Collares diz que Tarso também faz parte do clube





Collares diz que Tarso também faz parte do clube
Vieira da Cunha começará a ler o relatório de quase 200 páginas às 14h. A sessão deverá durar, no mínimo, seis horas

O ex-govemador Alceu Collares (PDT) garante que Diógenes de Oliveira é apenas 'um testa de ferro" e acusa o prefeito Tarso Genro de envolvimento com o Clube da Cidadania.

O relator Vieira da Cunha O (PDT) apresenta hoje, às 14h, aos membros da CPI da Segurança Pública, o relatório final em que deverá apontar irregularidades na arrecadação de recursos do Clube de Seguros da Cidadania e sua ligação com a compra da sede do PT. A CPI iniciou seus trabalhos em maio, ouviu 152 depoentes, 160 testemunhas e realizou 46 reuniões.

Para o ex-governador Alceu Collares (PDT), o relatório deve pedir o impeachment de Olívio Dutra, se não ele será falho. Collares afirmou que, além do governador Olívio Dutra, o prefeito Tarso Genro (PT) também sabe a origem dos recursos do Clube de Seguros da Cidadania. Para Collares existem fatos e provas de crimes, levantados pela comissão, que permitem pedir o impeachment do governador.

PROVA - Collares garantiu que o prefeito Tarso Genro sabia da origem do dinheiro do Clube de Seguros e defendia Diógenes nos debates eleitorais, quando disputou com o ex-governador a eleição à Prefeitura, em 2000.


Oposição promete forte reação.
Os deputados governistas entregarão hoje uma "Declaração de Voto", após a apresentação do relatório do deputado Vieira da Cunha (PDT). Eles anunciam que vão mostrar erros e provas sérias contra alguns integrantes da CPI. O presidente da CPI, Valdir Andres (PPB) promete um forte esquema de segurança para garantir os trabalhos do relator.

O PT só contará com os votos de Ivar Pavan e Ronaldo Zülke. Além do relator e do presidente, votarão na CPI os deputados Adilson Troca (PSDB), Francisco Ápio (PPB), Germano Bonow (PFL), Ciro Simoni (PDT), João Osório (PMDB), Luís Lara (PTB).

Fontes ligadas ao PT adiantaram que o documento mostrará provas da ligação do relator e do presidente da CPI com a contravenção, através de recibos de doação de dinheiro de bicheiros em suas campanhas de 1998.

Jorge Garcia, assessor jurídico do PT, disse que processará Andres e Vieira da Cunha por constrangimentos às testemunhas. O advogado informou que o primeiro processo será impetrado pelo segurança do Palácio Piratini, Juarez Motta de Paula, acusado de recebimento ilícito de R$ 20 mil de Diógenes de Oliveira. "Ele foi humilhado e tem o direito de receber uma indenização pelo dano moral que o Estado, o presidente e o relator da CPI lhe causaram", explicou.

Garcia informou que o Estado será o réu e Vieira é "litisconsorte passivo” no processo. Ou seja: "Co-réu de toda a ação".
O advogado, que é filiado ao PT, contou que foi convidado pelo partido para assessorar as pessoas que sofreram diversos constrangimentos durante seus depoimentos na Comissão.


PT poderá romper com Clube de Diógenes
Líder do governo diz que partido pensa em entregar a sede para o Clube e terminar definitivamente com a relação

O líder do governo na Assembléia, deputado Ivar Pavan, disse ontem que não haverá surpresas com o conteúdo do relatório, pois a CPI se tornou um "palanque eleitoral". Reafirmou que ficou provada a origem dos recursos para a compra da sede do PT, que se constituiu em um dos principais objetos de discussão na Comissão. O petista adiantou, no entanto, que o partido poderá devolver o prédio para o Clube, já que muitos empresários disseram desconhecer o destino suas doações.

Ao entregar a sede, adiantou Pavan, as relações com a entidade estariam definitivamente rompidas. "Vamos comprar uma nova sede com os recursos da militância que quiser colaborar para esse fim", disse. O deputado prevê que ambas as iniciativas serão ratificadas pela unanimidade do partido.

Pavan aproveitou para criticar o ex-governador Alceu Collares sobre suas declarações acerca da necessidade de um pedido de impeachment do governador Olívio Dutra


Bancos entregam dados sobre Maluf.
Maioria das instituições financeiras já enviou aos procuradores as informações da quebra de sigilo.

A maior parte das grandes instituições financeiras brasileiras já entregou para a Procuradoria da República, em São Paulo, as informações bancárias referentes à quebra do sigilo do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) e dos familiares dele, informou hoje a procuradora Denise Abade. As informações bancárias são sigilosas e têm sido analisadas por Denise e pelo procurador Pedro Barbosa Pereira Neto. "Ainda faltam dados de muitas instituições financeiras, mas acredito que o principal já está em nossas mãos", avaliou Denise.

A quebra de sigilo de Maluf e de seus familiares foi decretada a pedido da Procuradoria da República em 15 de setembro. Maluf recorreu, mas a decisão foi mantida pelo Tribunal Federal em São Paulo. A Procuradoria conduz duas investigações paralelas sobre o ex-prefeito. Numa, ele é suspeito de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal. Noutra, é acusado de manter supostos depósitos, que girariam entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões, em bancos suíços e no paraíso fiscal de Jersey.

O Ministério Público de São Paulo requereu segunda-feira à justiça a interrupção da prescrição de atos de improbidade administrativa atribuídos a Paulo Maluf durante a última gestão do ex-prefeito (1993-96). A punibilidade da família por supostos atos de enriquecimento extingue-se em 28 de dezembro. O advogado Ricardo Tosto considerou o pedido como sintoma de falta de provas.


Simon reafirma sua candidatura as prévias.
O senador Pedro Simon, do PMDB O do Rio Grande do Sul, reiterou ontem à tarde que é pré-candidato do partido à Presidência da República, e que não pretende retirar seu nome da prévia do partido, marcada para 20 de janeiro. Simon se encontrou ontem com o presidente do seu partido, deputado federal Michel Temer (SP), a quem confirmou sua posição.

Com isso, o deputado paulista decidiu, por enquanto, não lançar seu nome para concorrer à prévia do partido, que deverá escolher o candidato do PMDB à sucessão presidencial de 2002. Temer alegou que está adotando uma "postura ética" em favor de uma candidatura de Simon.

O senador gaúcho também opinou sobre as regras da prévia do partido. Assim como Temer, Simon defende a redução do número de filiados do partido aptos a votar. "Sou favorável à redução e não vejo possibilidade de que isto possa mudar o resultado da prévia", disse Simon.

O presidente do PMDB confirmou depois, ao chegar ao Congresso, que não pretende se lançar como pré-candidato à Presidência da República em 2002. Ele disse que só será candidato caso seu nome unificar o partido.


Editorial

Queda no nível de emprego

A indústria paulista encerrou o mês de outubro com retração de 0,39% no número de empregos frente a setembro, segundo dados divulgados ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Esse recuo equivale à redução de 6.259 postos de trabalho no setor industrial de São Paulo.

Em Porto Alegre, os dados conhecidos se referem ao mês de setembro, quando a taxa de desempregados era de 13%, o que significava 82 mil portoalegrenses sem trabalho. De agosto a setembro, 17 mil pessoas se retiraram, na Capital, da População Economicamente Ativa. São homens e mulheres que desistiram de procurar emprego formal e entraram na informalidade.

O emprego informal prejudica a indústria e o comércio. Produtos são vendidos facilmente nas ruas, muitas vezes provenientes de contrabando, sem contribuir para a qualidade de vida das cidades e das populações.

O aumento de desemprego foi verificado, principalmente, entre os jovens de 18 a 24 anos e entre pessoas que não são chefes de família. Dados como estes e os divulgados ontem pela Fiesp mostram que o brasileiro continua na batalha por um mercado de trabalho cada vez menor.

Diante desse quadro, cabe uma reflexão sobre o que leva à diminuição do emprego no País. Muito mais do que a globalização, reflexos do terrorismo, juros altos, desaquecimento da economia, o que mais inibe micro, pequenos, médios e grandes empresários de gerar empregos no Brasil são os elevados encargos sociais.

O excessivo ônus às folhas de pagamentos resulta em problema para o Pais como um todo, pois o empregador deixa de contratar ou contrata menos do que poderia, e o empregado vê reduzidas as vagas formais de trabalho.
A questão dos tributos e encargos sociais se tornou um entrave à criação de empregos em nosso Pais.


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11/14/2001


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