Eleição deste ano pode apresentar forte divisão regional e socioeconômica, diz pesquisador
Ao contrário das últimas eleições, a deste ano poderá ser marcada por uma forte divisão regional e socioeconômica. Essa afirmação foi feita por Alberto Carlos Almeida, diretor do instituto de pesquisas Ipsos, durante palestra feita nesta segunda-feira (3) na Universidade do Legislativo Brasileiro (Unilegis), em Brasília. Como exemplo, ele citou o caso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, "cuja votação em 2002 foi muito bem distribuída entre as classes sociais, mas que neste ano deverá obter votação muito mais expressiva entre os mais pobres".
Quanto à questão regional, Almeida lembrou que, nos pleitos de 1989 (vencida por Fernando Collor de Mello), 1994 e 1998 (Fernando Henrique Cardoso) e 2002 (Luiz Inácio Lula da Silva), os candidatos eleitos venceram em quase todos os estados. Mas, desta vez, ressaltou ele, poderá haver uma clara divisão entre os votos provenientes do Nordeste - onde Lula lideraria as pesquisas de intenção de voto - e os oriundos das outras regiões do país.
Almeida contrastou as últimas eleições presidenciais brasileiras com as dos Estados Unidos - país onde, ressaltou ele, há uma divisão de votos entre republicanos e democratas que se manifesta ao longo do território.
- Lá existe, em termos regionais, uma polarização ideológica maior que aqui, ao menos até a eleição brasileira deste ano. Grosso modo, o meio dos Estados Unidos vota preferencialmente nos republicanos, enquanto as duas costas litorâneas desse país preferem os democratas - declarou ele.
Ao comentar as pesquisas conduzidas pela Ipsos, Almeida disse que, "mantendo-se o cenário atual", Geraldo Alckmin deve continuar crescendo nos levantamentos de intenção de voto, inclusive no Nordeste, mas não o suficiente para ultrapassar Lula.
Estiveram presentes à palestra Agaciel da Silva Maia, diretor-geral do Senado Federal e vice-reitor executivo do Unilegis, e Armando Sobral Rollemberg, diretor da Secretaria Especial de Comunicação do Senado, que atuou como moderador.03/07/2006
Agência Senado
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