Cavalcanti quer museu para resgatar memória da Guerra de Princesa




O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) reivindicou nesta terça-feira (17) a construção do Museu da Memória da Revolução de Princesa como uma "justa reivindicação do povo paraibano", que, de acordo com ele, quer resgatar um dos momentos mais importantes da história do estado, ocorrido há 80 anos.

O conflito de interesses políticos e econômicos - também conhecido como "Guerra de Princesa" ou "Revolta de Princesa" - representou o choque entre as oligarquias rurais e as elites urbanas em ascensão e foi considerado o ensaio do que viria a ser a Revolução de 1930.

Segundo contou o senador no plenário, a crescente investida do então governador da Paraíba, João Pessoa, contra o poder dos coronéis do interior do estado foi o estopim da discórdia. Após anos de intensa animosidade e ameaças de ambas as partes - materializadas na forma de cobrança de impostos e na atuação de milícias particulares - a guerra foi deflagrada em 28 de fevereiro de 1930. Nessa data, a polícia invadiu a Vila do Teixeira e prendeu membros da família Dantas, ligada ao coronel José Pereira.

- O conflito, a partir daí, ganhou contornos cada vez maiores, chegando a ser proclamada por José Pereira a autonomia administrativa da área em relação ao estado da Paraíba. O Território Livre de Princesa tinha bandeira, hino e jornal, cunhando, inclusive, moeda própria com curso forçado no território, para fazer funcionar a sua economia - relatou.

Cavalcanti assinalou que os revoltosos tinham a aprovação do presidente Washington Luís, adversário de João Pessoa, e um exército bem armado que somava mais de 1,8 mil jagunços e cidadãos leais. Eles lutaram contra a polícia enviada pelo governador. Foram quase cinco meses de combates com muitas mortes e, nesse período, Princesa se tornou uma fortaleza praticamente inexpugnável às forças de João Pessoa.

- Batalhas sangrentas, como a do Casarão dos Patos, entraram para o imaginário popular e foram cantadas em prosa e verso pelos cordéis e divulgadores da história oral, enaltecendo a bravura dos combatentes envolvidos e construindo personagens que marcaram para sempre a história do povo sertanejo. Assim foi com o casal Xanduzinha e Marcolino Diniz, imortalizados na letra genial do rei do baião, Luiz Gonzaga - observou o senador.



17/08/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


VALMIR QUER AÇÃO PARA RESGATAR A CIDADANIA DOS IDOSOS

Roberto Cavalcanti pede apoio ao governo brasileiro nas negociações em busca de uma saída para a guerra cambial

MUSEU ELETRÔNICO DO SENADO PRESERVA MEMÓRIA DO PAÍS

MUSEU ELETRÔNICO DO SENADO PRESERVA MEMÓRIA NACIONAL

Sibá quer resgatar herança positiva de Vargas

Frente Parlamentar apoiará criação de Museu da Memória Afro