Divulgação pela Internet de dados sobre beneficiários de programa social pode ser condição para repasse de verbas



Os repasses de recursos da União a programas sociais, como o Bolsa-Família, poderão ficar condicionados à divulgação, pela Internet, de informações sobre os beneficiários e os valores disponibilizados. É o que determina o substitutivo do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao PLS 17/05, do senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), acolhido nesta quarta-feira (6) pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), em turno suplementar e em decisão terminativa.

De acordo com o texto aprovado, a responsabilidade pela divulgação das informações é dos estados, do Distrito Federal e dos municípios com mais de cem mil habitantes. Para municípios pequenos, onde há dificuldade de acesso à Internet, o substitutivo determina que sejam adotados outros meios para a divulgação dos dados, conforme realidade de cada localidade. Em caso de descumprimento da norma, a matéria estabelece que seja interrompido o repasse dos recursos pela União.

Azeredo acolheu emenda proposta por Cristovam Buarque (PDT-DF) determinando que, entre as informações a serem divulgadas sobre os beneficiários de programas sociais, conste o cumprimento das condições para acesso ao benefício. Em seu relatório, Azeredo destaca que a medida permitirá acompanhar o efeito das exigências previstas nos programas sociais, como a condição de freqüência escolar estabelecida no Bolsa-Família.

- É por exigências relacionadas à formação de capital humano, como a de freqüência escolar mínima, que se pode gerar um quadro de ruptura do ciclo de dependência, tornando os beneficiários aptos a ingressar no mercado de trabalho e caminhar por si próprios, sem a necessidade de tutela estatal - frisou o senador por Minas Gerais.

Grampos

Ainda na reunião desta quarta-feira, os senadores da CCJ aprovaram pedido do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) para a retirada de pauta do projeto de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) que criminaliza a divulgação de grampo telefônico (PLS 525/07). Demóstenes, que é relator do projeto na CCJ, justificou o pedido, informando que deverá discutir com integrantes do governo federal sugestões à matéria. Conforme previsão do relator, o projeto deve voltar à agenda da comissão em até duas semanas.

Também foi adiada a votação de substitutivo do senador Pedro Simon (PMDB-RS) à Proposta de Emenda à Constituição 47/05, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que suspende o sigilo bancário e fiscal de agentes políticos que ocupem cargos eletivos e de todos os servidores públicos.



06/08/2008

Agência Senado


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