Confea manifesta-se contra contratação de engenheiros chineses no Brasil
Marcos Túlio de Melo leu manifesto do Confea de apoio à representação feita pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) junto ao Ministério Público do Trabalho, destinada a impedir que a CSA contrate de forma ilegal a mão-de-obra chinesa.
"Carece de procedência a afirmação da siderúrgica alemã ThyssenKrupp, controladora da CSA, segundo a qual a contratação de chineses se justifica porque a obra exige conhecimentos da tecnologia e da língua chinesas para a montagem da linha de produção e de operação de máquinas e equipamentos", manifesta-se o Confea no documento.
De acordo com a análise da entidade, é falso o argumento utilizado pela estatal China Internacional Trust & Investment Corporation de que a contratação de chineses se justifica porque a tecnologia a ser empregada é nova e desenvolvida naquele país. O dirigente do Confea afirmou que engenheiros brasileiros usam a mesma tecnologia na Companhia Siderúrgica de Tubarão, no Espírito Santo.
O documento apresentado pelo Confea esclarece que a entidade é contrária à contratação dos chineses por entender que engenheiros brasileiros estão capacitados tecnicamente para projetar e executar, como também para preparar, implantar e manter o funcionamento da fábrica da CSA que produzirá coque (uma das matérias-primas para a produção do aço).
A entidade também solicita rigor do Ministério do Trabalho e Emprego na análise dos pedidos e autorização de uso de mão-de-obra estrangeira no pais. E alerta que, além do visto de trabalho e emprego, é necessário que esses profissionais obtenham registro junto ao Crea, como determina a legislação vigente.
O representante do Crea-RJ Reinaldo Barros disse na reunião que é necessário haver maior integração dos trabalhos de fiscalização realizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelas entidades profissionais brasileiras, como o Crea. Reinaldo Barros declarou que há informações sobre outros casos de engenheiros estrangeiros trabalhando ilegalmente no Brasil.
A própria CSA, segundo Reinaldo Barros, mantém 13 engenheiros alemães trabalhando em canteiros de obras sem autorização do Crea. Disse também que foi verificada a atuação de estrangeiros trabalhando ilegalmente em estaleiros em Mauá (RJ).
20/03/2007
Agência Senado
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