Comissão terá amplo debate sobre relação com a Bolívia
Marcada para três dias após o anúncio pelo governo boliviano da nacionalização de suas jazidas de gás e petróleo, a reunião de quinta-feira (4) da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) deverá transformar-se em um grande debate sobre a relação entre o Brasil e a Bolívia. A previsão é do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), relator da mensagem presidencial de indicação do novo embaixador brasileiro em La Paz, Frederico Cezar de Araújo, que será examinada durante a reunião da comissão.
- Vou perguntar ao embaixador indicado quais serão as atitudes da diplomacia brasileira no sentido de reaver o capital investido pela Petrobras na Bolívia e de garantir o abastecimento de gás ao nosso país - adiantou Virgílio, em entrevista à Agência Senado.
Na opinião do senador, a embaixada brasileira em La Paz pode ser considerada atualmente a terceira mais importante em todo o mundo. Só perderia para a de Washington, pela importância estratégica dos Estados Unidos, e para a de Buenos Aires, capital do maior parceiro do Brasil no Mercosul. Por isso, a seu ver, o próximo embaixador brasileiro na Bolívia deve deixar claro ao Senado o seu roteiro de atuação no país vizinho.
No parecer já apresentado à CRE, Virgílio observa que a manutenção do bom relacionamento bilateral exigirá de Araújo - cujo último posto foi o de embaixador na Austrália - "grande capacidade profissional". Além de principal parceiro comercial da Bolívia, recorda o relator, o Brasil é o maior investidor no país. A Petrobras, segundo o relatório, já aplicou cerca de US$ 1,5 bilhão na Bolívia, contribui com 22% da arrecadação fiscal do país e produz 25% do valor das exportações bolivianas.
Depois do anúncio da nacionalização do gás e do petróleo pelo presidente Evo Morales, Virgílio anunciou que vai atualizar o seu parecer. Antes disso, pretende conversar com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com quem afirmou manter uma "relação privilegiada". O senador atribuiu a "uma ingenuidade" a simpatia demonstrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao novo presidente boliviano. E observou que o novo embaixador não irá a um "convescote com o companheiro Morales".
- Foi fruto de uma ideologia superada essa suposição de que seria boa para o Brasil a eleição dessa figura nacionalista e atrasada - avaliou Virgílio.
02/05/2006
Agência Senado
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