César Borges acusa governo de ter traído o eleitor que acreditou na promessa do gás natural
O senador César Borges (PFL-BA) acusou o governo, em pronunciamento nesta terça-feira (14), de "estelionato eleitoral" no que se refere às promessas feitas sobre o gás natural. Ele salientou que o país apostou nas vantagens da conversão da matriz energética, seguro de que o suprimento estava garantido e de que os preços seriam mantidos.
Agora, no entanto, lamentou o parlamentar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se subordina aos interesses da Bolívia e aceita o ultimato imposto à Petrobras pelo presidente daquele país, Evo Morales, que ameaça cortar o fornecimento do combustível se o novo contrato não for assinado até o fim deste mês, nos termos impostos, o que levaria ao aumento dos preços.
- Isso é uma tungagem com o consumidor brasileiro, com os taxistas, com as indústrias que investiram no gás. Além de tudo, essa atitude irá prejudicar a nossa política energética, desestimulando o consumo do combustível natural e freando ainda mais o crescimento da nossa economia - afirmou, frisando que a infra-estrutura do país padece de investimentos.
Para o senador baiano, Lula é guiado por seu "líder inspirador", o presidente venezuelano Hugo Chávez, com quem participou, nesta segunda-feira (13), da inauguração de uma ponte sobre o Rio Orinoco, construída naquele país pela empresa brasileira Odebrecht. Borges citou dados da imprensa que informam que cerca de um terço do US$ 1,2 bilhão empregado na obra foi financiado pelo Banco do Brasil, o que foi contestado pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).
Medidas provisórias
César Borges também protestou diante da forma como o governo federal utiliza as medidas provisórias, "usurpando o papel do Legislativo" e, muitas vezes, segundo ele, sobre projetos de lei dos próprios parlamentares, antecipando-se, assim, à prerrogativa dos mesmos.
O senador citou o caso recente da aprovação da medida provisória (MP 312) que prorrogou para 2008 o prazo para os trabalhadores rurais requererem aposentadoria por idade. Segundo o senador, um projeto de sua autoria (PLS 173/05), com o mesmo conteúdo (a única diferença seria o período de prorrogação - três anos, no caso da proposta do senador), foi aprovado pelo Senado Federal em 2005 e tramita na Câmara dos Deputados.
- O governo faz cartaz com chapéu dos outros - disse.14/11/2006
Agência Senado
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