Correção: Historiador Carlos Fico não defende revisão da Lei de Anistia



Ao contrário do publicado pela Agência Senado nesta terça-feira (26), o historiador Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em debate durante o Seminário Brasil: 1968-2008, não defendeu a revisão da Lei de Anistia. Ele afirmou que o Supremo Tribunal Federal "fatalmente" irá se pronunciar sobre a abrangência da lei, em relação à inclusão ou não dos crimes de tortura.

De acordo com o historiador, os militares mais radicais teriam "preparado o terreno" em 1968 e propagado uma atmosfera de baderna. Ele citou como exemplos a invasão da Universidade de Brasília, a depredação do teatro onde era encenado o espetáculo "Roda Viva", o seqüestro de atores e o atentado à bomba contra a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), para justificar o que chamou de "nova temporada de punições". O assassinato do estudante Edson Luís, no Rio de Janeiro, não foi um dos exemplos dados pelo historiador, contrariamente ao publicado pela Agência Senado.

A respeito da criação do Serviço Nacional de Informações (SNI), o historiador discordou da afirmação do general Golbery do Couto e Silva, que dizia ter "criado um monstro". Para Carlos Fico, a responsabilidade maior cabe ao ex-presidente Emílio Garrastazu Médici e não a Golbery.

"Na época do Golbery, o SNI não era tão duro quanto depois, durante o período em que foi chefiado por Médici. Por isso eu disse que foi Médici quem criou o 'monstro', isto é, o SNI em fase mais dura, e não Golbery", observou o historiador em e-mail enviado à Agência Senado.



27/08/2008

Agência Senado


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