César Borges critica crescimento do PIB em 2006 e se diz cético quanto ao PAC
O senador César Borges (PFL-BA) criticou o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006 - 2,9% - divulgado nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele lembrou que no início do ano passado, quando o governo anunciou um crescimento de 4,5%, a oposição apontou a falta de condições do país para alcançar esse objetivo.
César Borges enumerou, entre as condições adversas para o crescimento do PIB, os altos juros, a falta de financiamento para a produção, de infra-estrutura e de apoio à agricultura e à indústria.
- Absolutamente nada foi feito para que o país crescesse 4% ou 4,5% - disse o senador.
O parlamentar lembrou que 2006 foi o segundo ano seguido em que o crescimento do PIB ficou abaixo de 3%. Em 2005, a economia brasileira cresceu apenas 2,3%. A média, ao longo dos quatro primeiros anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, salientou o senador, foi de 2,6%, enquanto a economia mundial cresceu 5,2% anuais no mesmo período. Com o resultado de 2006, acrescentou, a economia brasileira completa 11 anos de crescimento abaixo da média mundial.
O senador também criticou o Programa de Crescimento Acelerado (PAC), lançado pelo governo em janeiro, afirmando que "não passará de promessas" e de "um engodo", porque não há recursos para sua execução. Ele apontou o contingenciamento de R$ 16 bilhões dos R$ 22 bilhões previstos para investimentos, este ano, para reforçar sua tese
César Borges apontou ainda a política cambial do governo, que classificou de artificial, como uma das causas do baixo crescimento do PIB. Ele explicou que o "artificialismo do dólar" faz com que o Brasil deixe de ser competitivo nas exportações.
- Essa é a política macroeconômica do país. Estamos controlando a inflação, sim, mas estamos nos esquecendo do crescimento econômico - lamentou, citando estudo do Fundo Monetário Internacional segundo o qual, de 177 países, o Brasil está na 142ª posição em desenvolvimento econômico, abaixo da economia mundial e muito abaixo dos países emergentes como Índia, China, México e Irlanda.
César Borges concluiu dizendo que, na América Latina, o Brasil só cresceu mais do que o Haiti.
28/02/2007
Agência Senado
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