Casagrande sugere audiência de Jobim sobre compra de aviões de combate pela FAB
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) sugeriu que o Congresso Nacional ouça o ministro da Defesa, Nelson Jobim, quanto às propostas de fornecimento de 36 aviões de combate à Força Aérea Brasileira (FAB), antes de se posicionar em relação ao tema. Na avaliação do senador, a decisão da FAB deverá estar embasada em critérios técnicos e na transparência, bem como levar em consideração a transferência de tecnologia e o incentivo aos setores envolvidos na construção desses equipamentos.
Para o senador, é importante que o Congresso acompanhe todo o processo licitatório, uma vez que envolve grande quantidade de dinheiro. Casagrande disse concordar "em parte" com os investimentos na área de defesa, uma vez que o Brasil está assumindo posição de destaque no cenário internacional. No entanto, questionou se esse é o melhor momento e se não há outras áreas prioritárias para investimento.
Casagrande lembrou que as comissões de Relações Exteriores (CRE) e de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) realizaram, nesta quinta-feira, audiências públicas com as empresas Saab, da Suécia, e Dassault, da França. As reuniões contaram com a presença de autoridades dos dois países. Audiência com a terceira concorrente no processo de licitação da FAB, a norte-americana Boeing, já havia acontecido.
O senador também destacou, em seu pronunciamento, a discussão na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul, conforme prevê o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 430/08. O Brasil deve ter posições claras em relação aos temas políticos e econômicos da América Latina, disse Casagrande, sem, no entanto interferir nas questões internas de cada país.
O parlamentar ressaltou que o processo de construção democrática ainda precisa ser fortalecido na Venezuela, bem como em outros países da América Latina, como Honduras e Colômbia e o Brasil, como líder político e econômico, "precisa ter cautela" em seus posicionamentos. Qualquer retrocesso, disse o senador, poderá criar dificuldades para o avanço da consolidação democrática nesses países.
01/10/2009
Agência Senado
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