CI debate uso do gás natural para a geração de eletricidade



O mercado de gás natural no país está em crescimento e necessita de maiores investimentos, como forma de atender à demanda, segundo especialistas que participaram de audiência pública realizada nesta terça-feira (25) pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI). Os convidados defenderam, também, a construção de um maior número de termoelétricas destinadas a servir de apoio para que o país possa enfrentar possíveis problemas no sistema hidrelétrico, evitando-se desta maneira riscos de racionamento e de apagões.

A secretária de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério das Minas e Energia, Maria das Graças Silva Foster, pregou o incremento da produção e comercialização do produto e previu que, para isso, é necessária a imediata construção de nada menos do que cinco mil quilômetros de gasodutos. Durante a audiência pública, que durou quatro horas, os técnicos deixaram claro que o país necessita de uma lei específica para o gás, a exemplo do que já ocorre com o petróleo. O presidente da CI, senador José Jorge (PFL-PE), apoiou a sugestão.

O vice-governador da Bahia e presidente do Fórum dos Secretários de Energia, Eraldo Tinoco, defendeu uma imediata interligação de todos os subsistemas de gás no país. Ele entende que a construção do gasoduto ligando as redes Sudeste/Nordeste, já em estudo pela Petrobras, é de fundamental importância.

Também tomou parte na audiência pública o superintendente de Comercialização e Movimentação de Gás Natural da Agência Nacional de Petróleo (ANP), José Cesário de Cechi, que falou sobre a regulamentação do gás natural e defendeu o crescimento da produção de forma saudável e sustentável.

Djalma Rodriguez de Souza, presidente da Gaspetro - subsidiária da Petrobras - informou que o país possui, atualmente, 22 termoelétricas que, observou, servem como uma espécie de reserva, a chamada energia de segurança, destinada a garantir e dar maior tranqüilidade ao sistema energético brasileiro em caso de riscos de racionamento.

Já o vice-presidente de Assuntos Regulatórios e Planejamento da Associação Brasileira de Geradoras Termoelétricas, Xisto Vieira Filho, lembrou que o sistema energético brasileiro está centrado em hidrelétricas, razão pela qual entende que a geração de energia por meio de termoelétricas deve ser incrementada, como uma espécie de base para se evitar possíveis apagões ou racionamentos.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Natural, Romero de Oliveira e Silva, pregou a ampliação das malhas de gasoduto. Ele sugeriu que parte dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) poderia ser usada na construção da malha. João Carlos de Luca, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), pregou o que classificou de -choque de competitividade-, para que o gás natural brasileiro possa ser atraente e passe a competir de igual para igual no mercado interno.



25/11/2003

Agência Senado


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