César Borges critica "vexame" do Primeiro Emprego



O senador César Borges (PFL-BA) disse nesta quarta-feira (28) que o governo precisa romper com a sua inércia e criar uma agenda positiva na área da microeconomia, com programas bem estudados que preservem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de passar "vexame", como o que ocorreu com o programa Primeiro Emprego. Essa agenda, segundo o senador, tem que ter ações efetivas para cumprir compromissos de campanha.

Ao mesmo tempo, continuou, o governo precisa tomar outras providências, como liberar recursos para infra-estrutura e retomar obras paralisadas. César Borges citou o caso do metrô de Salvador, "que até agora não recebeu um real" e poderia estar beneficiando a população baiana e gerando empregos.

César Borges classificou de "propaganda enganosa" o que o governo fez com o programa Primeiro Emprego, prometendo "400 mil postos e não ter conseguido criar sequer 500". Ele lembrou que o programa foi anunciado com grande estardalhaço pelo ministro Jaques Wagner, um baiano que só ocupou o Ministério do Trabalho, na sua avaliação, porque perdeu as eleições já no primeiro turno para Paulo Souto, e que agora está à frente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, "que ainda não mostrou a que veio".

O presidente Lula, continuou César Borges, reconheceu os problemas do programa.

- Hoje o governo admite que houve boa intenção mas que o programa foi mal estudado. Fala-se em reestruturação e no aumento do recrutamento de jovens pelas Forças Armadas. Mas a imprensa já está tratando essa iniciativa como o programa Recruta Zero, em alusão ao Fome Zero - acentuou, acrescentando que esse pode não ser o caminho. "O presidente está sendo mal assessorado e não poderia ter frustrado a esperança de milhares de jovens do país", criticou.

César Borges disse ainda que os índices alarmantes do desemprego, com a divulgação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de um contingente de 2,725 milhões de pessoas à procura de postos de trabalho em março, só acentuam o medo e a decepção que toma conta dos brasileiros.

- Queremos que o governo comece a governar e tome como lição o que ocorreu com o Primeiro Emprego - afirmou.



28/04/2004

Agência Senado


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