Ciro se compromete em resgatar dívida com RS









Ciro se compromete em resgatar dívida com RS
Diz que apoiará governador de qualquer partido

O presidenciável da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, garantiu sábado à noite, em Uruguaiana, que independentemente do candidato eleito ao governo, o Rio Grande do Sul terá o seu apoio incondicional. Segundo ele, chegando ao Palácio do Planalto estará resgatando a grande dívida que o governo federal tem com os gaúchos. Ciro disse que não quer ser confundido com novo milagreiro ou salvador da pátria. Acrescentou que 'não sou daqueles que semeia ilusões. Prefiro semear respeito'. Afirmou ainda ter crescido espiritualmente naquele dia e que no trajeto de São Borja a Uruguaiana se perguntou se teria o direito de andar por onde Getúlio Vargas e Leonel Brizola passaram. Afirmou que a partir da visita ao Rio Grande do Sul se tornará mais sério e sincero com o povo. A namorada, atriz Patrícia Pillar, acompanhou o roteiro.
Brizola criticou os adversários de Ciro, declarou ter sido traído por Anthony Garotinho, do PSB. Sobre Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, disse que virou 'almofadinha que está lavando a barba com xampu'.


Tarso pede esforço aos militantes
O candidato ao Palácio Piratini pela Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN), Tarso Genro, pediu ontem à militância disposição para que apresente o programa de governo, nem que seja de casa em casa. Disse que os filiados não devem se pautar pelas pesquisas eleitorais. 'Se dependesse delas, Olívio Dutra nunca seria governador', afirmou. Tarso visitou a 25a Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, fazendo o percurso, até a feira, de metrô. Ele passou por todos os vagões do trem, onde conversou com lideranças dos metroviários e eleitores.

Na Expointer, Tarso realizou caminhada e foi recebido em diversas bancas. O candidato conheceu a Casa da Reforma Agrária e a Casa do Índio, dois protótipos de moradia para assentados e moradores de reservas indígenas no Estado, desenvolvidas pela Secretaria da Habitação.

Tarso ressaltou que o programa de reforma agrária do atual governo já beneficiou cerca de 5 mil famílias. Disse que o número é expressivo se comparado às menos de 7 mil famílias assentadas no Estado entre 1979 e 1998, entre as quais, segundo ele, apenas 15% se beneficiaram de programas das administrações estaduais. Tarso também esteve no município de Nova Santa Rita, onde afirmou que a ampla base do PDT, que não concorda com a aliança informal ao PPS no Estado, está apoiando a sua candidatura.


Bernardi propõe mais produção
Durante visita à 25a Expointer, em Esteio, o candidato do PPB ao governo do Estado, Celso Bernardi, disse ontem que irá implantar o Fundo de Sanidade Animal e Vegetal. Afirmou que vai buscar o aumento da produtividade e da rentabilidade na agropecuária, principalmente em pequenas propriedades rurais, mas sem fazer distinção aos médios e grandes.

Bernardi assegurou que os programas de sanidade animal terão a participação do Centro Pan-americano de Zoonoses, organismo das Nações Unidas. Bernardi prometeu ampliar as pesquisas técnicas visando à melhoria dos padrões de produtividade e qualidade dos produtos agropecuários. Ressaltou que vai estimular a criação do selo de qualidade do produto colonial gaúcho. Acompanhado pelos candidatos do PPB a vice, Denise Kempf, e ao Senado, Hugo Mardini, e pelo músico Gaúcho da Fronteira, âncora do seu programa eleitoral de TV, Bernardi visitou as exposições e assistiu às provas do Freio de Ouro.


Candidatos prometem incentivos
Desenvolver áreas deficientes, renegociar dívida, criar pólo e atrair investidores integram programas

Os programas econômicos dos quatro principais candidatos ao governo do Estado têm alguns pontos em comum, entre os quais o desenvolvimento local, a geração de empregos e a concessão de incentivos para que novas empresas se instalem no Rio Grande do Sul. As propostas foram desenvolvidas com o auxílio de assessores econômicos ligados a secretarias das administrações anteriores e da atual.

O coordenador do programa de Germano Rigotto, da aliança União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), João Carlos Brum Torres, salientou que eventual governo buscará identificar investidores em potencial, oferecerá incentivos do Fundo Operação Empresa (Fundopem) e concederá linhas de financiamento do Banrisul, da Agência de Desenvolvimento e do BRDE. A agência centralizaria recursos a serem oferecidos como crédito a empresas, especialmente as que optarem por regiões onde há estrangulamento na produção. Disse que as áreas que apresentam mais deficiências, como a Metade Sul, o Litoral Norte e a região Noroeste, terão prioridade.

As propostas do PPB incluem incentivos fiscais com o objetivo de atrair investimentos, principalmente para a região Sul e a Fronteira-Oeste. Ney Michelucci, assessor econômico da candidatura de Celso Bernardi, salientou que a administração do partido teria como meta a redução do índice gasto com a manutenção do Estado de 17,3% para 12%. A diminuição de cinco pontos percentuais na dívida com o governo federal seria negociada para a aplicação em investimentos. Hoje o comprometimento é de 13,6%.

Daniel Maia, que integra a coordenação do programa de Tarso Genro, da Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN), apontou como prioridade a formação de pólo tecnológico. A promoção comercial de pequenas e microempresas através da participação em feiras internacionais e a qualificação dos negócios, com a ampliação do projeto de extensão empresarial para as áreas de comércio e serviços também constam no programa. A concessão de incentivos não é rejeitada. 'O Estado tem de estar aberto a investimentos', argumentou. Maia acrescentou que nunca houve resistência ao assunto, mas a avaliação da relação entre custo e benefício para o incentivo. 'O governo se dispõe a negociar, mas não pode ocorrer de a empresa determinar o que quer', explicou.

O coordenador do programa econômico de Antônio Britto, da coligação Rio Grande em Primeiro Lugar (PPS-PFL-PT do B-PSL), Ricardo Hingel, enfatizou que o foco do programa é a atração de investimentos: 'A guerra fiscal tornou-se importante desde o início do Plano Real'. O programa inclui reformulação do Fundopem e redução proporcional de tributos para empresas dispostas a investir. O fundo seria modificado, levando em conta questões regionais e geração de empregos.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
8h às 17h: gravação de programa eleitoral gratuito. 19h30min: palestra no Instituto de Estudos Empresarias, em Porto Alegre. 21h: lançamento de candidatura de deputado no Parque da Harmonia. 22h: jantar na Sociedade Libanesa.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
10h30min: visita a distribuidora de medicamentos, em Porto Alegre. 12h: Cachoeirinha. 15h: gravação de programa eleitoral. 20h: encontro com servidores da Corsan. 21h: jantar com esportistas.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
12h: palestra na Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul. 17h: Canela. 18h40min: Nova Petrópolis. 20h: Novo Hamburgo. 21h: lançamento de candidatura de deputado em Porto Alegre.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
Manhã: gravação de programa eleitoral gratuito. Tarde: caminhada em vilas de Viamão e visita à Expointer.


Cortar os custos é prioridade do PPB
O programa econômico de Celso Bernardi, do PPB, aponta como solução para equilibrar as finanças do Estado enxugar o custo da máquina pública. O assessor econômico Ney Michelucci salientou que é preciso diminuir o número de secretarias de 21 para no máximo 15. A eficiência de cada unidade administrativa teria avaliação para evitar gastos com atividades não-prioritárias. Uma alternativa par a economizar seria transferir parte da estrutura ao município. O programa sugere ainda o corte de 25% em cargos comissionados. 'Queremos racionalizar a atividade do Estado', define Michelucci, que estabeleceu o teto de 12% da receita líquida para gastos de manutenção do governo.


Frente pretende concretizar novo trabalhismo
Junto ao túmulo do presidente Getúlio Vargas, sábado, líderes que integram a Frente Trabalhista deram mais um passo para a criação de um novo partido. O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, defendeu a instituição e a prática de novo trabalhismo nacional. Ele, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, e outras lideranças estiveram no município para assinalar a passagem dos 48 anos do suicídio de Vargas. Ciro disse que ele é modelo, 'não apenas porque começou a industrialização do país, mas também como alguém que conseguiu operar as grandes transformações exigidas pela sociedade'. O presidenciável justificou os apoios recebidos, salientando que, do mesmo modo que Vargas lutou contra as oligarquias, a Frente Trabalhista quer combater os poderosos e está acima de partidos. Lembrou que chamam Antonio Carlos de Magalhães, do PFL, de polêmico e conservador, mas 'mesmo com os defeitos que possa ter conta com 64% de aceitação na Bahia'.


TSE repete programas por problemas técnicos
Em conseqüência de problemas técnicos no programa eleitoral dos presidenciáveis, exibido na TV sábado à noite, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu repetir ontem todo o bloco destinado a esses candidatos. Domingo não há o horário eleitoral. Segundo o TSE, só a coligação PSDB-PMDB havia entrado com recurso porque a exibição ficou sem som durante 40 segundos. Para evitar problemas jurídicos posteriores, o ministro Sepúlveda Pertence decidiu repetir o programa de todos.


PMDB prevê troca com os municípios
A equipe de Germano Rigotto, do PMDB, prevê estímulo ao desenvolvimento local a partir de três pontos: concentração de repasses voluntários aos municípios que seriam revertidos diretamente para o crescimento; parceria com a iniciativa privada e as comunidades visando apoiar mão-de-obra e oferecer serviços complementares; e contrapartida das prefeituras com o Estado. Segundo o coordenador do plano, João Carlos Brum Torres, os princípios de concentração, complementaridade e parceria guiarão as ações. Sobre o ICMS, disse que o projeto não prevê elevação, mas observou que qualquer compromisso dependerá da reforma tributária, que poderá prever alteração de índices.


PPS quer capacitar para gerar renda
O desenvolvimento econômico e as finanças públicas são tratados em separado, cada um com plano de ação e coordenador próprios, no programa do candidato Antônio Britto, do PPS. Criação de empregos é prioridade, como ressaltou Ricardo Hingel, coordenador das propostas para o crescimento da economia. Segundo ele, o programa assume que a redução do emprego formal faz parte da realidade atual e, por isso, foi criado projeto de capacitação e geração de renda para comunidades carentes. As cooperativas seriam estimuladas. 'Mais do que vagas tradicionais, que demandam tempo e investimento alto, vamos criar canais para a população vender seus recursos', disse Hingel.


Prefeito do PDT decide apoiar a Frente Popular
O prefeito de Estrela, Geraldo Fernando Mânica, do PDT, oficializou ontem o seu apoio ao PT para o governo do Estado. O anúncio foi feita no encontro com o candidato Tarso Genro durante a sua passagem pela cidade. O prefeito contrariou o seu partido, que se aliou informalmente ao PPS. Mânica atribuiu o seu posicionamento à coerência pessoal. 'O partido não foi democrático', disse ele, para quem a aproximação ideológica entre trabalhistas e petistas justifica o respaldo.


TRE define hoje a ordem para a cédula de papel
O Tribunal Regional Eleitoral realiza hoje, às 20h, o sorteio da ordem dos candidatos ao governo do Estado e ao Senado na cédula de papel. A seqüência da disputa presidencial já foi definida pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os partidos políticos foram convocados através de edital para o ato no plenário do tribunal. A cédula de papel será usada só em casos extremos, como pane no sistema e quando o eleitor não confirmar a votação por duas vezes na urna eletrônica com impressora.


Rigotto acredita que vai superar 'operação abafa'
Germano Rigotto, que concorre ao governo pela aliança União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), destacou sábado à noite, em São Gabriel, o fato de estar vencendo a 'operação abafa' que a sua candidatura vinha enfrentando. 'Sem ódio e sem rancor vamos conquistar os gaúchos que já estão cansados desse conflito estabelecido no Estado desde 1994 e que em nada contribui para o crescimento do nosso Rio Grande de forma harmônica e com paz e prosperidade', disse.


PT irá incentivar maiores de 40 anos
O projeto Começar de Novo para reconduzir ao mercado pessoas com mais de 40 anos é uma das formas de incentivar a economia em eventual governo de Tarso Genro, candidato do PT. O economista Daniel Maia explicou que as empresas que aderissem ao programa seriam beneficiadas pelo governo, com incentivos nos moldes do atual Primeiro Emprego. O programa de Tarso tem como prioridade também o crescimento de setores que já são de ponta no Estado, como moveleiro, coureiro-calçadista, metal-mecânico e agronegócios. 'Mesmo sendo capacitados, têm pontos de estrangulamento que precisam de superação, buscando corrigir os atuais erros', argumentou Maia.


Quem são os assessores econômicos
' Daniel Maia é economista. Trabalhou na Secretaria-Geral de Governo e foi assessor do gabinete do governador Olívio Dutra. - Ney Michelucci é economista, pós-graduado em Administração Financeira. Trabalha como agente fiscal do Tesouro. Foi diretor-financeiro da CEEE, diretor-presidente da Companhia União de Seguros, além de diretor-presidente do Banrisul Arrendamento Mercantil e superintendente financeiro da Secretaria da Fazenda. - João Carlos Brum Torres é professor e presidente da Fundação Ulysses Guimarães. No governo anterior, foi secretário da Coordenação e do Planejamento. - Ricardo Hingel é economista e atuou como diretor da Secretaria de Desenvolvimento do governo anterior.


QUEDA
A candidata à vice-presidência Rita Camata, do PMDB, caiu ontem durante passeio ciclístico na avenida República do Líbano, em São Paulo. Com dificuldade para se equilibrar, Rita desistiu do passeio após 20 minutos.


Lula integra carreata às escuras
A carreata do candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Palmas, Tocantins ocorreu sábado boa parte no escuro. Os petistas culparam o governo do estado pelo 'fenômeno do apagão eleitoral', que foi verificado em pelo menos quatro trechos do percurso de 31 quilômetros entre o aeroporto e o centro da cidade, onde Lula realizou comício às 21h.

A organização do roteiro coube ao candidato do PMDB ao governo do estado, Freire Júnior, que apóia Lula e é o principal adversário político da família do governador Siqueira Campos, do PFL, defensora da candidatura de Marcelo Miranda.

O clã do governador, que teve a idéia da criação de Tocantins, desmembrado de Goiás graças à Constituição de 1988, enfrenta pela primeira vez a força da oposição. Em eleições anteriores, os partidos não conseguiram se unir como agora em torno de Freire Júnior. O PT apresentou também candidato, Valdenor Lisboa, mas explicitamente 'laranja', só para ocupar o programa eleitoral gratuito no rádio e na TV.

O governo negou que tenha promovido 'o apagão'. Disse que as ruas já estavam às escuras antes do início da carreata do PT e do PMDB.


Artigos

A nossa sombra é o pe cado
Álvaro Larangeira

A nossa sombra é o pecado. Rodrigueano. A transgressão da carne sem a carne. Do gozo sem o tremor. Do beijo sem os lábios. Rodeiam-nos o fogo dissimulado, as labaredas escondidas no quarto do olhar e a permissividade latente do silêncio. Significativas na vida são as entrelinhas da alma humana, tão vilipendiadas pelo cotidiano. A elas é preciso render a homenagem e não ao pernambucano-carioca Nelson Rodrigues, o diabo da carne. Aquele que, se parasse de fumar, contivesse as paixões, regrasse os fluxos venenosos do sexo e dissesse amém à vida carola, comemoraria 90 anos na sexta-feira, dia 23, e 390 em 2302.

Mas não. O homem enveredou pela corrosiva alcova das entrelinhas. Pelo menos estava bem acompanhado. Basta se lembrar de Engraçadinha. Vibrante, olhos de ressaca - diria Bentinho -, cruel, pura e safada, como todas as perdições. De Lúcia, ordinária por ser virgem e perigosa por resplandecer vigor. De Glorinha, incestuosa tal qual o flerte libidinoso entre a pele e o sangue. E de Odaléia, capaz de matar-se para provar a existência da fidelidade eterna. Quem dera se Luiz Inácio de Loyola Lula da Silva, Ciro Gomes de Mello, José Nos Serra e Anthony Dízimo Garotinho tivessem essas companhias. O Brasil seria o Brasil.

Seria mais real, como as condições dos empréstimos do FMI e a sina da filha da Engraçadinha. Haveria, por certo, a mesma clareza notada nas contribuições às campanhas presidenciais e na confissão do desejo paternal por Lúcia. Visualizaríamos melhor os rastros deixados pelos donos das contas ciganas espraiadas pelos paraísos fiscais e pela impulsividade de Glorinha à perversão. Compreenderíamos o efeito pinga posterior à entrega de lambuja das estatais rendosas e a paranóica certeza da traição sentida pelo noivo da Odaléia. Seria mais interessante. Afinal, a promiscuidade é dever do cidadão, proclamava Aldous Huxley. Entretanto, a realidade é cupincha do aniversariante de sexta. Ela escamoteia as intenções. Esconde os potes de ouro - pudera, qualquer descuido e os larápios levam tudo - e da sorte - talvez para evitar o meu enlouquecimento imediato depois de acertar os seis números da Mega Sena. Ritualiza, em doses homeopáticas, aquilo imprescindível aos ossos: o prazer em abundância. Afunila o já esquálido fio cambaleante da felicidade e, impiedosa, condiciona-nos ao mistério da monogamia. Ela poderia ser sincera e berrar: somos todos tarados e taradas porque a nossa sombra é o pecado. Nelson Rodrigues faria isso, se não fosse a vida.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

COMO BRIZOLA ESPERAVA
1) Ciro Gomes fez sábado o que Luiz Inácio Lula da Silva resistiu ao visitar o túmulo de Getúlio Vargas, em São Borja, a 16 de outubro de 1998, tendo ao lado Leonel Brizola: identificar-se abertamente com o trabalhismo. Ciro declarou que 'Getúlio foi o pioneiro que enfrentou a oligarquia e a prepotência ao proteger os trabalhadores'. É sinal verde para fusão PDT-PPS-PTB.

2) Na campanha presidencial de 1994, Lula não foi ao túmulo de Vargas. Seguiu a orientação de intelectuais do PT que defendiam uma linha purista.

3) Desentendimento: é pesada disputa entre os deputados Giovani Cherini e João Luiz Vargas pela liderança da bancada do PDT na Assembléia, após renúncia de Vieira da Cunha. Como vice, Cherini acha que tem direito.

ATÉ ONDE SUBIRÁ?
Balões de ensaio são soltos de onde menos se espera: o governador do Acre, Jorge Viana, do PT, defende aliança com o PSDB para governar o país. Não falou de assunto tão sério sem autorização.

FALTAM POSTES
Há postes com até 12 bandeirolas de candidatos. Pelo volume de pedidos aos fornecedores, vai piorar. Como não há lugar para todos, deverá surgir antes de outubro o MSP (Movimento dos Sem Poste).

IMPACTO
- O Tribunal de Justiça decidiu, na semana passada, que é inconstitucional o desconto de contribuição dos aposentados da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Imediatamente, vai favorecer 113 servidores aposentados da Câmara Municipal, que passaram a pagar em outubro de 2001. A Constituição estadual permite que a Assembléia Legislativa até suspenda a cobrança de todo o universo de municipários aposentados.

TROCA DE ENDEREÇO
A Procuradoria-Geral da Assembléia Legislativa deixa esta semana um andar alugado na rua Duque de Caxias, passando para o 6O andar do Palácio Farroupilha. Representará a economia de R$ 200 mil anuais.

SEM SINCRONIA
O espaço de propaganda eleitoral na TV, sábado à noite, lembrou um programa humorístico da TV cujos personagens são mal dublados. Por falta de sincronia entre imagem e som, os candidatos à Presidência foram expostos a ridículo prolongado.

AUMENTO DO PLACAR
Vereador Nereu D'Ávila, autor do projeto que cria a Secretaria Municipal de Segurança Pública, espera, na apreciação do veto do Executivo, aumento do placar da aprovação, que foi de 19 a 9. Nas gestões do PT em São Paulo e Belo Horizonte, a segurança tem se municipalizado.

DOS LEITORES
' Nédio Colamuri: 'Sobre os bancos que permanecem imperturbáveis no país em meio à crise, como a coluna referiu, não é de se estranhar. Seus interesses estão consolidados. Ficam com a parte do leão'.

' Waldyr Kern: 'Deixar o Brasil e de bolso cheio? São donos da situação. Sobre o encontro de São Borja, fizeram Vargas chorar na cova'.

' Ernesto Pereira: 'O Brasil não é Argentina para os bancos fugirem. Aqui existe seriedade no sistema'.
' Adílson Tostes: 'A composição de Ciro Gomes, por sua variedade, pode ser chamada de Arca de Noé'.
' Renata Vines: 'Li que o programa de governo da candidata Benedita da Silva buscará colaboração da Federação das Indústrias do Rio. É isso que distingue o PT gaúcho do partido daquele estado. Aqui comprovamos que, para chegar ao poder, nós não precisamos da elite'.

APARTES
Leonel Brizola e Sérgio Zambiasi conversaram sábado por telefone durante meia hora sem qualquer ruído.

Históricos do PPS esperam pela primeira aparição do senador Roberto Freire na TV. Foi cassado?

Quem assiste às campanhas de presidenciáveis pela TV nos EUA sabe: há pouca originalidade no Brasil.

Eleitores podem testar urna eletrônica no estande da Assembléia Legislativa instalado na Expointer.

Em Uruguaiana, repórteres botaram Ciro Gomes na parede com perguntas à queima-roupa. Não explodiu.

OAB da Bahia segue a boa tradição: ouve os candidatos ao governo.

Antecipação das notícias de terça-feira e os comentários: 'Câmera 2', na TV Guaíba, às 22h30min de hoje.

Deu no jornal: 'Malan diz que Brasil vai virar o jogo'. Que não seja só aos 44 minutos do 2º tempo.

Programas de propaganda completarão uma semana amanhã. Só faltará tornar realidade a fantasia eleitoral.


Editorial

DÓLARES PARA A EXPORTAÇÃO

O governo está agindo com presteza para neutralizar os efeitos danosos, para a economia, da suspensão de cerca de metade das linhas de crédito dos bancos internacionais para o setor de exportação. O retraimento dos bancos estrangeiros é apontado como uma das causas a concorrer para a exagerada valorização do dólar em relação ao real. A decisão do governo de utilizar 2 bilhões de dólares das reservas internacionais do país para compensar os problemas gerados pela redução de oferta de linhas de crédito pelos bancos estrangeiros, numa operação através do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico, para irrigar o mercado, beneficiando as empresas exportadoras, até o valor de 8 milhões de dólares por financiamento, foi recebida com aplausos pelo setor exportador.

Na avaliação de analistas, notadamente se a liberação dos recursos do BNDES se der através do sistema financeiro, que dispõe dos dados de cadastro das empresas, agilizando as operações, o efeito no câmbio será imediato, com o recuo da moeda norte-americana. Além disso, admitindo-se que a média dos financiamentos deverá ficar em torno de 2 milhões de dólares por empresa tomadora de recursos, haverá uma rápida irrigação do mercado, aliviando significativamente as dificuldades enfrentadas pelos exportadores na busca de dólares. Outro efeito esperado é que a demonstração de confiança do governo no setor exportador, ofertando soma tão elevada de recursos, produza uma mudança de conduta dos bancos estrangeiros.
É provável que até o final do ano, antes do fim do programa, a oferta de crédito ao setor por bancos estrangeiros já esteja normalizada. Até mesmo porque, a partir do acordo firmado pelo Brasil com o Fundo Monetário Internacional, a forma de ver o Brasil pelos investidores estrangeiros tende a se modificar. O compromisso firmado pelos candidatos às eleições presidenciais, de respeito ao acordo e de aceitação à meta de 3,75% do PIB no superávit primário para 2003, como ficou caracterizado na reunião do presidente Fernando Henrique com os candidatos à sucessão Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, José Serra e Anthony Garotinho, deve também concorrer para tranqüilizar o mercado.


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08/26/2002


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