Emilia se manifesta contra adesão do Brasil à Alca
A senadora Emilia Fernandes (PT-RS) protestou nesta terça-feira (18) contra a atitude, a seu ver apressada, do governo Fernando Henrique Cardoso de negociar a adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), sem informar devidamente a população brasileira. -O governo quer fazer crer que não existe uma proposta coesa e bem articulada de acordo, mas apenas um conjunto heterogêneo de propostas. Isso não é verdade-, garantiu.
Na Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, lembrou a senadora, está em discussão proposta de realizar um referendo popular para aprovar os termos da adesão do Brasil à Alca. A questão está em discussão há meses e não avança porque a base parlamentar do governo não permite, disse.
Segundo Emilia, há capítulos em que a maioria dos pontos já está negociada, como o capítulo sobre investimentos, acesso a mercados, solução de controvérsias, direitos de propriedade intelectual e defesa da concorrência. -A Alca já se encontra em fase de resolver as diferenças existentes estando, portanto, em estágio bem mais avançado do que se divulga. Para quem deseja a Alca, as coisas estão bem-, afirmou.
A votação do projeto na Comissão Mista do Mercosul - interrompida na reunião de hoje em virtude do início das votações no Plenário do Senado, que regimentalmente têm preferência - deverá ocorrer na próxima terça-feira (25), informou Emilia. Ela argumentou que, caso o governo tenha convicção do acerto de seu posicionamento em relação às negociações sobre a Alca, não haverá por que obstruir a realização do referendo popular.
Ao finalizar seu pronunciamento, Emilia protestou contra a tentativa do governo de responsabilizar o crescimento da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva pela alta do dólar. -É ao governo Fernando Henrique Cardoso que cabe a culpa pela especulação sobre o dólar. O paliativo que encontrou para contornar a situação, buscando recursos em novos saques ao FMI, representa mais recursos que terão que ser pagos, no futuro, pelo povo brasileiro-, advertiu.
18/06/2002
Agência Senado
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