Ciro cresce três pontos e está mais perto de Lula









Ciro cresce três pontos e está mais perto de Lula
Pesquisa CNT/Sensus aponta queda do petista e estabilidade de Serra, empatado com Garotinho

O candidato Ciro Gomes (PPS) foi o único que teve aumento nas intenções de voto na pesquisa do Instituto Sensus para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada ontem e realizada entre domingo e terça-feira.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança, com 33,4%, seguido de Ciro, com 28,6%, com crescimento de 3,1 pontos percentuais. Na pesquisa anterior, Lula tinha 34,9% e Ciro, 25,5%.

Em terceiro lugar, aparece o candidato José Serra (PSDB), com 13,4%, em empate técnico, com o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PSB), com 12,1%. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais. Serra manteve o mesmo percentual, enquanto Garotinho caiu 0,4 ponto. O número de indecisos, votos em branco e nulos caiu de 13,2% para 12,1%. O Sensus ouviu 2 mil eleitores em 195 municípios do País.

Ciro venceria Lula num segundo turno. Ciro teria 48,6% das intenções de voto contra 42% de Lula. Já num segundo turno entre Lula e Serra, o petista venceria com 49,5% das intenções de votos ante 38 2% do do tucano.

Se o segundo turno fosse entre Lula e Garotinho, o candidato do PT venceria com 50,6% ante 32,5%. Caso o segundo turno fosse entre Ciro e Serra, o candidato do PPS venceria com 53,4% contra 30,3% do PSDB.

O nível de rejeição de Lula subiu de 25,4% para 29,7%. O segundo maior nível de rejeição é de Garotinho, com 16,5%, contra 13,3% da sondagem do fim de julho. Serra tem nível de rejeição de 13,9%, ante 12,3% na pesquisa anterior. Ciro teve a rejeição elevada de 6,1% para 7,7%.

Lula foi considerado o vencedor do primeiro debate entre os presidenciáveis, promovido pela Rede Bandeirantes de Televisão. De acordo a pesquisa CNT/Sensus, dos eleitores que assistiram a todo ou parte do debate, 34,2% consideraram que Lula foi o vencedor do encontro. Para 26,1%, o ganhador teria sido Ciro, enquanto 8,4% consideraram que o vencedor Serra e 8,1% disseram que foi Garotinho.


Garotinho critica FHC e muda vaia para aplauso
O candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) à Presidência, Anthony Garotinho, foi recebido com vaias pelos alunos da Universidade de Brasília (UnB) na segunda palestra de presidenciáveis promovida pelo fórum "Brasil em Questão - a Universidade e a Eleição Presidencial".

A exemplo do que ocorreu com Ciro Gomes na semana passada, os cerca de 700 universitários que foram à palestra, realizada ontem, foram hostis logo que o candidato chegou. No entanto, Garotinho conseguiu arrancar aplausos em dois momentos durante o discurso.

Na primeira vez, o ex-governador do Rio de Janeiro criticou a política do atual governo de obter empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) . "Todos os países que aplicaram o receituário do FMI amargaram os mesmos problemas pelos quais o Brasil está passando agora", disse o candidato.

A platéia voltou a aplaudir Garotinho quando ele fez um balanço final do governo FHC. "O que fica do governo Fernando Henrique é um País empobrecido, com alto número de desempregados e indicadores sociais terríveis", afirmou.

Durante a palestra o candidato do PSB, expôs pontos do programa de governo voltados ao crescimento econômico do País e questões relativas à segurança pública. Garotinho insistiu em questões como reforma tributária e crescimento nacional por meio de investimentos no setor produtivo nacional. Além disto, o ex-governador também reafirmou o compromisso de campanha de elevar o salário mínimo para R$ 280,00 em maio do ano que vem e para R$ 400,00 até o ano de 2004.

De acordo com ele, o dinheiro para o reajuste do mínimo viria do corte na taxa de juros internos. "No ano passado, só para o pagamento de juros e amortização da dívida o governo gastou R$ 108 bilhões", disse. "O impacto nas contas públicas do aumento no salário mínimo será de R$ 21 bilhões no primeiro ano. A cada corte de um ponto percentual na taxa de juros economizamos R$ 5 bilhões", explicou Garotinho.

Após a pergunta de um estudante sobre o desempenho ruim do candidato nas pesquisas de intenção de votos Garotinho acusou a mídia brasileira de manipular a campanha. "O espaço dado aos demais candidatos é bem maior que o cedido a mim nos jornais", afirmou. "Não entendo isto pois tenho o mesmo índice do candidato do governo nas intenções de votos e enquanto ele ganha três páginas fico com uma coluna", completou o ex-governador. Ao final da palestra, dos 700 universitários que receberam candidato do PSB apenas cerca de 400 pessoas ainda o ouviam.


Tucanos jogam tudo no horário eleitoral
O comando da campanha do candidato José Serra (PSDB) aposta no horário gratuito, que começa na terça-feira, para reverter a situação do tucano, em terceiro lugar nas pesquisas de opinião.
O presidente do PSDB e candidato ao Senado, José Aníbal, afirmou ontem em São Paulo Serra, "tem tempo suficiente de TV para mostrar que é o candidato mais coerente e mais preparado" e reverter as pesquisas.

"O eleitor vota de acordo com a informação que tem. Se a gente acha que ele está votando errado, é porque não está suficientemente informado", afirmou, durante café da manhã com 23 executivos de empresas francesas instaladas no País. Ele fez defesa aberta de Serra para os empresários presentes e destacou que "o PSDB não tem lição de ética, lição de moral nenhuma a receber de ninguém".

Já o coordenador político da campanha de Serra, deputado Pimenta da Veiga, disse ontem que o programa do candidato tucano a ser exibido no horário eleitoral será propositado e positivo. Segundo ele, o programa vai realçar o que é fundamental e trará propostas que terão como marca as idéias do candidato.

Ele acrescentou que o candidato do PSDB não pretende usar o horário eleitoral para fazer denúncias ou ataques aos adversários.


PPS faz o programa de TV sem ataques
O comando da campanha do candidato a presidente pela Frente Trabalhista (PPS, PDT e PTB), Ciro Gomes, disse ontem que já está pronta mais da metade do programa do horário eleitoral gratuito de estréia, na próxima terça-feira.

De acordo com o coordenador de marketing da campanha, Einhrt Jacome da Paz, serão apresentadas propostas e não há intenção do candidato em adotar uma postura de ataque no começo da propaganda eleitoral.

Ciro cancelou a gravação do programa, que realizaria, ontem à noite, no bairro do Bexiga, em São Paulo. Segundo assessores do candidato, Ciro cancelou a gravação porque se estendeu em compromissos pessoais e, por estar muito cansado, não ficaria bem nas imagens para realizar a gravação.

"Vamos trabalhar propostas de governo. Apresentaremos um problema nacional, faremos o diagnóstico e Ciro demonstrará a solução para esse problema", disse o marqueteiro. Eventuais ataques de adversários serão respondidos pelo uso de direito de resposta.

Paz confirmou que foram gravadas as participações da namorada de Ciro, a atriz Patrícia Pillar, o que já teria adiantado a maior parte do conteúdo do programa.


Lula conversa com FHC "sem amargura"
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ontem, em Foz do Iguaçu (PR), que pretende ter uma conversa sem "amarguras" com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que, na segunda-feira, receberá, em encontros separados, os principais candidatos em Brasília para discutir a transição do governo e o novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A intenção, disse Lula, é apresentar propostas "claramente", sem levar idéias previamente concebidas de como deve ser o encontro no Planalto.

"Um político não tem de se preocupar com muita prevenção" , disse. "Se você vai conversar de forma já pré-concebida do que vai acontecer, você já vai amargurado, trancado e até reprimido. Quero ir aberto", disse.

Apesar do tom amigável das declarações, Lula criticou o presidente. "Eu conheço o Fernando Henrique e ele me conhece, eu conheço os problemas do Brasil, mas ele parece que não conhece", ironizou. "Eu sei o que quero para o País e vou dizer com a maior clareza."

Lula apelou aos outros candidatos para que levem projetos concretos para tentar resolver as dificuldades econômicas do País e, depois da conversa, os tornem públicos. "Acho importante que todos os candidatos conversem e digam o que querem, não apenas para o Fernando Henrique, mas também para a imprensa."

No segundo dia no Paraná, Lula destacou o potencial turístico da região por causa das cataratas e criticou o governo por não aproveitá-lo.


Brasil cresce menos em 2002, admite o governo
Memorando a ser enviado ao FMI reduz de 2% para 1,5% a previsão de crescimento para o PIB

O governo cortou de 2% para 1,5% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano. Esse número circula nos meios técnicos e deverá constar do Memorando de Política Econômica que acompanha o novo acordo do Brasil com o FMI. Para 2003, a estimativa é de uma taxa de crescimento de 3%.

A frustração sobre o nível de atividade da economia se deve, sobretudo, à crise financeira que se aprofundou a partir do fim de maio passado. O dólar caro e as incertezas quanto ao futuro da política econômica inibem o investimento e o consumo de bens duráveis, que são dois fatores importantes para aquecer a economia. Dependendo da extensão da crise, as taxas de crescimento podem ser ainda mais comprometidas.

As incertezas fizeram subir as taxas de juros no longo prazo, o que também representa um constrangimento aos investimentos. Por isso, acreditam os técnicos, nem um eventual corte na taxa de juros básica teria um efeito forte o suficiente para fazer a economia crescer 2%.

No primeiro semestre, as taxas de crescimento registraram variação de apenas 0,07% com relação a igual período de 2001, ou seja, a economia ficou praticamente estagnada. Taxas mais elevadas eram esperadas no segundo semestre, mas a atividade econômica vem perdendo fôlego desde o segundo trimestre do ano.

Para impedir uma queda ainda mais aguda, o governo aposta nas exportações. No entanto, para que as exportações cresçam é necessário retomar as linhas de crédito aos exportadores, que escassearam com a crise. O governo tenta contornar o problema com linhas de crédito do BNDES.
Crescimento menor significa, antes de mais nada, que se criarão menos empregos.

Como a nova projeção fica abaixo da expansão populacional do País, haverá também uma queda da renda per capita: ou seja, haverá uma redução do padrão de vida dos brasileiros.

Está implícito nas projeções que se tornou impossível uma queda significativa nas taxas de juros, o que estimularia o consumo e a produção.

Crescimento menor costuma significar, com freqüência, piora na distribuição de renda.


Artigos

Esse é um país que...
Sylvio Guedes

Fraudes e roubalheira no ISS. Desaparece o dinheiro que é usado para pagar a aposentadoria de milhões de idosos, carentes, deficientes, gente que precisa desesperadamente da previdência social para sobreviver. Falsificação de medicamentos, fundamentais para a qualidade de vida e a sobrevivência de milhares de pessoas.

Clínicas que usam água contaminada para realizar a hemodiálise, dolorosa e torturante rotina que mantém vivos os pacientes renais. Venda de alimentos deteriorados, com prazo de validade vencido, capazes de levar à morte, em pouco tempo, a quem os ingerir. Adulteração de combustível, vendido basicamente às pessoas que menos recursos têm para eventualmente consertar os motores estragados.

Assaltos dentro de ônibus, transporte usado justamente pelos mais pobres para ir ao trabalho e voltar para casa, recolhendo os trocados de quem precisa muito deles para comer o pão de cada dia. Derrubada de árvores e tráfico de animais silvestres, crimes contra a natureza e contra o próprio futuro de nossos filhos e netos.

Venda de drogas, com brasileiros ajudando a destruir os próprios brasileiros. Grilagem de terras, usurpação do patrimônio público e do Estado, onde sempre prevalece a lei do mais forte, um faroeste caboclo sem regras e sem moral.

Transporte ilegal de passageiros, pelo qual empresários atentam contra a segurança da população exclusivamente em busca do lucro fácil.

Pirataria de CDs, prejudicando milhares de músicos e artistas que são parte preciosa do patrimônio cultural da Nação. Clonagem de celulares e de placas de automóveis. Um cidadão decide fazer economia às custas da bancarrota de seu semelhante.

Tráfico de bebês, trabalho infantil, trabalho escravo, crimes contra a humanidade, manifestações de bárbarie que nos envergonham e nos aviltam diante do mundo.

Fraudes nos vestibulares e nos concursos públicos, com a venda de gabaritos. Punidos os que estudam e se esforçam, beneficiados os que têm dinheiro para passar por cima dos que nada têm, exceto a esperança e a vontade de progredir.

Sem pesquisas, sem fazer consultas, sem procurar me esforçar muito, fiquei apavorado. Em pouco tempo, lembrei-me de tantos e tão deprimentes episódios envolvendo o nosso grande país – aqueles que, há 30 anos, diziam que ia para a frente, mas até agora não engatou a primeira – que cheguei a uma tristíssima conclusão. Desculpem-me pela franqueza, mas em termos de maldade e cupidez os políticos ainda têm muito a aprender com o povo brasileiro.


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

Marinha nada nas licitações
As Forças Armadas alegam estar sem dinheiro, após a tesourada do ministro Pedro Malan, mas a Marinha comprou terça-feira um lote de 400 mil camisetas brancas: a regata saiu por R$ 3,70 a unidade e a meia-manga por R$ 4,90, mas é possível encontrá-las a R$ 1,90. Roupas e acessórios adquiridos pelo setor de fardamento, o Comrj, fogem às especificações, como um tênis da marca Zaga, de uma empresa de fachada.

Bom cabrito
Há dias, ao receber Mangabeira Unger, amigo e assessor econômico de Ciro Gomes, o atual manda-chuva da Globo, João Roberto Marinho, foi de uma sinceridade desconcertante: "O senhor é uma das restrições que fazemos ao candidato". Unger empalideceu, mas não passou recibo.

Previsão do tempo
Antes das eleições, muita água vai passar por cima da ponte. Água suja.

Aditivo no lixo
O ministro Juarez Quadros (Comunicações) anulou um "termo aditivo" entre a Empresa de Correios e Telégrafos e o Bradesco que ampliava os serviços do chamado "Banco Postal". O ex-presidente da ECT, Hassan Gebrim, desafeto de Quadros, fez o vantajoso "aditamento" ao contrato às vésperas de deixar o cargo. Os assessores de Quadros falam horrores de Gebrim.

Barbas de molho
Muitos ilustres brasileiros vêem com preocupação as enchentes na Europa. Temem inundação nos bancos da Suíça.

Traição nas nuvens
O senador Roberto Freire, presidente do PPS, de Ciro Gomes, encontrou Rita Camata, vice de José Serra, em pleno vôo 3701 da TAM, que saiu de Brasília para a São Paulo ontem às 9h11. À parte a constatação de que vice de Serra não anda de jatinho como ele, espantaram os passageiros o abraço para lá de afetuoso e a conversa de pé-de-orelha entre os dois.

Fast-food
Os cozinheiros da Presidência da República já sabem o que vão servir aos quatro candidatos que visitarão FhC, segunda-feira: sanduíche de pepino com abacaxi. O pão é aquele que o FMI amassou.

Xerox é fria
Para adquirir um cartucho de tinta para um fax Xerox, o refém, ou melhor, o cliente, precisa ligar no 0800, fazer um cadastro completo, dar o número do cartão de crédito ou fazer depósito bancário antecipado e aguardar no mínimo 20 dias para receber a mercadoria. E, na próxima, mudar de marca.

Banda podre
Suspeita-se que policiais do Rio receberam R$ 600 mil para dar cobertura ao bandido Elias Maluco, que matou o jornalista Tim Lopes. O Disque-Denúncia oferece R$ 50 mil por sua localização. Se ele aparecer morto (é um arquivo a ser queimado), alguém pode estar ganhando R$ 650 mil...

Jogando a toalha
Ao receber um importante candidato tucano a governador, no último fim de semana, e diante dos comentários sobre o fraco desempenho de José Serra nas pesquisas, FhC brincou: "Também, com esse candidato que vocês arranjaram para mim..." O visitante saiu da audiência convencido de que FhC "já realizou a perda". E que já acha que o problema é de Serra.

História de família
Ao assumir o cargo, o novo presidente da ECT, Humberto Motta, mal conteve a emoção. É que o ato resgatou um pouco da história da família, no norte de Minas: sua avó foi telegrafista dos Correios a vida toda, e quando ela adoeceu o pai de Motta se preparou para assumir o lugar, em vão.

A mágica da multiplicação
O próximo alvo da CPI sobre irregularidades na Prefeitura de Nova Iguaçu (RJ) é o diretor-financeiro da Empresa de Limpeza Urbana. Ganhando R$ 1.600 mensais, Paulo Lúcio Crispim teria mansão na praia, lancha etc. O presidente da comissão de licitação, Paulo Romualdo, ganha a mesma coisa e é acusado de aumentar o patrimônio de R$ 17 mil para R$ 260 mil.

Água serra abaixo
Ciro Gomes e sua turma saíram terça-feira de um jantar na casa do empresário Ricardo Steinbruch, em São Paulo, convencidos de que o alto empresariado paulista já desembarcou mesmo da candidatura José Serra. Alguns até chamaram Ciro de "presidente". O candidato fechou a cara.

Cara de palhaço
Na última enquete do site claudiohumnberto.com.br ("De que tanto riem os políticos, nos cartazes?") a maioria dos leitores (62%) acredita que eles riem de nós. Então o jeito é rir por último, no dia 6 de outubro.

Chutometria
Os programas de governo vão aparecendo, ambiciosos, mas há vários pontos coincidentes. Entre eles, podemos alinhar: no setor de alimentos, a multiplicação de pães e peixes. Na área de irrigação, a transformação de água em vinho. E, para quem acreditar e votar, o paraíso.

Pobre, porém decente
Os argentinos são uns fracos abusados: segundo O Clarín, os partidos políticos e suas alianças terão que revelar as fontes de financiamento de campanha no site do Poder Judiciário (pjn.gov.ar), por determinação do TSE local. Têm dez dias antes das eleições, em março de 2003. Qualquer cidadão terá acesso e proibiram doações anônimas. Já no rico Brasil...

Poder sem pudor

Cruzada nacionalista
Ministro da Fazenda de JK, José Maria Alkimin iniciou uma cruzada contra a venda de cigarros estrangeiros, para ele fator de "corrosão" da economia. Durante uma coletiva, na TV, ele tirou do bolso um maço de cigarros Marlboro, americanos. O atento jornalista Mauritônio Meira armou o flagra:
- Ministro, que cigarro o senhor fuma?
Alkimin mostrou a parte branca da embalagem e soltou uma baforada:
- Hollywood, meu filho, Hollywood...


Editorial

AVANÇO DEMOCRÁTICO

Os encontros do presidente Fernando Henrique Cardoso com os principais candidatos à sua sucessão representam uma iniciativa de grande relevância para o aperfeiçoamento democrático. Sem precedentes históricos no País, essa busca de um denominador comum para se enfrentar a turbulência da economia só poderá trazer benefícios aos brasileiros.

Constitui uma prova de amadurecimento o fato de que mesmo os candidatos de oposição, inclusive os que há pouco eram apontados como radicais, concordam com um conjunto de premissas destinadas não só a garantir tranqüilidade à sucessão, mas também a proporcionar estabilidade à nação, depois de completado o processo e empossado o eleito. Demonstra que passou o tempo dos incendiários e que, ao menos por enquanto, não prevalece a retórica do quanto pior melhor.

Por mais positiva que seja, porém, essa convergência não elimina a necessidade de que os candidatos fixem com mais clareza suas propostas, em especial na área econômica. É ótimo saber-se que concordam em preservar a estabilidade, que repudiam o confisco e que exprobam a inflação. No entanto, os brasileiros querem saber também como se redistribuirá a carga tributária, como se criarão empregos, como se proporcionará segurança, como se fará o País crescer.


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08/15/2002


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