CONVERSAS DE FHC SOBRE LEILÃO DA TELEBRÁS NÃO COMPROMETEM PRESIDENTE, DIZ ACM
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, defendeu na manhã desta terça-feira (dia 25) a posição do presidente Fernando Henrique Cardoso no processo de privatização das empresas do sistema Telebrás. Ele destacou não ter visto "nada que o comprometa" nos diálogos telefônicos mantidos pelo presidente da República com o então presidente do BNDES, André Lara Resende, alvos de uma escuta clandestina. As fitas tiveram sua transcrição divulgada nesta terça-feira (dia 25) pelo jornal Folha de S. Paulo.Na avaliação de Antonio Carlos, que ressaltou não ter tido tempo para ler todo o material publicado, "na parte do presidente, nada ali compromete Fernando Henrique, que apenas foi solicitado por um auxiliar a falar com a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), para que o leilão não terminasse sem concorrente". - Na parte que li, não há nada que incrimine o presidente - enfatizou o senador.Apesar disso, o presidente do Senado considera que o conjunto do diálogo "não é nada bom, sobretudo pela linguagem utilizada, que não é uma linguagem de autoridade". Antonio Carlos observou que na leitura da transcrição não aparece uma intervenção presidencial direta em favor de qualquer lado. Fernando Henrique teria interferido indiretamente para ajudar ambos os lados, em benefício da concorrência, entende o senador.Nos diálogos transcritos pelo jornal paulista, o ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) relata ao presidente da República a evolução do processo de formação dos consórcios para a disputa das diversas empresas integrantes do sistema Telebrás. E pede a Fernando Henrique para falar com a Previ, determinando o apoio do fundo de pensão ao consórcio liderado pelo Banco Opportunity, na disputa com o consórcio Telemar pelo controle da Tele Norte-Leste. Diante das repercussões políticas que a divulgação das fitas deverá ter, com a questão sendo intensamente debatida pelos parlamentares, no Senado e na Câmara, o senador Antonio Carlos Magalhães voltou a destacar que "o Congresso Nacional é livre e soberano para deliberar pela vontade de sua maioria". No entanto, "em princípio" ele se coloca contra as sugestões de formação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as privatizações.- O ideal é que isso fosse um capítulo encerrado e que nos voltássemos para uma agenda positiva, pois mexer agora nessa coisa do passado só prejudica a economia, que está indo bem.Antiga, também, seria a referência do ex-ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, ao ex-secretário-executivo do ministério da Fazenda, Pedro Parente, diz o senador. "Mendonça saiu-se muito mal, quem ele achava babaca hoje é o ministro do Orçamento do presidente Fernando Henrique Cardoso", observou.Para a proposta de impeachment do presidente da República, que o deputado Vivaldo Barbosa está defendendo na Câmara, Antonio Carlos reservou apenas uma palavra de avaliação: "Idiota".
25/05/1999
Agência Senado
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