Conselho de Ética começa a analisar requerimentos sobre Jader
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar inicia nesta quinta-feira (dia 2), às 10h, a discussão dos requerimentos da oposição que pedem a apuração de irregularidades atribuídas ao presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). São objetos dos requerimentos a apuração do desvio de recursos do Banpará, a venda irregular de Títulos da Dívida Agrária (TDAs) e a denúncia de que Jader teria cobrado R$ 5 milhões para intermediar a liberação de recursos pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Na reunião deverá ser analisada ainda a representação do senador Geraldo Althoff (PFL-SC), solicitando investigar a participação do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) no episódio da violação do painel do Senado.
O presidente do conselho, Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), aguarda parecer da Advocacia do Senado sobre a possibilidade de instituir comissões com três senadores para relatar os processos. "Não quero tomar uma decisão que depois possa ser questionada", disse.
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) não acredita em manobras protelatórias que impeçam a apuração dos fatos relacionados a Jader Barbalho. "A realidade é implacável e a opinião pública quer a apuração rigorosa de todos os fatos", disse.
Sobre o número de relatores, esclareceu que não se trata de "invenção" sua, pois a possibilidade está prevista, segundo informou, no Regimento Interno da Casa. Como, tradicionalmente, o conselho sempre indicou apenas um relator para os processos, ele decidiu solicitar um parecer à Advocacia Geral do Senado para não suscitar nenhuma dúvida sobre sua isenção. Disse também que irá seguir o que for recomendado pelos advogados do Senado. O senador amazonense negou que sua amizade com Jader possa interferir em suas ações como presidente do Conselho e garantiu que irá agir, como dirigente daquele órgão, para tentar restaurar a imagem da Casa que, afirmou, está "bastante arranhada".
- Existe uma perplexidade da sociedade com o volume de notícias relacionadas ao Senado e nós precisamos e vamos apurar os fatos com rigor, mas também com bastante senso de justiça para que não pairem dúvidas sobre a correção e a legalidade dos atos do Conselho de Ética - declarou Mestrinho.
Ele lembrou que, caso as denúncias sejam acatadas, as investigações de todas as suspeitas ocorrerão ao mesmo tempo. E acrescentou que não vai haver atraso se as mesmas forem realizadas por uma subcomissão.
01/08/2001
Agência Senado
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