CCJ reativa Subcomissão de Segurança Pública



O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi eleito, nesta quarta-feira (28), presidente da Subcomissão de Segurança Pública, que voltará a funcionar no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Com nove membros titulares e igual número de suplentes, a subcomissão deve examinar medidas que possam contribuir para a contenção da criminalidade no país. O vice-presidente da subcomissão será o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

VEJA MAIS

A eleição ocorreu logo após o encerramento da reunião da CCJ. Foi durante a reunião que o presidente do colegiado, senador Demosténes Torres (DEM-GO), anunciou a decisão de reativar a subcomissão, instalada pela primeira vez em 2003 e que atuou por dois anos. Nesse período, surgiram propostas que já estão em vigor, como o sistema de interrogatórios de réus por videoconferência. Outros temas ainda estão em fase de aprofundamento, como a reforma do Código de Processo Penal (CPP).

Ao justificar a reativação da subcomissão, Demóstenes afirmou que o país enfrenta uma situação de caos na área da segurança pública. De acordo com o parlamentar, mata-se mais gente no Brasil do que em países em guerra. O conflito armado em curso no Iraque, acrescentou, registra cerca de 5 mil mortes, enquanto no Brasil, 45 a 50 mil pessoas são assinadas por ano. Segundo ele, isso deve ser debitado ao desmonte do Direito Penal no país, pela crença de que a violência decorre das condições adversas de vida e que a medida mais importante seriam políticas sociais preventivas.

- Segurança pública não é só prevenção. Não se pode esquecer que há um lado importante, que envolve o combate à criminalidade - afirmou.

Depois de afirmar que a culpa não é somente do atual governo, ele disse que diferentes setores começam a sair do "sonho romântico" de que bastavam políticas sociais para enfrentar a criminalidade. Segundo ele, o próprio ministro da Justiça, Tarso Genro, está mudando sua visão. Como acredita Demosténes, muitos criminosos já estão "perdidos" para o convívio social e não podem deixar facilmente a cadeia.

Nesse sentido, o presidente da CCJ observou que, nessa comissão, foi aprovado recentemente projeto que passa a exigir exame criminológico para concessão de benefício de progressão de pena. Como relator, ele apresentou ainda à comissão, nesta quarta, texto substitutivo a propostas com regras mais rigorosas para a progressão entre regimes penitenciários e a concessão de livramento condicional. Como houve pedido de vista, a decisão sobre o substitutivo foi adiada.

Crack

Após ser eleito, Tasso Jereissati afirmou, em entrevista à Agência Senado, que pretende convocar uma reunião da subcomissão para os próximos dias, para montar o plano de trabalho. Ele adiantou que um dos problemas que mais preocupam os senadores nesse momento é a disseminação do consumo de crack no país, tema que deverá ser examinado pela subcomissão, junto com a abordagem das conexões entre a criminalidade e o tráfico de drogas.

- O crack é uma praga que está assolando o país, alcançando os mais diferentes segmentos, indiferentemente da classe social.

A subcomissão deverá também examinar previamente todos os projetos que tratam de questões de segurança públicas distribuídos para a CCJ. Observando a proporcionalidade partidária, incluindo os blocos, Demosténes indicou como membros titulares do colegiado os seguintes senadores: Aloizio Mercadante (PT-SP), César Borges (PR-BA), Pedro Simon (PMDB-RS), Renan Calheiros (PMDB-AL), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Romeu Tuma (PTB-SP) e Osmar Dias (PDT-PR) foram indicados em reconhecimento à dedicação ao tema da segurança pública.

Os suplentes serão Serys Slhessarenko (PT-MT), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Kátia Abreu (DEM-TO), Antonio Carlos Junior (DEM-BA), Francisco Dornelles (PP-RJ), Wellington Salgado (PMDB-MG), Alvaro Dias (PSDB-PR), Gim Argello (PTB-DF) e Flávio Arns (PT-PR).

Guerra urbana

Ainda na reunião desta quarta-feira, a CCJ aprovou requerimento do senador Marconi Perillo (PSDB-GO) para audiência com a finalidade de debater o que o autor chama de "estado de guerra urbana" que se instalou nas regiões onde o tráfico de drogas tem "ditado regras", como no Rio de Janeiro. Para o autor, esse avanço deve ser atribuído à "omissão da União", já que a Constituição federal atribui a esse ente a responsabilidade de prevenir e o tráfico de drogas.

Para participar da audiência, estão sendo indicados o ministro da Justiça, Tarso Genro; o procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos; e o superintendente da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.

Gorette Brandão e Denise Costa / Agência Senado



28/10/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Subcomissão de Segurança discute crise de segurança pública no RJ

Criada Subcomissão de Segurança Pública

Instalada no Senado Subcomissão de Segurança Pública

Subcomissão de segurança pública será reativada

Subcomissão de Segurança Pública define relatores setoriais

Subcomissão de Segurança Pública define plano de trabalho