Congresso deverá retomar votação da MP que autoriza repasses para o FAT
Desde a rejeição desta medida provisória na Câmara dos Deputados, parte da bancada do governo passou a obstruir a pauta de votação da convocação extraordinária. Na sessão desta terça-feira (dia 6), após apelo feito pelo presidente Antonio Carlos Magalhães, líderes governistas e de partidos de oposição concordaram em tentar um entendimento para definir uma pauta consensual que possibilite a retomada das votações. A reunião das lideranças está marcada para esta quarta-feira (dia 7), às 9 horas. Deste encontro poderá surgir um entendimento sobre as MPs que deverão ser votadas na sessão das 11h.
Ao defender a desobstrução da pauta, Antonio Carlos disse que não votar as medidas provisórias incluídas na convocação extraordinária colocaria o Parlamento em uma situação difícil diante do país. Ele acrescentou que estaria disposto até a modificar o critério da anterioridade para a votação das MPs, contanto que houvesse um acordo entre os líderes. "Apelo ao bom senso, sem nenhum interesse na decisão, porque já ressalvei a minha posição, que é a de que haja votação", disse Antonio Carlos.
O líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), aceitou a sugestão de Antonio Carlos e concordou em desobstruir a pauta da convocação extraordinária se houver um entendimento na reunião das lideranças. Alguns parlamentares da oposição também se pronunciaram, dizendo que aceitavam o apelo do presidente do Senado. O vice-líder do PT, deputado Walter Pinheiro (PT-BA) apresentou duas condições para o entendimento: a primeira é que a votação seja retomada a partir da MP aprovada na Câmara e interrompida por falta de quorum no Senado. A segunda, é que sejam colocadas na pauta consensual medidas provisórias que também atendam aos interesses da oposição.
Falando aos repórteres ao final da reunião, Antonio Carlos comentou que, mesmo sem a votação de nenhuma matéria por falta de quorum, a sessão do Congresso desta terça-feira tinha sido produtiva pela abertura de diálogo para um possível acordo. "Depois do apelo que fiz a situação mudou, até porque vamos conseguir continuar a votação interrompida", disse. O senador acrescentou que a convocação extraordinária valerá à pena se houver espírito público e os parlamentares conseguirem votar um bom número de medidas provisórias nas últimas sessões do período.
06/02/2001
Agência Senado
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