Congresso abre espaço para venda de produtos orgânicos
Além de uma oportunidade para debater agroecologia e produção orgânica, o Congresso Brasileiro de Agroecologia é também um local para que produtores possam expor e vender seus produtos. No maior evento científico de agroecologia do País, tem geleia, doce, suco, frutas, pimentas, pães e vários outros produtos - todos orgânicos.
Pessoas de todas as partes do Brasil podem conferir de perto a qualidade dos produtos até o final do congresso. A agricultora Ivete Karling, 39 anos, da Cooperativa Agropecuária de Produção e Comércio Vida Natural (Coopernatural), localizada no município gaúcho Picada Café, trouxe sucos, doces e geleias de diversos sabores, tudo produzido de forma orgânica. Ela avalia a participação no congresso como um intercâmbio de conhecimentos. "A gente tem contato com pessoas de todo o Brasil e também servimos como experiência positiva. Tem muitos jovens no congresso com interesse na agroecologia, mas às vezes eles têm medo de não dar certo e nós estamos dando certo", atenta.
Os produtos da Coopernatural tem o selo da agricultura familiar. Para Ivete a identificação é motivo de orgulho. "A agricultura familiar é responsável pela maior parte da produção de alimentos e ser agricultora familiar é de muito gratificante", salienta a filha de agricultores que por anos trabalhou no comércio e resolveu voltar para a agricultura quando teve contato com a Coopernatural.
Em Picada Café, existe apenas cerca de cinco mil habitantes e, segundo Ivete, a agricultura familiar garante renda para população. O município fica a aproximadamente 90 quilômetros de Porto Alegre e a agricultora conta que necessita de um meio de transporte próprio para levar sua produção. Para transportar sua matéria- prima até a agroindústria da cooperativa, Ivete acessou o Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e comprou uma caminhonete em 2011. "As propriedades ficam cerca de dez quilômetros da cooperativa então é necessário investir no transporte. Seria muito mais difícil conseguirmos adquirir o veículo se não fosse essa facilidade das políticas públicas", afirma.
Apesar do mercado em ascensão, Ivete diz que ainda existem dificuldades na comercialização de produtos orgânicos. "A gente sabe que existem consumidores que compram o mais barato ou aquele que busca realmente um produto de qualidade. Alguns sabem que o produto orgânico é de melhor qualidade", observa Ivete. Outra dificuldade que a agricultora sente é a falta de confiança do consumidor. "A maioria das pessoas que vem aqui já conhece o produto, mas ainda tem alguns que não confiam que seja realmente orgânico", completa.
O empreendimento
A Coopernatural existe desde 2004, mas sua história começou em 2001 quando parte dos cooperados se uniu e fez uma associação de produtores orgânicos. "Percebemos um nicho de mercado e queríamos oferecer um produto saudável. As pessoas não tinham mais o que fazer para se manter na agricultura então surgiu a ideia de trabalhar com orgânico", conta Ivete.
Hoje, a cooperativa tem 27 cooperados e duas agroindústrias que produzem vinhos, sucos, compotas e geleias de inúmeros sabores, como: goiaba, pêssego, cereja, figo e carambola. "Com o tempo fomos vendo que só vender in natura era muito limitado e percebemos que poderíamos fazer doces e geleias para comercializar também", explica.
Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Agrário
27/11/2013 12:33
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