Ciência e esporte andam juntos, afirma campeã olímpica



Cinco anos atrás, Maurren Maggi entrava para a história do esporte brasileiro como a primeira mulher a conquistar o ouro olímpico em uma prova individual, ao saltar 7,04 metros no estádio chinês Ninho do Pássaro, em Beijing (Pequim). Nesta quinta-feira (24), a atleta trouxe a principal medalha de sua vida para a 10ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) de Brasília, realizada no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, onde fez palestra e visitou estandes.

Para a medalhista, ciência, saúde e esporte – tema da SNCT neste ano – “caminham juntos, dos pés à cabeça”. “Seja na fabricação de um tênis adequado, mais macio ou mais duro, um pouco mais para dentro ou para fora, dependendo da pessoa; seja na roupa que absorve menos o calor ou retém mais o líquido no corpo; nos especialistas que nos ajudam a prevenir uma lesão; nos equipamentos de musculação; na pista; na areia; no computador que nos informa a velocidade em que saímos do chão e caímos no tapete”.

Maurren ilustrou a simbiose entre atleta e tecnologia com um detalhe da prova que a consagrou, em 2008. “Naquela época, até tive que mandar fazer mais sapatilhas de uma edição que havia saído de linha. O fornecedor produziu exemplares extras para as minhas competições, inclusive para Pequim”, contou.

Carreira

Na palestra, a atleta interagiu com um público formado por crianças, adolescentes, universitários e professores. Ela lembrou de suas primeiras competições, quando superava meninos em corridas em torno de praças de São Carlos (SP), sua cidade natal.

Hoje, aos 37 anos de idade, Maurren falou sobre seus planos para o futuro, que incluem participações nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto (Canadá) e nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

“Até 2016, eu quero estar muito nas pistas, treinando para o Mundial, em março do ano que vem, na Polônia. Mas meu pensamento mesmo é me recompor em 2014, para tentar minha quarta medalha de ouro em Pan-Americanos”, afirmou Maurren, tricampeã em salto em distância da disputa continental, em Winnipeg (EUA-1999), Rio de Janeiro (2007) e Guadalajara (México-2011).

Com aposentadoria marcada para as próximas Olimpíadas, quando completa 40 anos, a atleta revelou já possuir projetos fora das pistas em andamento. O principal deles é o Troféu Maurren Maggi, cuja primeira edição ocorreu em setembro e envolveu 25 escolas da Grande São Paulo, com o objetivo de incentivar crianças de 7 a 12 anos e seguir rumos esportivos. Segundo ela, há convites para promover o torneio de atletismo em outras cidades.

Atualmente, ela é conselheira do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), onde participa de reuniões com ex-atletas e treinadores, em busca de propostas para os jogos a serem realizados no Rio.

Estandes

Depois da palestra, Maurren conheceu a “pista interativa”, atração em que os visitantes podem apostar corrida diante de um cenário virtual e se informar com dados técnicos como número de passadas, velocidade máxima e os recordes do jamaicano Usain Bolt nos 100 metros rasos. Os jogos incluem basquete, futebol e vôlei.

No espaço da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a saltadora converteu uma bola de lixo cesta adentro, em uma atividade lúdica chamada “basquete da sustentabilidade”, em que os visitantes recebem informações sobre reciclagem. De passagem pelo estande da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), Maurren levou materiais educativos do projeto AEB Escola, como quebra-cabeças e satélites para cortar e montar, para sua filha.

Ela também manobrou os simuladores de navio e submarino, em meio a uma Baía de Guanabara digital, e acompanhou um voo virtual nos estandes da Marinha e da Força Aérea Brasileira (FAB), além de visitar os espaços do Exército e da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (Abipti).

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



24/10/2013 18:08


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