CLONAGEM HUMANA DEVE SER PROIBIDA.PARA SEMPRE, DIZ ANDREW SIMPSONS
O pesquisador do Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer, Andrew Simpsons, disse nesta quarta-feira (dia 9) que a clonagem humana deveria ser proibida para sempre. Por outro lado, ele defendeu a clonagem de animais e acrescentou que para este tipo de manipulação genética não seria necessário nem regulamentação. As duas opiniões foram emitidas no grupo de trabalho que discutiu o tema Biotecnologia X Saúde, dentro do seminário Clonagem e Transgênicos: Impactos e Perspectivas.Andrew Simpsons sugeriu a liberação de maiores recursos para as pesquisas no Brasil. Ele alertou que os investimentos na área de ciências são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer país. Entre as pesquisas importantes que poderiam ser priorizadas pelo governo ele citou as de vacinas de DNA e o transplante de órgãos e células. Já a bióloga Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo, alertou para a necessidade de uma legislação que coíba os excessos da fertilização in vitro, que vem sendo utilizada de maneira crescente. Ela opinou que uma lei deveria obrigar que os casais fossem informados de que a infertilidade de um dos dois poderia ser de origem genética, o que aumentaria as chances de o feto ter vários problemas. Segundo a bióloga, atualmente poucos profissionais alertam seus pacientes sobre esse risco.No grupo de trabalho que debateu o tema Biotecnologia e Legislação, a vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Glacy Zancan, sugeriu que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) tivesse sua competência ampliada e deixasse de apenas emitir pareceres, passando também a decidir sobre o registro de novos produtos para sofrerem alterações genéticas.A vice-presidente da SBPC também falou da necessidade de serem alocados mais recursos para analisar os riscos dos alimentos geneticamente alterados. Para isso, ela propôs a elaboração de um projeto que estabeleça a cobrança de um percentual, que poderia ser calculado entre 0,3% ou 0,5%, sobre o faturamento das empresas transnacionais produtoras de agrotóxicos ou que venham a plantar sementes transgênicas.Ressaltar a necessidade de popularizar para o cidadão as questões científicas foi a contribuição apresentada pelo ex-deputado federal Paulo Romano, que participou do grupo de trabalho sobre Bioética. Ele manifestou preocupação em constatar freqüentemente a distância que o cidadão comum tem da realidade científica. No mesmo sentido, o membro da Sociedade Brasileira de Bioética, Mário Toscano, propôs a divulgação dos avanços científicos na área de biotecnologia para a população.
09/06/1999
Agência Senado
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