Comandante da Aeronáutica nega falta de repasses da Infraero para a FAB



Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, nesta segunda-feira (4), o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, negou a existência de quaisquer irregularidades no repasse, pela Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), de recursos à Força Aérea Brasileira (FAB) provenientes da cobrança de taxas das companhias aéreas pela utilização de serviços de controle de vôo.

A posição do oficial general contradita auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apura uma dívida de R$ 582 milhões da Infraero, relativa a esses recursos,com o Departamento de Controle de Tráfego Aéreo. Juniti Saito se comprometeu a enviar documentos à Câmara do Deputados e ao Senado esclarecendo a questão.

O comandante da Aeronáutica considerou como principais causas da crise aérea ocorrida nos últimos meses o fato de vários controladores - que, segundo ele, são, atualmente, em numero insuficiente - terem sido afastados após o acidente com o avião da Gol.

- Diria que o problema começou com recursos humanos: falta de pessoal para fazer face à necessidade do controle. Na verdade, houve um dia em que 32 controladores estavam fora do serviço. E isso naturalmente gerou muito atraso - disse.

Juniti Saito garantiu que o sistema de controle de tráfego aéreo brasileiro é seguro e atende à todas as necessidades do país. Ele rebateu acusações feitas por controladores de vôo sobre a existência de pontos cegos na área de cobertura de radar no território nacional.

O militar afastou ainda a possibilidade de o Brasil ser rebaixado do Grupo 1 do Conselho Executivo da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) devido aos problemas no setor aéreo. Uma das conseqüências de tal penalização seria o impedimento de companhias aéreas brasileiras voarem para os Estados Unidos e países da Europa.

O presidente da CPI, senador Tião Viana (PT-AC), reafirmou, durante a reunião, a disposição do colegiado de tentar produzir, ao final dos trabalhos, uma solução definitiva para a crise do setor aéreo.

O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) destacou a possibilidade de existência de "responsabilidades múltiplas", no que diz respeito a crise na aviação civil brasileira.

- Eu diria que a responsabilidade não é do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em particular. Pode ser até de outros governos ou de muita gente, instituições civis a própria consciência da sociedade civil brasileira - afirmou.

04/06/2007

Agência Senado


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