderia ter buscado soluções para o desabastecimento que se anunciava.

Hesitação e falta de coragem política também caracterizam, conforme Carlos Wilson, o Programa Prioritário de Termelétricas, lançado em 1999, que previa a operação comercial de 55 novas usinas térmicas até o fim de 2003. "Toda a expectativa oficial está comprometida e desmentida pela paralisação das obras, na falta de decisão política sobre a questão do preço do gás natural boliviano, adquirido ao sabor das flutuações cambiais", afirmou.

Das 33 medidas anunciadas pelo governo no início de abril, 25 para aumento de oferta de energia e 8 para redução de consumo, apenas três foram implementadas - exatamente as que tratam da racionalização do consumo. "Restou agora punir o consumidor com uma sobretaxa devido a ausência de planejamento do poder público", disse o senador.

No âmbito do seu estado, Carlos Wilson relatou que a privatização das Centrais Elétricas de Pernambuco (Celpe) acarretou a suspensão de recursos alocados no programa Luz no Campo, para o financiamento da expansão da eletrificação rural no Estado. O senador solicitou ao ministro de Minas e Energia, José Jorge, que tome conhecimento do assunto, vital para o estado. Ele propôs ainda que a Comissão de Fiscalização e Controle do Senado solicite ao Tribunal de Contas da União uma auditoria contábil, financeira e patrimonial no contrato firmado entre a Eletrobrás e a Celpe.

18/05/2001

Agência Senado


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