Lula cresce e abre 10 pontos sobre Ciro









- Lula cresce e abre 10 pontos sobre Ciro

- O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, subiu quatro pontos percentuais e abriu dez em relação ao segundo colocado, Ciro Gomes (PPS), com 37% a 27%, aponta pesquisa do Datafolha.

A 49 dias do primeiro turno, o candidato do Governo, José Serra (PSDB), caiu três pontos, para 13%, e está tecnicamente empatado com Anthony Garotinho (PSB), que obteve 12%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. No segundo turno, Lula e Ciro estão empatados, com 45%. Antes, o candidato do PPS tinha 48%, e o petista, 44%. Contra Serra e Garotinho, Lula vence.

O levantamento revela que 40% dos eleitores apóiam o novo acordo do Brasil com o FMI, enquanto 35% são contrários. Não souberam responder 17%, e 7% são indiferentes.

Os que votam em Serra (48%) e Ciro (47%) são os mais favoráveis à ajuda do Fundo. Entre os eleitores de Lula, há empate de 39% a favor e contra. Nos de Garotinho, 36% são contrários, e 35%, favoráveis.

O índice dos que consideram o Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso regular foi de 39% para 40%. O de bom ou ótimo, de 25% para 27%, e o de ruim ou péssimo, de 34% para 32%. (pág. 1 e cad. Eleições 2002)

- O presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que o fim de semana de 7 e 8 de setembro vai ser decisivo para mostrar se José Serra (PSDB) terá chance de ir ao turno final da eleição.

A propaganda eleitoral na TV e no rádio começa na terça-feira. Para FHC, se até o dia 7 Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PPS) continuarem favoritos, só um milagre evitará a debandada de aliados e nova alta do dólar. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 5)

- Se vencer a eleição presidencial, o PT não vai implantar em âmbito federal o Orçamento Participativo - uma das principais bandeiras do partido, em que assembléias populares decidem prioridades, que recebem uma parte do orçamento.

Em uma eventual Presidência petista, no máximo haverá um estímulo a fóruns de debate por áreas específicas, como a saúde e a educação. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 5)

- A Força Sindical está confeccionando material de campanha para o presidenciável Ciro Gomes (PPS) e seu vice, Paulo Pereira da Silva (PTB), presidente da entidade. Diante da sede da Força, em São Paulo, são distribuídos folhetos de campanha com o logotipo da entidade. A lei veda a associações sindicais fazer doações de campanha. A Força nega a autoria dos panfletos. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 6)

- O economista Michael Mussa, ex-diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, acha que a solução para reduzir a dívida brasileira em real é deixar a inflação subir a nível próximo ao dos juros. "Haveria corrosão dessa parcela da dívida sem reestruturação formal." A crise atual, diz, reflete as políticas da gestão FHC. (pág. 1 e B4)

- Ao encerrar a série dos candidatos a presidente na "Folha", sexta-feira, José Serra parecia um professor aplicado falando para uma platéia igualmente aplicada. Lá pelas tantas, discorreu sobre a Alca, seus prazos, suas implicações, e vangloriou-se: "Estudei direitinho".

É verdade. Todos reconhecem que Serra estudou tudo direitinho: a Alca, a saúde, a economia, o crescimento, os rumos, os gargalos. Está bem preparado para ser presidente.

O problema, como o sociólogo FHC identificou lá atrás e foi publicado aqui, é o estigma: "Serra seria um bom presidente, mas é um mau candidato". Não é, porém, vítima apenas dele próprio. É também vítima das circunstâncias. (...) (Eliane Cantanhêde - pág. A2)


Colunistas

PAINEL
José Serra (PSDB) está bem contrariado com FHC. Em conversas reservadas, o candidato tucano tem dito que o Presidente está muito mais preocupado com o final de seu Governo do que em elegê-lo como sucessor.

  • FHC, que desagradou a Serra ao convidar os presidenciáveis para conversas no Planalto amanhã, não atacará nenhum deles no programa eleitoral do PSDB. (pág. A4)


    Editorial

    A RETA FINAL

    A pesquisa do Datafolha para a Presidência da República, publicada hoje, tem a propriedade de exibir o balanço das forças entre as candidaturas no ponto em que elas partem para a reta final da disputa. E o "fotograma" desse estágio já bastante importante da campanha, se demonstra a manutenção de dois blocos distintos de candidatos (os dois primeiros bem distanciados do terceiro e do quarto colocados), também denota um descolamento entre o primeiro colocado, Luiz Inácio Lula da Silva, e o segundo, Ciro Gomes. (...) (pág. A2)


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    08/18/2002


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