César Borges acusa governo de reestatizar setor petroquímico e prejudicar o Pólo de Camaçari
O senador César Borges (DEM-BA), em discurso no Plenário, nesta terça-feira (7), acusou o governo federal de promover a reestatização do setor petroquímico, desestimulando com isso o investimento privado nesse campo, já que a Petrobras passa a ser fornecedora de matéria-prima, cliente e concorrente.
A atitude do governo, afirmou o senador, gera concorrência desleal e fere a Lei 8.884/94, que dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica. César Borges citou a aquisição da Petróleo Ipiranga e do Grupo Suzano como sinais que confirmam seus argumentos.
- Essa atuação da Petrobras é o indício claro da reestatização do setor. Isso está preocupando o setor privado e pode afugentar novos investimentos, afirmou César Borges.
Para ele, "a Petrobras deu um passo contrário em relação à tendência mundial de empresas petrolíferas que concentram seus investimentos nas buscas e exploração das novas reservas de petróleo e gás".
César Borges mencionou ainda reportagem publicada pelo jornal A Tarde, afirmando que a estatal vem direcionando investimentos e consolidando negócios nas regiões Sul e Sudeste do país, em detrimento do Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, e por conseguinte, afetando toda a região Nordeste.
O parlamentar citou a perda de negócios milionários, como uma planta de PTA para têxteis de R$ 580 milhões ou o investimento de 360 milhões de dólares em aço acrílico para tintas e revestimentos. Além disso, de acordo com sua avaliação, a falta de infra-estrutura de transportes também prejudica Camaçari.
- A Bahia está ficando de fora de novas oportunidades de investimento do setor petroquímico, o que significa menos emprego e renda para o povo, e o processo está sendo capitaneado pela Petrobras - disse César Borges.
07/08/2007
Agência Senado
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