CAS É A FAVOR DE QUE EXECUÇÃO TRABALHISTA SEJA ESTENDIDA ÀS EMPRESAS DO GRUPO



A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou hoje (dia 20) parecer favorável do relator, senador João França (PFL-RR), a projeto da Câmara segundo o qual a execução trabalhista poderá ser promovida contra qualquer empresa integrante do mesmo grupo econômico, ainda que não tenha participação no processo de conhecimento. A CAS é presidida pelo senador Ademir Andrade (PSB-PA). A matéria, que agora vai à apreciação do plenário do Senado, acrescenta parágrafo ao artigo 2º da CLT.

Na prática, á matéria admite que, no processo de execução, o empregado poderá requerer a penhora dos bens da empresa, componente do grupo, que sejam suficientes para garantir a liquidação do débito da sociedade à qual prestou diretamente seus serviços. Nesses casos, a experiência demonstra que, conforme o senador, a inexistência de bens autoriza o empregado a requerer a penhora de bens de outra instituição empresarial do mesmo grupo.

Em seu parecer, França diz não concordar com a prática "hoje corrente", segundo a qual, no processo de conhecimento, todas as empresas do grupo econômico devem ser notificadas ou citadas, pois a falta dessa providência se constitui em nulidade capaz de tornar sem efeito todos os atos processuais realizados desde a notificação. Para o senador, a proposição contribui para eliminar controvérsias geradas pelas diferentes interpretações da CLT.

Segundo o relator, a jurisprudência hoje seguida vem, muitas vezes, servindo apenas para protelar o pagamento de indenizações devidas ao trabalhador. Por sua vez, entende França, o projeto contribuirá para tornar o trabalho mais ágil, "como tem direito aquele que bate às portas da Justiça Trabalhista".

Apesar de ter votado favoravelmente à matéria, o senador Leonel Paiva (PFL-DF) defendeu a necessidade de uma "profunda reforma na Justiça trabalhista brasileira". Para ele, o projeto em causa introduz uma modificação "necessária, mas ainda limitada". Na opinião de Leonel, a "Justiça trabalhista, com seu poder normativo, fabrica uma quantidade enorme de projetos a pretexto de defender o trabalho e o capital, mas não alcança fazê-lo".



20/05/1998

Agência Senado


Artigos Relacionados


CDES sugere que Autoridade Pública Olímpica seja estendida à organização da Copa de 2014

CAS vai discutir em audiência pública simplificação da execução trabalhista

CAS vai discutir em audiência pública simplificação da execução trabalhista

Ivo Cassol quer que notificação trabalhista seja entregue pessoalmente ao reclamado

IRIS PROPÕE QUE EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO SEJA OBRIGATÓRIA

Marcos Guerra defende medidas a favor de pequenas empresas