CE aprova novos critérios para compra e distribuição de material didático na rede pública de ensino




Os programas federais de seleção, aquisição e distribuição de material didático-escolar para a educação básica deverão se submeter a novos critérios e diretrizes. Essa mudança vai alcançar a destinação de livros, obras de referência, periódicos e material de apoio pedagógico a alunos e professores da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio, incluindo a educação de jovens e adultos.

A medida deverá beneficiar estudantes da rede pública e de escolas sem fins lucrativos conveniadas com o governo e está prevista em projeto de lei (PLS 415/11) do senador Paulo Bauer (PSDB-SC) aprovado terminativamente , nesta terça-feira (6), pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

Para receber esse material, as escolas federais, estaduais e municipais - além das conveniadas - deverão firmar termo de adesão específico. Seu processo de aquisição e distribuição levará em conta os registros oficiais do censo escolar relativos ao número de alunos matriculados e professores em exercício.

O projeto também deixa expressa a responsabilidade de a União, os estados e os municípios atuarem em regime de colaboração para assegurar que esse material didático-escolar chegue às escolas antes do início das atividades letivas.

Seleção

Denúncias contra os programas de aquisição e distribuição de livros didáticos pelo governo federal, reveladas no primeiro semestre de 2011, motivaram a apresentação dessa proposta. Segundo recordou Paulo Bauer na justificação, houve casos de livros com conteúdos duvidosos e informações incorretas que passaram pelo crivo da avaliação do Ministério da Educação.

"Convidado a esta Casa para prestar esclarecimentos sobre o assunto, o próprio Ministro de Estado da Educação, Fernando Haddad, reconheceu a lacuna no marco normativo dos programas de material didático", justifica Paulo Bauer.

Para disciplinar a seleção dos programas didáticos e garantir a qualidade do material escolar, o autor sugere diretrizes básicas na proposta como o respeito à liberdade, o apreço à tolerância e a garantia de isenção político-partidária nas obras; a promoção do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; e o respeito à autonomia didático-pedagógica dos docentes e dos estabelecimentos de ensino.

"Assim, o presente projeto de lei intenta preencher esse vácuo. Oferecemos, nesta proposição, sugestão de disciplinamento básico dos programas federais de seleção, aquisição e distribuição de material didático para as escolas de educação básica do País", resumiu.

Segundo o autor, o descumprimento dessas diretrizes implica a responsabilização administrativa da autoridade competente, sem prejuízo das sanções previstas na legislação.

Ao ler o relatório elaborado pelo senador Magno Malta (PR-ES), a relatora ad hoc, senadora Ana Amélia (PP-RS) destacou que mérito da medida é o fato de a proposta não criar um programa governamental novo, mas estabelecer bases mínimas para o funcionamento satisfatório dos já existentes. "Um grande diferencial da proposta em exame é a relativa garantia de perenidade aos requisitos dos programas em execução ou que venham a ser adotados. Tal medida pode contribuir para melhoria da qualidade dos materiais e para a efetividade desses programas", avaliou.

Simone Franco e Rodrigo Baptista / Agência Senado

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



07/12/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Cidadania: Sabesp comemora o Dia Mundial da Água com palestras e distribuição de material didático

Recuperação da rede estadual terá material didático inédito

Projeto de Ademir estabelece novos critérios para distribuição dos recursos do FAT

Projeto introduz novos critérios para distribuição do Fundo de Participação dos Estados

Distribuição de ICMS aos municípios pode ter novos critérios

Ricardo Santos propõe novos critérios de distribuição dos "royalties" de petróleo