Diferença entre Lula e Ciro cai para cinco pontos no Datafolha








Diferença entre Lula e Ciro cai para cinco pontos no Datafolha
SÃO PAULO – Pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada ontem mostra que o candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes (PPS/PTB/PDT), está a apenas cinco pontos de diferença do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, líder na disputa pelo Planalto. De acordo com a pesquisa, Ciro, que tinha 18% na pesquisa anterior, divulgada no dia 5 de julho, aparece agora com 28% das intenções de voto, atrás apenas de Lula, com 33% da preferência do eleitorado. Na pesquisa anterior do Datafolha, Lula tinha 38%. O levantamento mostra que o candidato do PSDB, o senador José Serra, obteve 16% e Anthony Garotinho, do PSB, com 11%. Na pesquisa anterior, Serra tinha 20% e Garotinho 13%. Votos em branco ou nulo registraram 5%, e indecisos, 6%.

A simulação para o segundo turno, mostra que, se as eleições fossem hoje, Lula perderia. Ciro obteria 48% das intenções de voto e Lula 44%. Se o segundo turno fosse disputado entre Lula e Serra, o petista teria 50% dos votos e Serra, 40%. Numa simulação com o candidato do PSB, Lula aparece com 51% ante 35% de Garotinho.

IBOPE – Ontem também foi divulgada nova pesquisa Ibope, que indica estagnação no crescimento de Ciro. Em comparação à sondagem feita entre os dias 21 e 23, nenhum candidato oscilou mais de um ponto. O levantamento foi feito entre sábado e anteontem. Lula ganhou um ponto e passou para 34%, mantendo a liderança. Ciro perdeu um ponto e foi para 25%. Serra foi de 13% para 14% e saiu da situação de empate técnico com Garotinho, que se manteve com 11%. José Maria de Almeida (PSTU) aparece com 1%. Nas simulações para o segundo turno, Ciro é o único venceria Lula. O candidato do PPS teria 47% e o petista, 42%. A pesquisa, encomendada pela TV Globo, ouviu duas mil pessoas em 145 municípios.


TRE LEVA URNA ELETRÔNICA AOS FULNI-ÔS
Os índios da tribo fulni-ô, de Águas Belas, receberam ontem a visita do presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Pernambuco, Antônio Camarotti (foto). O desembargador foi acompanhado de técnicos multiplicadores para ensinar a comunidade indígena a votar nas urnas eletrônicas nas eleições do dia 6 de outubro.

Também com relação à Justiça Eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral e a Receita Federal estabeleceram ontem uma instrução normativa, conjunta, definindo novas regras para que candidatos e comitês financeiras possam abrir contas bancárias e se habilitar a receber doações. O objetivo é fiscalizar melhor o processo de arrecadação de fundos para as campanhas eleitorais e de torná-lo mais transparente. O TRE começou ontem mesmo a remeter cópia desse documento aos candidatos e partidos políticos do Estado, já que eles precisam se cadastrar junto à Receita como pessoa jurídica – essa inscrição será automaticamente cancelada no dia 31 de dezembro deste ano. Com o número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, os comitês financeiros dos partidos e os candidatos têm prazo de cinco dias úteis para abrir as contas.


PCR decide investir mais na divulgação das ações
Prefeito João Paulo atribui desempenho desfavorável da sua administração, apontada em pesquisa do Instituto Exatta, a“falhas na divulgação”. Petista, no entanto, disse estar “tranqüilo” com o resultado

O prefeito do Recife, João Paulo (PT), continua se valendo da justificativa de “falhas na divulgação” para explicar a reprovação de seu Governo por 34% dos recifenses, segundo pesquisa do Instituto Exatta, divulgada ontem com exclusividade pelo Jornal do Commercio. Há exatos seis meses, quando o JC publicou pesquisa Datafolha – na qual 30% dos entrevistados consideravam ruim ou péssima a administração do petista –, o prefeito adotou a mesma explicação.

Em ritmo acelerado, não alcançado pelos secretários municipais nem por dirigentes partidários que o acompanhavam, João Paulo passou a manhã de ontem visitando obras na Zona Norte, num esforço para “amortecer” o impacto da reprovação. Foi a primeira maratona de visitas com os dirigentes partidários do Conselho Político, colegiado que reúne as legendas que compõem a administração petista.

Ora exibindo o que estava sendo feito, ora discursando sobre o que já foi realizado, o prefeito e sua equipe demonstraram tranqüilidade diante dos números da Exatta, radicalmente opostos aos exibidos pelo jornal da PCR, que estava sendo distribuído pela equipe.

“Estou muito tranqüilo. Fizemos uma inversão de prioridades e estamos investindo no social. O problema é que todo o trabalho que fizemos não foi divulgado. De fato, tivemos outros problemas, como o das licitações, mas o que precisamos, mesmo, é divulgar mais”, argumentou João Paulo.

O ‘gás’ que pretende investir na divulgação, no entanto, não significa, segundo garantiu, uma campanha pesada de publicidade. João Paulo credita ao que denomina de “nossos próprios mecanismos” a solução para as falhas de divulgação do seu Governo. “Temos que ocupar mais os espaços de rádio, TV e jornal, ampliar a quantidade de exemplares do nosso jornal... Estou confiante de que vamos resolver esse problema”, apostou João Paulo.

O prefeito ressaltou, ainda, que a prioridade ao social, que garante ser a marca de sua gestão, não significa um esquecimento da infra-estrutura da cidade. “Melhoramos a limpeza. O Bairro de Boa Viagem (cartão postal do Recife) nunca esteve tão limpo. Há ruas que são varridas até oito vezes ao dia e duplicamos a coleta de lixo em alguns bairros... Só temos que ter mais atenção para comunicar isso à população”, alertou.


Oposição vê Governo “voltado” para o PcdoB
O fraco desempenho administrativo de Luciana Santos serviu de mote para alguns vereadores de Olinda bombardearem a postura política da prefeita. Ex-integrante da base governista, Pedro Mendes (PSB) foi um dos mais enfáticos nas críticas. O vereador disse que a expectativa era a de que o Governo de Luciana fosse um projeto político de coalizão de forças, o que terminou não acontecendo. “Até hoje ela não convocou o conselho político para discutir os problemas da cidade e as prioridades da gestão. A forma de gerenciar a cidade está toda equivocada”, defendeu.

Pedro Mendes chamou de “centralismo democrático” a maneira como o PCdoB, partido da prefeita, vem conduzindo o processo administrativo. “Eles não estão trabalhando para a cidade, mas para o partido. O PCdoB trabalha de forma centralizada e o gestão está servindo aos interesses apenas do partido”, diz, sem esconder seu descontentamento com o apoio declarado da prefeita à campanha do ex-secretário de Olinda, Renildo Calheiros, para deputado federal.

Outro que pegou carona na onda baixa da prefeitura foi o vereador Valério Leite, um dos principais opositores de Luciana Santos na Câmara. “Para o governo que ela está fazendo, o resultado até que foi muito bom”, ironizou o vereador. Valério disse que a prefeita não tem autoridade e deixa que desavenças políticas atrapalhem os interesses da cidade. “Ela nunca procurou os Governos do Estado e Federal para estabelecer parcerias que beneficiem Olinda. Ninguém governa sozinho. Mas o PCdoB é mestre nessa prática”, alfineta.


PSB agora vai de Dilton
Pressionado pelo partido, Humberto Barradas renuncia à disputa pelo Governo do Estado. Dilton da Conti o substituirá, tendo na vice o médico Anchieta Patriota

O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Humberto Barradas (PSB) renunciou, ontem à tarde, à candidatura ao Governo do Estado pela Frente das Oposições (PSB/PRTB/PTdoB/PRP), pressionado pela Executiva Estadual e pela cúpula nacional do partido, depois de cair em desgaste ao tornar público a sua oposição ao projeto presidencial de Anthony Garotinho. A Executiva acatou a carta-renúncia e, imediatamente, aprovou o nome de Dilton da Conti – até então o vice na chapa – como o novo candidato ao Governo. Dilton terá como vice o médico e vereador de Carnaíba, Sertão do Pajeú, Anchieta Patriota, 45 anos, permanecendo o vereador recifense João Arraes na disputa para o Senado.

O presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, não participou da reunião, na sede da legenda, ficando em seu escritório, mas revelou ao JC a concordância com a solução encontrada. Arraes assegurou que não interferiu no processo de substituição de Barradas. “Tudo foi decidido dentro do partido. Apenas me comunicaram que havia divergências internas, mas que seriam resolvidas”, informou o líder socialista. Arraes afirmou que a Executiva Estadual teve liberdade para decidir e aprovar a escolha do médico Anchieta Patriota para a vice na chapa. “É importante colocar uma pessoa do Sertão, onde faremos campanha. A chapa vai agora para as ruas dentro das nossas condições”, disse, referindo-se às dificuldades financeiras do partido.

Barradas chegou para a reunião da Executiva, na sede do PSB, no Rosarinho, já sabendo que seria cobrada a sua renúncia. A decisão foi formalizada em pouco mais de dez minutos, suficientes para a preparação, na secretaria do partido, de um texto sucinto, assinado pelo ex-candidato, que se retirou da reunião em seguida. De acordo com a legislação eleitoral, é necessária a renúncia ou a morte do candidato para que uma candidatura, homologada em convenção, seja retirada. Em quatro linhas, Barradas comunica que, por razões que tornará “explícitas em um documento a ser entregue posteriormente”, está entregando ao partido a sua candidatura ao Governo.

O novo candidato, Dilton da Conti, 52 anos, afirmou que a decisão da Executiva Estadual estava “em sintonia com a nacional”, declarou estar preparado e respaldado pelo PSB para a disputa e garantiu que a sua candidatura estará em consonância com a de Garotinho. “O principal é a candidatura Garotinho”, disse. Dilton negou-se a analisar as razões da saída de Barradas, limitando-se a dizer que a substituição foi “uma questão de natureza política”, e admitiu que a decisão não foi unânime. “Vamos ter uma chapa mais articulada com a chapa nacional”, ressaltou.

A retirada do nome de Humberto Barradas representa um prejuízo de R$ 20 mil para o PSB em material de propaganda já produzido, uma parte destinada ao candidato a senador João Arraes. São dez mil panfletos, 30 mil adesivos, mil camisas e cinco mil adesivos para carro. Hoje, a coordenação de campanha se reúne para redefinir o material de campanha.

O primeiro grande evento de campanha de Dilton da Conti (e do PSB), por sua vez, já acontece amanhã, às 20h, com um comício em Água Preta, na Mata Sul, que contará com a presença de Miguel Arraes e toda a majoritária.


Crise revela a divisão interna dos socialistas
A indicação do médico e vereador de Carnaíba, Anchieta Patriota (proporcionalmente, o mais votado do Estado), para vice-governador na chapa socialista de Dilton da Conti foi feita pelos prefeitos Ângelo Ferreira (Sertânia) e Cleuza Pereira (Salgueiro), e o ex-prefeito de Afogados da Ingazeira Totonho Valadares.

A nova chapa chegou pronta para a reunião da Executiva que levou Humberto Barradas à renúncia. Nos bastidores do PSB, a versão é que o grupo socialista do interior e a parcela do partido definida como mais independente da liderança de Miguel Arraes teriam proposto Anchieta Patriota para a vaga de governador na chapa. No entanto, Arraes teria ‘batido na mesa’ e imposto o nome de Dilton.

“Vai dizer (propor) isso na Torre (bairro onde se localiza o escritório de Arraes). A gente só chega até a vice”, justificou um socialista, no anonimato, ao ser perguntado se o vereador de Carnaíba não teria maior amplitude eleitoral.

A substituição de Barradas foi colocada pela maioria como uma medida para tentar dar um freio nas especulações, encerrar a instabilidade e dar o pontapé da campanha. Os socialistas reconhecem, entretanto, que os problemas da candidatura nacional de Garotinho (viabilidade política, respaldo financeira e boatos sobre renúncia) estão prejudicando as candidaturas estaduais.

“A candidatura ao Senado de João Arraes (terceiro colocado na pesquisa Exatta/JC, em empate técnico com o tucano Sérgio Guerra) está atrasada. Não há um carro de som nas ruas”, alertou um socialista. Os dirigentes estaduais que concorrem a um mandato proporcional não estavam, por outro lado, conseguindo fazer campanha sem ser interrompidos para resolver problemas internos. “A hipótese de apoio ao PT nunca existiu”, destacou Dilton, colocando uma pedra sobre o assunto.

A Executiva divulgou, ao final, uma nota, na qual o Governo Jarbas Vasconcelos (PMDB) é alvo de críticas. O Governo estadual é acusado de veicular propaganda enganosa e procurar manipular a opinião pública pela TV. A violência é citada com exemplo de fracasso da gestão. “O atual Governo parece que se instalou apenas para gastar o dinheiro da Celpe”, diz a nota.


Colunistas

PINGA FOGO – Inaldo Sampaio

O fantasma continua
Mais do que o próprio Ciro, Roberto Freire tem tido o máximo de cuidado para tentar evitar que o candidato do PPS seja rotulado de “novo Collor”. O senador interferiu pesadamente no sentido de desmanchar, em Alagoas, a aliança do PPS com o PRTB do ex-presidente, tendo convencido também o candidato do seu partido a não aceitar o jornalista Sebastião Nery como um dos assessores de imprensa da campanha. Nery, como se sabe, foi um “collorido” de primeira hora.

Outra frente de batalha aberta por Freire envolve José Carlos Martinez, presidente nacional do PTB. Além de ser amigo de Collor de Mello, ele fez um negócio nebuloso com PC Farias, 11 anos atrás, sobre o qual, até agora, deu explicações não convincentes. Por causa disso, o senador pernambucano defende com urgência o afastamento dele do comando da campanha a fim de evitar que Ciro Gomes fique dando explicações, indefinidamente, sobre uma operação que não lhe diz respeito.

Para o senador, o modelo de procedimento em casos como este deve ser o de Henrique Hargreaves, chefe da Casa Civil de Itamar Franco. Citado na CPI do Orçamento, imediatamente afastou-se do cargo até que a investigação fosse concluída.

Inocentado, voltou às mesmas funções que exercia, anteriormente, de cabeça erguida.

E o assunto foi encerrado.

Em defesa do amigo
Por questão de justiça, Gilberto Marques Paulo (PSDB) saiu em defesa de Joaquim Francisco (foto), acusado de “oportunista” por alas do PFL por ter aderido a Ciro Gomes. Segundo ele, não há nada de anormal na adesão de Joaquim ao candidato do PPS, por três razões: a) o PFL, oficialmente, não tem candidato à presidência da República, b) ambos foram governadores na mesma época, c) Ciro convidou o deputado diversas vezes para se filiar ao seu partido.

História em ruínas
Taí um lembrete para a Fundarpe, que acaba de concluir, com muita justiça, a reforma do Cine Guarany, em Triunfo: uma casa do século XIX, na Rua do Arranco, em São José do Egito, onde o jornalista Assis Chateaubriand morou e aprendeu a ler, aos 11 anos, desabou. Resta apenas a fachada, de azulejos portugueses. E só.

De quem é a culpa?
Reprovada, administrativamente, por 61% da população de Olinda, a prefeita Luciana Santos pôs parte da culpa na sua antecessora Jacilda Urquisa (PMDB). Em entrevista à Rádio Jornal, disse que encontrou um débito de R$ 60 milhões, 50% dos quais vencendo em curto prazo, o que a deixou com apenas R$ 200 mil/mês para fazer investimentos.

Ex-deputado se assusta com a situação da Mata
Candidato à Câmara Federal pelo PSB, Nílson Gibson se diz “alarmado” com o altíssimo desemprego na Zona da Mata, por conta do fechamento de várias usinas. E irá cobrar providências ao governo de Jarbas Vasconcelos.

Ivete será cidadã pernambucana na próxima 2ª
Nesta quinta-feira, 1º de agosto, a Assembléia Legislativa retomará os seus trabalhos.

Na próxima segunda-feira, dia 5, promoverá uma sessão solene para a entrega do título de “cidadã” à cantora baiana Ivete Sangalo.

Paulista 1
Antonio Speck (PMDB), prefeito de Paulista, tentou desqualificar o apoio de 12 dos 21 vereadores ao presidente da Câmara, Cláudio Russel (PSL), que é candidato a deputado estadual. Disse que os líderes desse bloco, exceto os 12 edis, “caracterizam o que há de mais retrógrado” na política daquele município.

Paulista 2
Já o deputado Sérgio Pinho Alves (PSDB) também não gostou do apoio do seu mano, ex-deputado Geraldo Pinho Alves Filho, a Cláudio Russell: “Ele não representa a nossa família”, disse. O vereador Ademir Cunha (PFL) confirma seu apoio a Russell, “mas não me misturo, politicamente, com o ex-prefeito José Resende”.

Governador esclarece:
O governador Jarbas Vasconcelos enviou, ontem, correspondência à direção do Jornal, rebatendo colocações feitas pelo jornalista Inaldo Sampaio, na coluna “Pinga Fogo”, quando acusou o chefe do Executivo de, utilizando recursos da privatização da Celpe, “aliciar prefeitos da oposição em troca de favores”, além de formar um “partido único” no Estado, que seria o “PG - Partido do Governador”.

Segundo Jarbas Vasconcelos, “tal acusação, que nem os meus mais ferrenhos adverários me fizeram, por saberem de sua total improcedência, precisa de um reparo na edição de amanhã” (hoje). Ao mesmo tempo em que solicita a reparação, Jarbas ameaça “recorrer novamente à justiça, como já fiz (ele processou o colunista por críticas feitas em oportunidades anteriores) para defender-me das calúnias contra mim lançadas pelo jornalista citado”.

Mais adiante, o governador reitera que o Jornal do Commercio “ órgão que merece todo meu respeito e que é composto por profissionais da mais alta categoria, saberá agir para reparar o erro cometido”.


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07/31/2002


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