Carlos Wilson culpa o governo por resultados ruins do ENEM



O senador Carlos Wilson (PTB-PE) comentou os resultados insatisfatórios do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), observando que não se poderia esperar um desfecho diferente, já que há professores mal remunerados, escolas obsoletas e desequipadas e tantas outras adversidades enfrentadas pelos alunos de nível médio no país. Carlos Wilson responsabilizou o governo pelo fato, afirmando que não há prioridade de ações para a área da educação.

O resultado global do ENEM foi uma nota média de 40,6, numa escala de zero a cem. No ano passado, informou o senador, a nota média foi de 51,85. Outro resultado comentado por Carlos Wilson diz respeito a pesquisa da Organização pela Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que envolveu 265 estudantes de 28 países membros da entidade, além de países como Brasil, Letônia, Liechtenstein e Rússia, realizada no ano passado. A pesquisa, que avaliou a compreensão dos estudantes e sua habilidade em aplicar conhecimentos em leitura, Matemática e Ciências, classificou o Brasil em último lugar.

- A maioria dos jovens brasileiros de quinze anos está cursando séries mais básicas que seus pares em países mais evoluídos. Quanto à realidade dos estudantes no Brasil, os índices do próprio Ministério da Educação falam por si: o índice de repetência no ensino fundamental está em quarenta e um vírgula sete por cento e no ensino médio em cinqüenta e nove vírgula nove por cento - afirmou.

Esses resultados confrontam-se com a propaganda oficial de realizações na área de educação, disse Carlos Wilson, que criticou o ministro da Educação.

- O ministro Paulo Renato de Souza, aquele mesmo que endureceu o quanto pôde com os professores universitários em greve e que parecia não se incomodar com a extensão do movimento, que na prática superou os cem dias, atribuiu o desempenho dos estudantes brasileiros ao alto índice de repetência e evasão escolar registrado no país. Quer dizer: aquela conversa toda de resultados na área de educação é mais uma ação virtual do governo Fernando Henrique Cardoso - afirmou.

Para solucionar o problema educacional, disse o senador, será necessário mais do que marketing e publicidade. "É preciso determinação e vontade, menos vaidade e mais resultados; exige a construção de um novo Brasil, o que infelizmente ficará para os próximos governos", concluiu.

07/12/2001

Agência Senado


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