Congresso pode bloquear repasse de verbas para o metrô do Rio
As obras da Linha 3 do metrô do Rio de Janeiro devem ficar sem verbas da União em 2012. A recomendação consta do relatório do Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves (COI), que deve ser votado por deputados e senadores, nesta terça-feira (20), na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO).
Sobrepreço na aquisição de produtos e serviços e deficiência no projeto estão entre os problemas do empreendimento, de acordo com o deputado Weliton Prado (PT-MG), responsável pelo relatório. A recomendação do Comitê é de que os trabalhos sejam interrompidos "até que as medidas corretivas exigidas sejam providenciadas".
A Linha 3, que ligará a capital fluminense a Niterói e São Gonçalo, não é a única obra com recomendação de paralisação imediata incluída no Anexo VI do projeto de lei orçamentária do próximo ano. Outros quatro empreendimentos também deverão ficar sem recursos federais: construção da barragem do Rio Arraias, em Arraias (TO); macrodrenagem no Tabuleiro dos Martins, em Maceió (AL); projeto de prevenção de enchentes no Rio Poty, em Teresina (PI); e reestruturação urbana e conclusão das obras do complexo viário do Rio Baquirivu, em Guarulhos (SP).
Votação
O relatório do COI é um dos pontos de divergência no processo de votação da peça orçamentária de 2012 nesta reta final de trabalhos legislativos. Parlamentares da oposição e da base governista não se entendem sobre a obra de construção da refinaria de Abreu e Lima, no Recife (PE).
O Tribunal de Contas da União (TCU) havia apontado inicialmente sobrepreço de cerca de R$ 1,4 bilhão, mas voltou atrás diante do questionamento da empresa sobre a metodologia utilizada. A oposição quer a inclusão da obra no Anexo VI, o relator, deputado Weliton Prado, informou, na fase de discussão do relatório, que seria necessário esperar nova manifestação do tribunal. Os parlamentares da oposição, por sua vez, fizeram duras críticas à Petrobras, lembrando que não é primeira vez que obras da companhia apresentam irregularidades.
Relatório
Além das cinco obras incluídas no Anexo VI, o relatório do COI a ser votado pela Comissão de Orçamento aponta outras 22 com indícios de irregularidades graves. No entanto, não há recomendação para paralisação destes empreendimentos. Conforme o Comitê, tal decisão "revelar-se-ia ainda mais danosa à Administração, diante do estágio avançado da execução das obras e serviços e/ou das providências já adotadas pelos gestores para resolver os problemas".
As irregularidades mais comuns encontradas pelo TCU e presentes no relatório são superfaturamento, deficiência ou desatualização do projeto básico e restrição à competitividade. Ocorrências de licitação sem requisitos mínimos, fiscalização deficiente, planilha com quantitativos inadequados e contrato assinado com objeto diferente do licitado também foram identificadas.
20/12/2011
Agência Senado
Artigos Relacionados
Divulgação pela Internet de dados sobre beneficiários de programa social pode ser condição para repasse de verbas
Para Raupp, decreto que vai bloquear verbas orçamentárias não inspira temor
Alvaro Dias condena repasse de verbas federais para o MST
VALADARES PROTESTA CONTRA ATRASO EM REPASSE DE VERBAS PARA MERENDA
AMIN PEDE REPASSE DE VERBAS PARA FUNDAÇÕES EDUCACIONAIS CATARINENSES
Comissão ouve reivindicação de repasse de verbas para a saúde em São Leopoldo