Collor alerta para riscos à OMC caso negociações da Rodada Doha fracassem em Bali




Para Collor, Brasil precisa se dedicar a acordos de comércio

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A Organização Mundial do Comércio (OMC) corre o risco de deixar de ser foro de negociações para ser apenas um tribunal de disputas comerciais específicas, caso fracassem as negociações da reunião ministerial da entidade que está sendo realizada em Bali, na Indonésia. A avaliação é do presidente da Comissão de Infraestrutura, senador Fernando Collor (PTB-AL).

Antes de abrir audiência pública sobre os problemas do setor portuário na manhã desta quarta-feira (4), o parlamentar lembrou que a Rodada Doha, lançada em 2001, encontra-se sob impasse, e se não for destravada em Bali, "será um fracasso da liberalização comercial e uma obsolescência da Organização Mundial do Comércio".

– A reunião de Bali deve ser a última oportunidade para o processo de Doha e não se deve esperar mais do que um êxito parcial, quando muito – afirmou o senador.

A OMC é a responsável por resolver disputas entre países e promover a liberalização comercial no mundo, e a Rodada Doha é uma negociação iniciada há mais de uma década para para liberalizar o comércio entre os 159 países-membros da instituição.Em Bali, estão na mesa de negociações três grandes temas: redução de burocracia alfandegária, agricultura e medidas para países pobres expandirem exportações.

Na opinião de Collor, apesar positiva a liderança do Itamaraty na delegação brasileira, a situação do Brasil é bastante frágil, pois o país deu prioridade às negociações da Rodada Doha desde 2003 e descuidou da negociações de acordos comerciais.

– Num cenário de consolidação de grandes espaços econômicos, o Brasil pagará o preço de ter adotado diretriz equivocada ao se dedicar à Rodada Doha em detrimento de acordos de comércio. Acresce que está com baixo crescimento, problemas de balança comercial, situação fiscal agravando-se, e infraestrutura deficiente. Só a correção das políticas cambiais e fiscais e os investimentos em infraestrutura nos permitirão ultrapassar os tempos difíceis que se avizinham – advertiu.

Estradas

O presidente da CI lembrou também que, após o leilão da semana passada para a concessão da BR-163 — uma rodovia de 850 quilômetros, considerada fundamental para o escoamento da soja produzida no Centro-Oeste —, foram realizados na segunda-feira (2) os leilões da BR-060 (Distrito Federal), da BR-153 (Goiás) e da BR-262 (Minas Gerais).

No próximo dia 17, está previsto o leilão da BR-163. A rodada de concessões de rodovias este ano encerra-se no dia 27 deste mês, com o leilão para a concessão da BR-040, entre Brasília e Juiz de Fora informou.



04/12/2013

Agência Senado


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