César Borges atribui divisão regional na eleição presidencial a clientelismo do governo



O senador César Borges (PFL-BA) destacou, em discurso em Plenário nesta quarta-feira (4), a divisão geográfica revelada no resultado do primeiro turno da eleição presidencial. No Norte e no Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu vencedor, enquanto Centro-Oeste, Sudeste e Sul demonstraram preferência pelo candidato da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin.

- Por que essa polarização? Por que essa divisão, se ele [Lula] não fez para o Nordeste nada do que havia prometido, nada, absolutamente? Senão vejamos: a Sudene [Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste], que foi prometida pelo presidente Lula, foi recriada? Onde estão os grandes investimentos em infra-estrutura, portos, rodovias, ferrovias, hidrovias, hospitais? - indagou o parlamentar.

Para o senador, "a dicotomia entre o resultado das eleições no Nordeste, no Sudeste e no Centro-Sul do país ocorre em função da política clientelista do governo", citando particularmente o programa Bolsa-Família.

César Borges comentou ainda o resultado das eleições na Bahia, dizendo que ele não reflete o bom desempenho da gestão do governador Paulo Souto e das administrações sucessivas do PFL no estado. Lembrou que no governo Paulo Souto a economia baiana cresceu duas vezes e meia a mais que a média nacional. César Borges enalteceu também a atuação do senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), que não conseguiu se reeleger.

- Temos aqui o reconhecimento da Casa, dos seus pares pelo trabalho do excelente senador Rodolpho Tourinho, e sabemos que quem vai perder é o Senado, é o Congresso Nacional. E também a Bahia perderá, porque é um senador competente, capaz, que relata aqui os principais projetos, inclusive do governo - elogiou.

César Borges insistiu na necessidade de esclarecimento sobre a origem do dinheiro que seria utilizado na compra do dossiê contra candidatos tucanos.

O senador foi aparteado pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que criticou Lula porque esse teria "matado a respeitabilidade" do seu governo pelos escândalos de corrupção. Também em aparte, o senador Sibá Machado (PT-AC) destacou que o presidente Lula está tranqüilo quanto ao segundo turno das eleições e salientou que o debate se dará em torno dos grandes temas nacionais.

04/10/2006

Agência Senado


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