Convenção em clima de guerra



Convenção em clima de guerra Confiante na vitória, ala governista do PMDB prepara os planos para as eleições de 2002. Com a provável vitória hoje da ala governista do PMDB em mais uma conflagrada convenção do partido, o grupo já prepara os planos para as eleições de 2002. O primeiro passo é resolver o imbróglio Jader Barbalho, fonte de desgaste de um partido que está dividido entre lançar candidato próprio a presidente da República ou integrar de novo uma ampla aliança das forças governistas se ela for encabeçada pelo ministro da Saúde, o tucano José Serra. A missão imediata do virtual presidente do PMDB, o deputado federal Michel Temer (SP), será convencer Jader a renunciar à presidência do Senado como pressuposto para o partido tentar salvar seu mandato e diminuir o dano à imagem da sigla. Se não aparecer prova no caso Banpará que seja definitiva, o PMDB o socorrerá. Se ela surgir, o abandonará de vez. Jader tem resistido aos apelos para renunciar porque teme perder cacife e, numa exagerada figura de linguagem que ele mesmo usa, ´sair algemado do Senado". Quando pediu licença do posto, havia um acordo informal para que as denúncias contra ele fossem enviadas à Justiça. No entanto, as acusações seguiram para o Conselho de Ética, que julga política e sumariamente. Os peemedebistas vão argumentar que a renúncia à presidência será a única chance de Jader. Fora do cargo, ele poderia diminuir a pressão da mídia e da opinião pública por sua cassação. No entanto, Temer e seu grupo vão deixar claro que a situação é dificílima e que Jader poderá acabar sendo obrigado a adotar a saída ACM: renunciar ao mandato de senador a fim de evitar a cassação e preservar os direitos políticos. Assim como ACM planeja, ele poderia voltar ao Congresso com um novo mandato de senador ou de deputado federal. Essa articulação tem o apoio de FHC. E deverá ser deflagrada na sequência da esperada vitória de hoje contra a candidatura do senador Maguito Vilela (GO) a presidente do partido. Maguito, presidente interino do PMDB, defende a candidatura presidencial do governador Itamar Franco (MG). Apesar do clima de guerra, com possibilidade de agressões físicas, a vitória governista deverá ser folgada. Nas contas do ministro Eliseu Padilha (Transportes), Temer terá no mínimo 70% dos 704 votos da convenção. Para as duas outras grandes questões do encontro, o prognóstico é diferente. A tese de candidatura própria em 2002 deverá ter quase 100% de adesão. É mais um gesto político, porque é necessário que outra convenção ratifique a decisão no ano que vem. A proposta de prévia em janeiro de 2001 para escolher o candidato tende a ser aprovada, mas por um percentual mais apertado: 60%. Itamar impõe condições Principal personagem na convenção nacional do PMDB, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, ainda não se definiu sobre o destino partidário que tomará se o seu grupo perder hoje o comando da sigla. Cobiçado por agremiações de menor expressão, Itamar emitiu sinais nos últimos dias de que pode acabar permanecendo no PMDB, mesmo sendo derrotado na convenção de hoje. Mas impõe duas condições. Primeiro, deseja ser tratado com respeito quando estiver presente no ginásio de esportes do Colégio Marista, local que hospedará o encontro peemedebista. Em 98, Itamar foi ofendido na convenção nacional do PMDB. Militantes instruídos pelos seus adversários gritaram durante seu discurso, impedindo que fosse ouvido. Entre outros xingamentos, o mineiro foi chamado de´Shirley" pelos governistas. Saiu humilhado. A outra precondição para se manter na sigla é ter garantia absoluta de que o partido terá uma eleição prévia, interna, para a escolha do candidato à Presidência. Itamar desconfia de que a data da prévia, 20 de janeiro de 2002, seja apenas uma cortina de fumaça preparada pelos governistas da sigla. Deseja que a escolha seja ainda neste ano. A realização de uma prévia não é a garantia de que o PMDB terá mesmo candidato próprio em 2002. Uma outra convenção nacional pode revogar a decisão. Mas na avaliação dos itamaristas a escolha antecipada tornaria quase irreversível o distanciamento dos peemedebistas do Palácio do Planalto. Itamar tem outras saídas além do PMDB, mas nenhuma que lhe dê a visibilidade caso fosse candidato a presidente pela sua sigla atual. O prazo final para deixar o partido é um ano antes do pleito do ano que vem, que será realizado em 6 de outubro de 2002. A data limite para assinar a ficha em outra sigla, é o dia 5 do mês que vem. Itamar cumpriu sua parte. Parou de usar a expressão ´tomar o caminho da roça" para insinuar que pretende sair do PMDB. Mas o prazo de seu silêncio termina hoje, no final da tarde. Cardoso admite sangue Fiel ao estilo que lhe valeu o apelido de "trator", o vice-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso (PMDB), disse ontem que poderá, dependendo das circunstâncias, mandar a claque que ele levará para a convenção nacional do PMDB partir para a briga com a ala da legenda alinhada ao governo federal. Responsável pela arregimentação em Minas da tropa de choque que apoiará hoje, a candidatura do senador Maguito Vilela (GO) à presidência da legenda, Newton disse não se preocupar com uma possível repetição das cenas da convenção de 1998, quando grupos de tendências opostas trocaram sopapos. "Por que não?", respondeu à pergunta sobre se seus liderados poderiam partir para o confronto físico. "Não queremos ver sangue, mas, em benefício do País, quem sabe? Vamos lutar. Faz parte, vamos aguerridos", disse. Maguito é o candidato e aliado do governador de Minas, Itamar Franco. Partiram de Minas um avião e 46 ônibus, levando os itamaristas. "Vai ter uma disputa acirrada, não vamos entregar de bandeja isso, não. Não pense o presidente da República que ele vai ganhar fácil. Porque essa guerra é do PMDB contra FHC. O clima beligerante dos newtistas levou o grupo governista a solicitar que a segurança do encontro seja feita pela Polícia Militar e a deixar de sobreaviso equipe de seguranças. Brasil é líder em desperdício Brasileiro não planeja as refeições e tem o hábito de adquirir e não consumir alimentos. Quanto mais abarrotado o carrinho de supermercado, melhor. O mesmo vale para a sacola da feira ou o prato do almoço feito no restaurante por quilo, por exemplo. E, na hora de planejar o cardápio do jantar para os amigos, invariavelmente surge a clássica assertiva: "é melhor sobrar do que faltar". Esse hábito tão característico do brasileiro de adquirir – e não exatamente consumir – alimentos de forma exagerada deu ao País o título de um "dos dez mais" do mundo a desperdiçar alimentos. A comida descartada representa mais da metade do lixo produzido por ano no Brasil. Só nos restaurantes, bares, lanchonetes e afins, de 15% a 50% do que é preparado para os clientes vai para o lixo, o que daria para alimentar diariamente mais de dez milhões de pessoas. "Hoje é comum ver pessoas revirando as lixeiras em busca de alimento, o que é desumano e poderia ser evitado se houvesse uma conscientização das pessoas", diz Maurício Andrade, coordenador-geral do Ação Cidadania Rio de Janeiro, cidade que responde diariamente por um milhão de refeições jogadas no lixo pelos estabelecimentos comerciais da área de alimentação. A responsabilidade do consumidor pela superlotação das lixeiras também não é nada desprezível: cerca de 60% dos alimentos adquiridos para serem consumidos em casa vão para o lixo, afirma Tito Bianchini, presidente da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). "Uma grande parcela da população brasileira tem o hábito de comprar alimentos in natura e prepara suas refeições em casa, acabando por jogar no lixo esse grande volume", diz Bianchini. Além de pecar pelo excesso e pelo aproveitamento limitado do alimento, vários outros fatores levam o consumidor a ser perdulário com os alimentos. Correr atrás das promoções, por exemplo. (Agência Folha) Punição afeta doadores Pela legislação federal, os donos de estabelecimentos são responsáveis pela qualidade da comida que oferecem, o que inclui a doação. Respondem civil e criminalmente por danos causados pelos seus produtos. Por isso, como grande parte dos alimentos que sobram são preparados, ou seja, têm mais chance de estragar, os empresários optam pela solução lixo. Alguns poucos têm se valido dos chamados bancos de alimentos que fazem o trabalho de coleta dos alimentos e distribuem para entidades assistenciais. Segundo a nutricionista Luciana Rossi Mora, coordenadora técnica do projeto Mesa São Paulo, o cuidado com as doações por parte dos bancos de alimentos é grande. Uma equipe de nutricionistas e técnicos é treinada para checar as condições do alimento, embora isso não tire a responsabilidade dos doadores. "Além dos vegetais, usamos com freqüência aqueles alimentos que mantêm o valor nutritivo, não o comercial, voltado para a aparência", explica a nutricionista Suzete Raimondi, coordenadora do Banco de Alimentos. Desde o início deste ano, a Prefeitura de São Paulo dispõe de um serviço de consulta para estimular a doação dos alimentos in natura pelos empresários da área. "O serviço dá orientações aos interessados para que a doação seja feita da forma mais segura possível", tanto para o consumidor como para a empresa doadora, explica a médica veterinária Vera Lucia Barral Hiratani, da Semab (Secretaria Municipal de Abastecimento). Projeto quer acabar com esbanjamento Transferir a responsabilidade civil e criminal dos doadores para as entidades beneficiadas. Essa é a proposta do Estatuto do Bom Samaritano, projeto de lei que espera aprovação do Congresso Nacional desde 1996 e cuja apreciação pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados está prevista para acontecer esta semana. Com a sua aprovação, espera-se pôr fim ao desperdício de alimentos causado pelos restaurantes e bares, que deixam de doar o que sobra por medo das punições. Otimista, o economista Maurício Andrade, coordenador-geral do Ação Cidadania Rio de Janeiro, espera que a lei já esteja aprovada em 16/10, Dia Mundial da Alimentação. Para agilizar a aprovação, a Organização Não-Governamental (ONG), elaborou um abaixo-assinado que já conta com mais de cem mil assinaturas e tem o apoio dos demais bancos de alimentos espalhados pelo País. Qualquer pessoa pode assinar o documento e os interessados podem ter acesso a ele no site do Ação Cidadania (www.acaodacidadania.com.br). Para o economista Sabetai Calderoni, as pessoas ainda não se deram conta de que jogar comida no lixo tem um custo social mais alto do que se o excedente fosse distribuído à população carente. "Por enquanto, usar os bancos de alimentos como intermediários ainda é a melhor maneira de proporcionar qualidade de vida às pessoas", afirma Calderoni. Para Sérgio Bezerra, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimentos), enquanto a legislação não for aprovada, o governo deveria criar um órgão que se responsabilizasse pela coleta das sobras limpas dos restaurantes e que contasse com o apoio dos empresários da área. "Hoje, com tecnologia, os restos se transformariam em grandes fontes de alimentação", afirma Sérgio Bezerra. Artigos Vida em pecado Paulo Pestana Um dos paradoxos do jornalismo é que um fato pode conter mais de uma verdade. A interpretação de uma notícia pode ser conduzida para qualquer lado, dependendo de algumas variantes, como o volume de informação, qualificação e/ou o próprio caráter de quem escreve ou edita. Aí ficamos diante de mais um paradoxo: o jornalismo interpretativo, denso, profundo e caudaloso, que segundo alguns teóricos iria salvar os jornais da morte certa provocada pela internet, pode ser um de seus algozes. Para interpretar uma notícia o jornalista deve estar munido de muita informação, extrair a especulação e os interesses que podem estar ligados ao fato e, fundamentalmente, compreender o que aconteceu. Nem toda notícia, no entanto, carece de interpretação; e a maior parte delas pede isenção, o número mais difícil desta equação, já que imparcialidade não existe. A imprensa não tem a função de tutelar o leitor, de levá-lo a ter as mesmas conclusões do jornalista. A prioridade é a informação para que o próprio leitor possa tirar suas conclusões; só assim o jornalismo poderá ser honesto. A reação do leitor é clara. Os jornais tradicionais, de longos textos e opinião forte, perdem tiragem a cada dia. Em contrapartida, os jornais que investem na informação pura, embora sem abdicar da interpretação, crescem e se aperfeiçoam. Não chega a ser uma surpresa. Os primeiros jornais refletiam a opinião dos grupos controladores, que manipulavam as notícias da maneira que mais lhes convinha. Foram substituídos por jornais informativos até que a ameaça da televisão e da internet fez com que mudassem de direção novamente, apostando na análise – muitas vezes pessoal – e relevando a informação primária a um segundo plano. Hoje o leitor pode ter acesso à informação primária pela internet, mas o meio não é seguro, não inspira confiança. A informação da internet é virtual, nem sempre real. Assim, alguns jornais vêm conseguindo notáveis progressos apenas informando e oferecendo ao leitor elementos para que ele tire suas conclusões. O jornalismo de interpretação não vai morrer; o leitor quer conhecer a opinião do jornalista, também importante para que ele se posicione. Só que os jornais estão cada vez mais obrigados a abrir o leque de informações que formam o alicerce do pensamento publicado. Quem insistir em tentar mudar o sopro do vento vai ficar sozinho, mas vai ser difícil controlar a soberba e a vaidade de alguns jornalistas que gostam de se posicionar como líderes. Jornalismo não é exatamente uma profissão que ensine humildade; ao contrário, estamos expostos ao pecado durante todo o tempo. Campanha antecipada Tadeu Filippelli Brasília não tem a ganhar com a tentativa dos partidos de oposição ao Governo do Distrito Federal de antecipar a campanha eleitoral de 2002 para este semestre de 2001. Na realidade, essa tentativa já vinha sendo ensaiada desde o primeiro ano de governo, em 1999, mas só agora foi colocada em prática de forma acintosa e melhor coordenada. Para tanto, os adversários do governador Roriz estão se valendo de um tripé de atuação que merece uma análise mais detalhada. Lança-se, por meio de um jornal local – conhecido pelas suas posições político-partidárias desde as eleições passadas –, uma série de denúncias contra o atual governo, em qualquer direção e nas mais diversas áreas da vida pública. Não importa o fato de que essas denúncias estejam desprovidas de base legal, factual ou, até mesmo, política. As manchetes são sempre as mesmas, escandalosas, com letras garrafais – bastante apropriadas para serem reproduzidas, posteriormente, em programas eleitorais gratuitos. De imediato, os parlamentares de oposição são ouvidos para repercutirem aquele fato escandaloso objeto da denúncia. Falam à vontade, esculhambam o governo, dão entrevistas e fazem discursos revanchistas e revoltados com aquilo que qualificam de "mar de lama". Essa reação "da sociedade" vira manchete do mesmo jornal que lançou o balão de ensaio. Etapa seguinte. É hora de ouvir o Ministério Público. Muitos promotores, bem-intencionados, falam do assunto do ponto de vista do texto legal, fazendo as ressalvas necessárias e as advertências cabíveis para cada um dos casos que lhes são apresentados, pronunciando-se, enfim, "em tese". Mas são pinçadas declarações que interessam ao jornal e aos partidos, do ponto de vista político, e editadas da forma que mais convém ao discurso que se pretende levar adiante. No âmbito do Ministério Público, não se pode deixar de tecer comentários, também, sobre o comportamento de alguns promotores – poucos, é bem verdade – que extrapolam suas funções e prerrogativas para endossar a cantilena política. Curiosamente, são sempre os mesmos que se propõem a dar entrevistas, revoltados, injuriados com a dimensão "dos fatos". Claro, a reação desses promotores públicos vira manchete no mesmo jornal que até hoje não se conformou com o resultado das eleições de 1998. E o conteúdo dessas manchetes e os textos das matérias têm valor de uma sentença condenatória. Como o leitor já deve ter visto, lido e ouvido – com a licença do jornalista Ari Cunha – em diversas ocasiões, o próximo capítulo dessa novela é "escutar a sociedade" para que ela possa manifestar-se sobre o escândalo que estaria indignando a todos e sobre prováveis ações do Ministério Público. E novamente os mesmos parlamentares, quando muito acrescidos de alguns sindicalistas e dirigentes de associações escolhidos a dedo, são chamados para repercutir o pronunciamento da Justiça, que a essa altura já virou sentença condenatória transitada em julgado. Todas essas estratégias, que se repetem a cada semana, têm uma série de explicações, as quais, certamente, seriam suficientes para produzir um livro e não caberiam neste pequeno espaço reservado a um artigo. Mas não custa nada lembrar que a principal delas reside no fato de o governador Roriz estar realizando um grande governo – talvez até mesmo o maior da sua vida pública – e recebendo aplausos dos mais diversos segmentos da sociedade. A bem da verdade, essa mesma orquestra que se reúne para atacar a administração do governador Roriz, já foi governo durante quatro anos e, tanto naquela ocasião como agora, sempre tocou de forma desafinada e fora do compasso dos verdadeiros interesses da população. A estratégia do denuncismo é própria de quem não tem sugestões concretas a apresentar para os problemas do Distrito Federal. Alheios a todas essas baboseiras, o governador Roriz e sua equipe continuam a levar adiante um projeto de governo sólido, consistente e voltado para a melhoria da qualidade de vida do povo do Distrito Federal. Melhoria essa que já se sente hoje e será ainda maior no futuro. Colunistas Claudio Humberto ...Na Saúde, não leva... Repousa em gavetas ilustres a concorrência internacional nº 005/2000, do Ministério da Saúde, para a compra de equipamentos de informática do SUS. O problema é que deu zebra: a comissão de licitação declarou vencedora uma empresa que não era – digamos – a preferida da casa: a americana a Ritron International Inc. É um negócio de R$ 35 milhões. ...quem vence licitação No Parecer Conclusivo, a comissão de licitação concluiu que a proposta da Ritron “é a mais vantajosa para o Ministério da Saúde”, porque os equipamentos “estão com características técnicas superiores aos demais concorrentes” e “tendo em vista ainda o melhor preço final”. Mas a Ritron não falou aos corações certos. E o SUS continua sem computadores. Jader na CPI Se a oposição quiser mesmo criar a CPI da Corrupção, a hora é esta: o senador Jader Barbalho está pronto a oferecer a vigésima sétima assinatura que falta para a instalação da comissão. De pai para filho O ministro José Carlos Moreira Alves, decano do Supremo Tribunal Federal, alimenta um sonho que poucos amigos conhecem: ao se aposentar no início de 2003, passar o bastão ao filho, Carlos Moreira Alves, juiz do Tribunal Regional Federal, em Brasília. Como o pai, Carlos é muito respeitado nos meios jurídicos por suas qualidades intelectuais. Greca fora O ex-ministro Rafael Greca queixa-se a amigos que já não agüenta Jaime Lerner, o mala-sem-alça que governa o Paraná, e deve abandonar a Secretaria de Comunicação para retornar à Câmara. Em campanha para governador, ele já percebeu que Lerner apoiará a candidatura do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, que deve trocar o PFL pelo PSDB. Pensando bem... ...as três mil famílias que moram no Centro de Lançamentos de Foguetes de Alcântara, no Maranhão, podem ir tirando seus passaportes e se matriculando num cursinho de inglês. FhC x FCH Quem navega na página de processos do Superior Tribunal de Justiça, na Internet, verifica que FhC tem um homônimo de sobrenomes invertidos, Fernando Cardoso Henrique, que ajuizou ação tributária para regularizar seu carro importado. O processo do presidente da República é referente à briga com os sem-terra na sua fazenda em Buritis (MG). Falta de educação Manifestação do Movimento dos Sem- Educação (MSE) dia 11, na Cidade Universitária da USP, vai exigir o direito de ingresso em universidades públicas. O MSE acusa o sistema de ensino brasileiro de favorecer apenas a elite. Um abaixo-assinado exigirá isenção da taxa para quem não pode pagar e mais universidades públicas. De qualidade. Primo rico A Bolívia está exultante com os US$ 600 milhões que receberá do Brasil em 2003, pelo transporte de 30 milhões de m³ de gás diários, por meio do gasoduto. Em 20 anos serão US$ 2 bilhões, uma usina de dinheiro para Maluf nenhum botar defeito. Irmãos e volúveis Depois de Ciro Gomes trocar de Patrícia, agora foi a vez do irmão, Cid, prefeito de Sobral, separar-se da mulher. Cada vez mais candidato a governador do Ceará, Ciro pressiona pela reconciliação do casal. Filha da pátria Os londrinos estão horrorizados com um estupro em plena luz do dia no pátio de uma igreja no bairro Old Chiswick, onde circulam centenas de pessoas. Há anos em Londres, a brasileira Maura Bruno entrou na onda de horror e disse aos repórteres locais que “jamais imaginou tal coisa em local seguro, ainda mais de manhã cedinho. Se ainda fosse no Brasil...” Os inconciliáveis Está confirmada para as 16h da próxima quinta (13) a audiência de conciliação do ex-craque Paulo Roberto Falcão, comentarista de futebol, e a ex-mulher Rosane Leal Damázio, no Superior Tribunal de Justiça. Os dois – que brigam pela tutela de um filho – foram devidamente intimados. Em família O deputado Gustavo Fruet (PMDB-PR), eleito presidente da CPI do Proer, é irmão de Cláudio Fruet, advogado tucano nas duas eleições presidenciais. Um espera que o outro não complique a vida de FhC. Contra a biopirataria Promovida pelo INPI e União Européia, começa hoje em Manaus a Conferência sobre o papel da Propriedade Intelectual na Proteção da Biodiversidade. No evento, 36 países discutirão defesas dos recursos naturais e conhecimentos tradicionais por meio de patentes. Das quatro mil requeridas, 97% são estrangeiras, inclusive a Espinheira Santa. Que traidor? FhC diz ter ficado desolado ao saber que Marco Antônio, irmão do ministro Paulo Renato (Educação), é advogado da Microsoft, beneficiada com a exclusividade no fornecimento de software para 233 mil computadores para escolas públicas. “Fui traído”, queixou-se a uma amiga. Ajudaria muito a acreditar nisso se tivesse demitido o “traidor”. PODER SEM PUDOR O amigo desapontado Fiel escudeiro do presidenciável José Serra, o ministro Andrea Matarazzo anda magoado com o velho amigo. Quando, feliz da vida, informou a Serra que fora convidado por FhC para o cargo de embaixador do Brasil em Roma, correu para o abraço. Mas a reação de Serra foi gelada. Ao invés de cumprimentá-lo pela realização do seu sonho mais acalentado, o ministro da Saúde reagiu aborrecido: – Você vai fazer isso comigo? Editorial Entre as melhores A Expoabra mostra uma Brasília que está bem distante da imagem que se faz da capital do Brasil. E mostra bem. A exposição de quase dois mil animais impressiona pelo rápido crescimento da atividade pecuária no Distrito Federal, mostrando uma geração de criadores que mora na cidade e tem suas criações no Entorno. A feira chamou atenção não apenas pela qualidade do plantel, mas também pela organização, fatores que a colocam entre as maiores do País. Boa parte do mérito deste sucesso se deve ao presidente da Associação dos Criadores do Planalto (ACP), Osvaldo Rocha, que implementou uma nova mentalidade e profissionalizou ainda mais a exposição, como ficou demonstrado nesta última edição. O sucesso aconteceu em todas as áreas, inclusive nos shows que levaram milhares de pessoas à Granja do Torto. Mas o próprio presidente da ACP reconhece que parte do mérito deve ser creditado à política de incentivos implementada pela Secretaria de Agricultura na gestão de Aguinaldo Lélis, que oferece novas oportunidades aos produtores rurais. O principal objetivo da feira, que é a troca de experiências entre os criadores e o acesso a novas tecnologias, foi plenamente atingido. É importante que a tecnologia de ponta esteja à disposição de todos para que o mercado cresça ainda mais. Topo da página

09/09/2001


Artigos Relacionados


Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima

Minc pede votação de projetos em apoio à Convenção do Clima

CMMC cancela reunião com embaixadores para tratar da convenção do clima

Embaixador diz que Brasil quer resultado ambicioso na convenção do clima em Copenhague

ERNANDES COBRA RESPEITO À CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE MUDANÇAS NO CLIMA

Governantes devem rejeitar 'não acordo' na convenção do clima, diz representante do Greenpeace