CCJ vota alterações na Lei de Improbidade Administrativa



Em reunião ordinária marcada para a manhã desta quarta-feira (18), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deverá votar projeto de lei complementar de autoria da senadora Heloísa Helena (PT-AL) que altera a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92). A proposta estabelece que os detentores de mandato, cargo, emprego ou função pública sejam obrigados a apresentar declaração de bens até três anos após o afastamento do serviço público. A matéria tem parecer favorável do relator, senador José Eduardo Dutra (PT-SE).

Na justificação da proposição, a parlamentar argumenta ser possível que esses agentes públicos, mesmo depois de afastados da função, possam praticar -atos que resultem em lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito-. Em especial, cita o crime de exploração de prestígio, no qual -a situação de ex-servidor do sujeito ativo é muitas vezes condição necessária para que o interessado em obter vantagem creia na capacidade do agente influir, persuasivamente, em funcionário público-.

O projeto determina também que esses agentes públicos percam o direito ao sigilo bancário pelo mesmo período de três anos após deixar o emprego, para possível averiguação de controle interno da administração pública. Estabelece ainda que a Secretaria da Receita Federal procederá, obrigatoriamente, à revisão da declaração do Imposto de Renda desses agentes, nos três anos subseqüentes à sua saída do serviço público. Se aprovada pela CCJ, a matéria será submetida à apreciação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), antes de seguir para o Plenário.

Defensoria

Na mesma reunião, a CCJ decidirá, em votação secreta, sobre a indicação de Anne Elisabeth Nunes de Oliveira para a recondução, em novo mandato de dois anos, para o cargo de defensora pública da União. O relator da indicação é o senador Francelino Pereira (PFL-MG).

Completa a pauta da CCJ projeto de lei da senadora Marina Silva (PT-AC) que institui o Conselho de Gestão Fiscal e Responsabilidade Social e cria o Índice Brasileiro de Responsabilidade Social. O relator, senador Pedro Simon (PMDB-RS), pediu a aprovação de um substitutivo que apresentou reformulando o texto original. Se aprovada, a matéria vai para o exame na CAE, onde tem caráter terminativo, ou seja: a comissão dará a decisão final do Senado sobre o assunto, a não ser que um requerimento assinado por pelo menos nove senadores peça sua votação em Plenário.



17/12/2002

Agência Senado


Artigos Relacionados


Projeto altera Lei de Improbidade Administrativa

AGU pede condenação de juiz por improbidade administrativa

Maior agilidade nos processos de improbidade administrativa

Aprovada nova conduta na Lei de Improbidade Administrativa

HELOÍSA HELENA QUER APRIMORAR LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Senado recebe propostas de combate à improbidade administrativa